terça-feira, 12 de novembro de 2013

INTRODUÇÃO E BIBLIOGRAFIA


História de Portugal

Introdução à História de Portugal

O autor deste "blog" é de formação na área da engenharia de Telecomunicações, e a História é apenas um "hobby". Agradeço ao meu amigo costaricense Eng. Carlos Fonseca, que desde os finais dos anos sessenta me iniciou nos domínios da informática. O único mérito do autor deste site, foi o de recolher, compilar e fazer a montagem técnica de textos e imagens, da informação recolhida. Dedicado também à memória da Dra. Matilde Rosa Araújo, recentemente falecida, que foi minha professora no ciclo preparatório (1948/49) . Grande senhora e excelente profissional, que sabia incutir nos alunos o gosto por aquilo que ensinava.

Assim, este pequeno trabalho não tem pretensões, e só pretende divulgar na Internet a História de Portugal, de forma simples, agradável e concisa, aproveitando as facilidades das novas tecnologias de suporte, e aconselha-se a quem pretender mais e melhores esclarecimentos, a ler ou consultar a bibliografia que se indica neste "blog".

A História de Portugal não começou com o 25 de Abril de 1974, nem sequer com a independência de Leão e Castela conseguida por D. Afonso Henriques. Viriato que lutou e morreu pela defesa destas terras e destas gentes, foi assassinado cerca de 1.250 anos antes do nascimento do nosso primeiro rei !

Neste blog a História de portugal está dividida nos seguintes períodos :

1ª)   - De Foz Côa a Julio César (18.000 AC a 45 AC)
2ª)   - A Lusitânia Romana (45 AC a 411 DC)
3ª)   - Bárbaros e Muçulmanos (411 a 1095)
4ª)   - O Condado Portucalense (1095 a 1139)
5ª)   - A Dinastia de Borgonha (1139 a 1385)
6ª)   - A Dinastia de Avis (1385 a 1580)6ª) - 
7ª)   - A Dinastia Filipina (1580 - 1640 )
8ª)   - A Dinastia de Bragança (1640 - 1910)
9ª)   - 1ª e 2ª Repúblicas (De 1910 - 1926 -1974)
10ª) - A 3ª República (Depois do 25 de Abril)

Nestes períodos além dos acontecimentos mais importantes relacionados com a História de Portugal, também se descrevem os factos mais importantes da História Universal, que de uma forma directa ou indirecta, também influenciaram a História de Portugal.

Bibliografia utilizada

História de Portugal de A. H. de Oliveira Marques (Falecido em 22 de Janeiro de 2007 )
História de Portugal de Veríssimo Serrão
História de Portugal (Edição Monumental ) de Damião Peres
História de Portugal de Alexandre Herculano
História de Portugal de Oliveira Martins
História de Portugal de Jean-François Labourdette
Dicionário de História de Portugal de Joel Serrão
Dicionário Enciclopédico da História de Portugal - Public. Alfa


História Universal de Pirenne
História Universal de Guilherme Oncken

História da Europa de João Ameal
História de Espanha de Fernando G. Cartázar e José Manuel G. Veiga


Enciclopédia Britânica
Portugal - A Country Study - Library of Congress
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Grande Enciclopédia de La Bíblia



O Drama de Timor por Adriano Moreira
Portugal ao tempo do Terramoto por Suzanne Chantal
Portugal visto pelos Ingleses por Maria Laura B. Pires
Santos Portugueses por João Ameal
Sebastião José por Agustina Bessa Luís
Vasco da Gama por Geneviève Bouchon
Páginas Secretas da História de Portugal por Rainer Daehnhardt


Internet


Batalhas de Portugal
Cabral O Viajante do Rei
Direcção Geral de Ediícios e Monumentos Nacionais
Ordem dos Cavaleiros do Templo

Wikipédia
Está também na tradução em inglês no Blog http://history-of-portugal.blogspot.com



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

DE FOZ-CÔA A JÚLIO CÉSAR - 18.000AC-45AC

A Península Ibérica (do grego) ou Península Hispânica (do latim) ou Al-Andalus (do árabe)

NOTA - Neste períodos da História de Portugal, além dos acontecimentos mais importantes relacionados com a História de Portugal, também se descrevem os factos mais importantes da História Universal, que de uma forma directa ou indirecta, também influenciaram a História de Portugal.

