terça-feira, 24 de setembro de 2013

A Conquista de Malaca

A Conquista de Malaca
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Afonso de Albuquerque

 Condensado de página da NET de José Martins
O  mercado de Malaca, por séculos, foi absorvido pelos árabes que através das rotas do Golfo Pérsico, Mar Vermelho e depois por terra abasteceram os mercados, tradicionais do Norte de África, Veneza, Piza e Génova em Itália. Empórios que deixaram de ter qualquer significado, mercantil, após os portugueses terem chamado a si o abastecimento das "coisas" da Ásia a toda a Europa.

Dez anos depois da chegada dos portugueses ao Oriente, parte do comércio da Índia já era dominado pela Coroa Portuguesa e bem conhecidas as riquezas de Malaca. Porém falta, apenas, explorar as costas do Coramandel e as da ilha de Ceilão.

São úteis e vitais para o bom sucesso da expansão e conquista do comércio oriental todas as informações, sobre os portos e rotas obtidas das tripulações muçulmanas que por inocência ou dinheiro as revelavam. Estavam longe de suspeitar, os muçulmanos, que o objectivo dos portugueses seria arrebatar-lhes o secular, monopólio, do comércio da praça de Malaca.

D. Manuel I vai recebendo, chegadas a Lisboa, as mensagens credíveis dos comandantes das caravelas que navegam de Cochim (Índia) também chamada a "terra da pimenta", da imponência, esplendorosa de Malaca. O Rei Venturoso, sonha, animado pelo espírito do Infante D. Henrique e pretende a todo o custo transformar um Portugal (flagelado pela peste e fome) numa potência económica da Europa.
Em Abril de 1508 uma esquadra naval, sob o comando de Diogo Lopes Soares de Sequeira passa a Barra do Tejo com destino a Malaca. Atraca, primeiro na Ilha de Sumatra, implanta um Padrão na cidade de Pedir, outro em Pecém e a sua frota de naus está ancorada no porto de Malaca no dia 11 de Setembro de 1509

Diogo Lopes Sequeira regressa a Lisboa, sem trazer a boa-nova a D. Manuel I que Malaca já era praça de Portugal. Deixou, pela má sorte, alguns portugueses prisioneiros. Entre os quais está Duarte Fernandes que viria ser o primeiro português a pisar terra siamesa. Fernandes, durante dois anos de detenção, aprendeu a língua malaia, granjeou do Sultão a simpatia que será estendida aos seus companheiros de cárcere. Com isto viria a gozar a total liberdade de movimentação.
Afonso de Albuquerque, finalmente, é o senhor de Goa. O indomável guerreiro e exímio diplomata, prepara uma armada naval e parte para Malaca, com o propósito de a conquistar. Dá-lhe o primeiro assalto em 1511 e arrebata-a. Envia, como emissário, à cidade de AyuthayaDuarte Fernandes para informar o Rei do Sião que Malaca tinha sido conquistada. Fernandes é portador de uma espada, e guarnecida de ouro e diamantes incrustados para presentear o monarca siamês. Foi bem acolhido pelo Rei Rama Thibodi II.
Afonso de Albuquerque, homem intrépido, e de uma metodologia impressionante (que vamos encontrar nas suasCarta a El-Rei de Portugal), nos seus cálculos, para firmar o poderia de Portugal na Ásia, não poderia desistir de conquistar Malaca. 
 
Segundo o historiador John Villiers, num artigo seu, publicado na monografia "Portugal e a Tailândia" - Fundação Calouste Gulbenkian 1988 - relata
 
» Nessa altura, o reino de Sião ainda reclamava a soberania sobre Malaca e Albuquerque, quando planeava atacar este porto, procurou uma aliança com o rei Rama Thibodi II de Ayuthaya (1491-1529), oferecendo-lhe soberania directa sobre todos os territórios governados pelo sultão de Malaca caso o ataque fosse bem sucedido. Para este efeito, enviou Duarte Fernandes (que viera para Malaca em 1509 como oficial da frota portuguesa comandada por Diogo Lopes Sequeira e que falava um pouco de tailandês) a Ayuthaya, onde lhe foi concedida uma audiência com o Rei Rama Thibodi II, na qual este foi presenteado com uma espada cuja bainha era de ouro incrustada com diamantes.
O Rei do Sião, apesar de não manifestar qualquer oposição ao ataque dos portugueses a Malaca, mostrou pouco interesse na proposta da aliança. Deste modo Albuquerque atacou e tomou sózinho a cidade. No entanto, após a conquista, não perdeu tempo a mandar novas embaixadas a Ayuthaya. Em 1512 enviou António Miranda de Azevedo, tendo este permanecido no Sião durante dois anos, regressando a Goa acompanhado de um enviado tailandês portador de uma carta de amizade de Rama Tibodi II para Rei D. Manuel I de Portugal.
Conquista de Malaca
Em 1516, Duarte Coelho deslocou-se a Ayuthaya como enviado do governador de Malaca, tendo concluído o primeiro tratado de aliança e comércio entre o Sião e Portugal. Nos termos do tratado de 1516, os portugueses acordaram em fornecer armas e munições ao Sião em troca da autorização do estabelecimento de feitorias comerciais em Ayuthaya, Ligor, Patani, Tenassarim e Mergui. Também lhes foi concedida a liberdade de culto religioso e, deste modo, pouco tardou a que construíssem uma igreja em Ayuthaya, vindo aí a trabalhar padres missionários. Em comemoração da conclusão do tratado e como marca da possessão de uma nova colónia na capital, Duarte Coelho foi autorizado a erigir um padrão".
 
O sistema de defesa do Reino do Sião, antes dos portugueses encetarem o relacionamento diplomático, era de certo modo bastante obsoleto e, praticamente, as armas de fogo desconhecidas. Nas batalhas a luta era efectuada de lutas corpo-a-corpo, no terreno, ou no dorso de elefantes. As armas de defesa eram facas, espadas e as pontas de lança forjadas no ferro que recebiam a têmpera para lhes dar resistência.»
 
Representam assim os portugueses um papel importante e primordial na defesa do reino do Sião, ensinando os siameses no manuseamento das armas de fogo, como na arte de as construir.
 

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