A Península Ibérica ou Hispânica

É geograficamente uma península na Europa localizada no sudoeste deste continente. Hoje podemos localizar politicamente nesta península três países, Portugal, Espanha, Andorra e o Território Ultramarino Inglês de Gibraltar.

Formando quase um trapézio, a Península liga-se ao continente europeu pelo istmo constituído pela cordilheira dos Pirenéus, sendo rodeada a norte, oeste e parte do sul pelo oceano Atlântico e a restante costa sul pelo mar Mediterrâneo.

Com uma altitude média bastante elevada, apresenta predomínio de planaltos que estão rodeados de cadeias de montanhas e que são atravessados pelos principais rios. Os mais importantes são o rio Tejo, o rio Douro e o rio Guadiana, que têm a parte terminal do seu curso em Portugal, desaguando, tal como o rio Guadalquivir no oceano Atlântico, e o rio Ebro, que, por sua vez, desagua no mar Mediterrâneo.
As elevações mais importantes são a Cordilheira Cantábrica, no Norte, a serra Nevada e a serra Morena, no Sul, e ainda a serra de Guadarrama, na Cordilheira Central, de que a serra da Estrela é o prolongamento ocidental.

Densamente povoada no litoral, a Península Ibérica tem fraca densidade populacional nas regiões interiores.A península tem 582.925 quilómetros quadrados.. O ponto mais alto é o Mulhacén com 3.478 metros de altura. O rio mais longo é o Tejo, com um curso de 1007 km (731 km em Espanha e 275 km em Portugal).

Ibéria provem do río Íber, provavelmente o actual Ebro, ainda que também pudesse ser o Guadalquivir ou outro rio da região de Huelva, donde textos muitos antigos citam um rio Iberus e um povo ao que chamam Iberos. Desde tempos remotos os gregos chamavam Ibéria à Península.

A maior parte da sua superfície continental está configurada como uma meseta, com uma altura média de 600 metros sobre o nível do mar; o seu litoral norte, noroeste e oeste é rochoso e com alcantilados, sendo o litoral este, sudeste e sul mais suave. De acordo à situação geográfica, a Península Ibérica também forma parte da França, já que penetra até ao sul deste país.

Uma única história peninsular

«Quando ainda não existiam os reinos medievais com as suas peculiaridades nem os Estados modernos com a sua história nacional, Portugal e Espanha constituíam um todo, uma paisagem e uma mesma gente capaz de fazer da Península a sua casa e de enfrentar junta as intempéries e formas de vida extremamente duras. à margem de fronteiras, estabelecidas ao acaso com o passar dos séculos ou o esquadro da política, a história portuguesa e espanhola era então - e foi até à entrada na Idade Média - uma única história peninsular.» 

( História de Espanha por Fernando G. de Cortázar e José Manuel G. Vesga )


A chegada do Homem à Península

O homem chegou à Península Ibérica bem cedo na história. As estações arqueológicas mais antigas localizam-se no litoral da Estremadura e no sudoeste do Algarve, ocupadas por culturas acheulenses ou mesmo abbevillenses, com quase 1 milhão de anos. Tratava-se de seres humanos do grupo Homo Erectus. 


Gravuras Foz-Côa
Recolectores, subsistiam, em formas já mais desenvolvidas, nos começos da última glaciação.

Sucederam-lhes os caçadores e ao Homo Erectus o homem do Neandertal ( homo sapiens neanderthalensis ) aparecido há mais de 100.000 anos.

Todas as culturas dos chamados Paleolítico Inferior, Paleolítico Médio, Paleolítico Superior e Mesolítico se acham representadas em Portugal, com maior ou menor intensidade.


As Origens humanas mais antigas - A idade da Pedra

A Idade da Pedra é o período da Pré-História durante o qual os seres humanos criaram ferramentas de pedra, sendo a tecnologia mais avançada naquele então. A madeira, os ossos e outros materiais também foram utilizados (cornos, cestos, cordas, couro...), mas a pedra (e, em particular, diversas rochas de rotura conchóide, como o sílex, o quartzo, o quartzito, a obsidiana...) foi utilizada para fabricar ferramentas e armas, de corte ou percussão.

Contudo, esta é uma circunstância necessária, mas insuficiente para a definição deste período, já que nele tiveram lugar fenômenos fundamentais para o ser humano, quanto às aquisições tecnológicas (fogo, ferramentas, moradia, roupa, etc), a evolução social, asmudanças do clima, a diáspora do ser humano por todo o mundo habitável, desde o seu berço africano, e a revolução econômica desde um sistema caçador-coletor, até um sistema parcialmente produtor (entre outras coisas).


As origens humanas mais antigas, achadas em Portugal, são ossadas tipo Neanderthal em Furninhas. A maioria das indústrias Paleolíticas peninsulares estão aí representadas, mas uma cultura distinta surge nos meados do Mesolítico nas zonas baixas do Vale do Tejo, datadas de cerca de 5.500 AC. As culturas Neolíticas chegaram da Andaluzia.

No primeiro milénio AC os povos Celtas entraram na Península pelos Pirinéus, e por pressão natural, muitos grupos dirigiram-se para ocidente. As culturas de Hallstatt trouxeram a fundição do ferro e a fabricação de armas e outros objectos do mesmo metal, ao Vale do Tejo. Os Fenícios e mais tarde os Cartagineses influenciaram fortemente o sul de Portugal no mesmo período.

Períodos da Pré-História no território onde hoje é Portugal - "Idade da Pedra" 

Paleolítico antigo ( Iade da Pedra Lascada ) - É representado até 100.000 A.C. por várias indústrias líticas de que se destacam o Abbevillense, o Clactonense. o Achelense, o pré-Musturiense e o Languedocense. Vestígios nas praias quaternárias do litoral, arredores de Lisboa, Trás-os-Montes, Beira e Alentejo. 

Paleolítico médio - Desde 100.000 a 40.000 anos A.C. Vestígios nos estratos da Mealhada, sul de Peniche, bacia do Tejo, Columbeira ( Bombarral ), Furninha ( Peniche ), Ribeira da Laje ( Oeiras ), litoral do Minho. 

Paleolítico superior - Desde 40.000 a 8.000 anos A.C. Tribos de caçadores instalaram-se nas várias regiões do Ocidente Ibérico. Tinham instrumentos de pedra e de osso mais aperfeiçoados que os das culturas anteriores. Práticas funerárias generalizadas e manifestações artísticas com fins mágicos. Vestígios no Rossio do Cabo ( Torres Vedras ), grutas das Salemas ( Ponte de Lousa ),

Epipaleolítico - 8.000 a 5.000 anos A.C. Populações que viveram em cabanas junto às margens. Usavam objectos de adorno e enterravam os seus mortos na posição fetal. 

Neolítico ( Idade da Pedra Polida ) - 5.000 a 2.000 anos A.C. Povos de origem mediterrânica, introduziram a agricultura e a pastorícia na orla marítima e em algumas regiões do interior. Já no período do Calcolítico em meados do terceiro milénio antes de Cristo, grupos de mercadores vieram abastecer-se de cobre aos centros metalúrgicos da orla mediterrânica. Vestígios quase em todo o território português. 

Fim do que se considera "Idade da Pedra". É importante lembrar que, a Idade da Pedra foi substituída em tempos diferentes. Por exemplo, escavações mostraram que enquanto em certos lugares como a Grã-Bretanha, se vivia na Idade da Pedra, em outros, como Roma, Egipto e China, já se usavam os metais, construíam-se belas casas e conhecia-se a escrita ideográfica ( escrita por hieróglifos ou símbolos).

Ainda hoje, em alguns lugares do mundo, como a Nova Zelândia, há tribos que mal estão saindo do modo de vida da Idade da Pedra. Algumas das tribos Maoris estão nessa situação.

Idade do Bronze - 2.000 a 700 anos A.C. No sudoeste da Península Ibérica floresceu, de meados do segundo milénio até 700 anos A.C.. uma civilização dada à metalurgia de que se identificaram duas fases: o Bronze I (1500-1100) e o Bronze II (1100-840) ambas representadas por necrópoles de cistas e mobiliário cerâmico e metálico, de cobre, ouro e bronze.

Caçadores-coletores

Os humanos foram: a forma caçador-coletor ou caçador-recolector que também é usada, até à revolução neolítica, e a caça e a colecta foram os primeiros modos de subsistência do Homo sapiens. Estas actividades foram herdadas directamente do mundo animal, particularmente dos primatas. Caçadores-recolectores de caça obtêm mais na recolha que na caça; até 80% da comida é obtida por recolecção.1



Estes modos de subsistência consistem na recolha da natureza do que ela fornece espontaneamente. Precedem a pecuária e aagricultura, e podem dar origem ao nomadismo, se as manadas que fornecem a subsistência principal se deslocam ou se os recursos do território se esgotam.

As descobertas arqueológicas sustentam a hipótese de que, há vinte mil anos, todos os seres humanos eram caçadores-colectores. Hoje ainda subsistem caçadores-colectores no Ártico e nas florestas tropicais úmidas, onde outras formas de subsistência não são possíveis. A maior parte desses grupos teve ancestrais agricultores, que foram empurrados para zonas periféricas no decorrer de migrações e de conflitos. Estima-se que estas comunidades desaparecerão dentro de algumas dezenas de anos.

Coletores-Recoletores
As gravuras mais antigas conhecidas no vale do Côa (até Março de 95) eram identificáveis com o Solutrense médio antigo, ou seja, teriam sido feitas há mais ou menos 20 000 anos. Parece serem a prova mais marcante da presença humana mais antiga, no território português.( A cultura Solutrense situa-se entre 18 000 a. C. e 15 000 a.C.)


Coletores-Recoletores
Castros ou Citânias

Castros, são as ruínas ou restos arqueológicos de um tipo de povoado da Idade do Ferro característico das montanhas do noroeste da Península Ibérica, na Europa. Os povoados eram construídos com estruturas predominantemente circulares, revelando desde cedo a implementação de uma «civilização da pedra», quer nas zonas de granito quer nas de xisto.

A citânia de Briteiros

A citânia de Briteiros é um sítio arqueológico da Idade do Ferro, situado no alto do monte de São Romão, na freguesia de Salvador de Briteiros, concelho de Guimarães (a cerca de 15 km de distância a Noroeste desta cidade). Fica também perto dos santuários do Sameiroe do Bom Jesus de Braga. É uma citânia com as características gerais da cultura dos castros do noroeste da Península Ibérica

Trata-se de um sítio arqueológico da Idade do Ferro, que permaneceu ocupada à época da invasão romana da península Ibérica. A influência da romanização neste povoado, no século I a.C., é evidenciada em numerosos vestígios, tais como inscrições latinas, moedas da República e do Império, fragmentos de cerâmica importada (terra de sigillata), vidros, e outros.

Citânia de Briteitos - Ruinas
Esta citânia deve ter sido definitivamente abandonada no século III. As suas ruínas foram descobertas pelo arqueólogo Martins Sarmento em 1875.

Outros monumentos do mesmo carácter têm sido identificados em diversos castros da região asturo-galaico portuguesa em Paços de Ferreira, na citânia de Sanfins. Como testemunho do primitivismo das origens da citânia de Briteiros existem os achados de instrumento de pedra eneolíticos ou de bronze inicial. Por outro lado, as "mamoas" nas vizinhanças da citânia e as gravuras rupestres nas encostas dos montes próximos mostram a existência de uma cultura autóctone anterior à romana.

Interpretações recentes permitem atribuir à Citânia de Briteiros o papel de capital política dos "Callaeci Bracari" no início do século I, onde se reuniria o respectivo "consilium gentis" na grande casa circular de bancos adossados às paredes.

Encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1910.1

Características

Do tipo citânia, apresenta as características gerais da cultura dos castros do noroeste da península Ibérica. Consiste nos restos de uma povoação, em um sítio elevado, com traços culturais celtas, murada. Na realidade existem três muralhas, com dois metros de largura, em média, e cinco metros de altura.

Casa reconstruida
Revela-se nesta cultura traços da influência indígena no dispositivo topográfico da povoação, no traçado das muralhas, na planta circular das casas, no processo da sua construção e na decoração com motivos geométricos.

Um dos monumentos pré-romanos mais curiosos é um balneário, constando de uma pequena câmara redonda ligada a um recinto quadrangular. Os dois compartimentos eram divididos por uma estela de forma pentagonal, com uma pequena abertura no fundo para se poder passar de um para o outro. Uma das câmaras servia para se tomarem banhos de vapor, a outra para se tomarem banhos de água fria. Durante algum tempo, pensou-se que este balneário fosse um edifício de carácter funerário.

O Castro de São Lourenço - Esposende

O Castro de São Lourenço localiza-se no monte do mesmo nome, na freguesia de Vila Chã, concelho de Esposende, distrito de Braga, em Portugal. Situa-se a uma altura de 200 metros acima do nível do mar, num dos esporões graníticos da arriba fóssil que se estende desde o Monte Faro (Palmeira de Faro) até São Paio de Antas (Esposende).

Castro de São Lourenço - ruas de acesso à capela
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 1/86, publicado no DR nº 2, de 3 de janeiro de 1986.

As escavações

Neste castro existem zonas que foram ocupadas em épocas diferentes e de formas diferentes. Por esse motivo os arqueólogos dividiram-no em sectores, unicamente por uma questão de melhor se compreender as suas diferenças.

As intervenções arqueológicas, ocorrem até à actualidade, tendo sido iniciadas em 1985. São orientadas pelo Professor Doutor Carlos Alberto Brochado de Almeida, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com a colaboração de jovens voluntários oriundos de escolas do concelho de Esposende e de diversas universidades portuguesas e europeias. A Câmara, intervém com o apoio logístico, através do seu Pelouro da Cultura .

Castro de São Lourenço - Casas reconstruidas
O sector C (caminho de acesso à capela), terá sido habitado entre o século III-II a. C. Ou até ao quarto século da nossa Era. As casas são circulares ou sub-rectangulares, tendo sido algumas paredes, no seu interior, rebocadas e pintadas a branco ou amarelo e apresentavam um rodapé a cinzento. O chão era coberto com saibro bem amassado e bem calcado.

As casas circulares tinham o tecto em forma cónica, cobertas por elementos vegetais, enquanto que as outras mais alongadas tinham o tecto formado por uma ou duas águas. No centro de cada casa acendia-se o lume ou fogueira assim como estava a poste que sustentava o telhado, que sendo de palha era preso por placas de xisto .

Castro de São Lourenço - Caminho entre casas
Na época da romanização, começou a ser utilizado no telhado a tégula e o imbrex (telha), que vieram substituir a cobertura vegetal até aí utilizada. Com a necessidade de aumentar o espaço de cada casa, os seus habitantes começaram a acrescentar-lhe uma espécie de vestíbulo, que os arqueólogos chamam de "caranguejo", pela forma como é aparente. Com a necessidade de separação de famílias que viviam em casas contíguas, foram construídos muros que os separavam as casa em núcleos habitacionais.

Entre as diversas casas da mesma família, o chão entre as casas poderia ser coberto por lajes e era utilizado para secagem de cereais ou frutos, além de proporcionarem uma melhor comodidade, formando ruas estreitas.

Cividades  ou Citânias

Uma cividade (substantivo feminino antigo de cidade) ou Citânia é um castro de maiores dimensões e importância, habitado continuamente. A designação Citânia é comparado com o "Cytian" dos povoados fortificados nas ilhas Britânicas.

Durante muito tempo consideraram-se os castros como "povoados fortificados", mas esta designação, consagrada pelo uso, é evidentemente muito redutora, porque recobre realidades arqueológicas muito diversas e susceptíveis de variadíssimas interpretações.

Recentemente, tem-se vindo a aperceber que estes sítios são de uma enorme a complexidade, que de maneira alguma se podem apenas subsumir numa qualquer "cultura" local (ou várias), e muito menos numa "função" militar

Já existiam Castros durante o Neolítico e a Idade do Bronze, muito antes das invasões Célticas. Julga-se que aCultura Ibérica desses povoados se misturou com os elementos célticos sem quebras de continuidade. O Céltico, provavelmente o dialecto Goidélico, tornou-se a lingua franca de toda a Cultura Atlântica.

O Menir de São Paio de Antas

O Menir de São Paio de Antas, também referido como Menir de Pedra a Pé, localiza-se na freguesia de Antas, concelho de Esposende, distrito de Braga, em Portugal

Constitui-se em um monumento megalítico do tipo menir implantado no monte sobranceiro à Igreja Paroquial de São Paio de Antas, e para o qual sugere-se uma cronologia em torno de 3000 a.C. a 2000 a.C..
Menir de São Paio
Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1992. Além deste, no concelho existem ainda outros dois menires, nas freguesias de São Bartolomeu do Mar e de Forjães.

Em granito apresenta uma configuração fálica e uma ligeira inclinação para sul. Possui as dimensões de 1,65 metros de altura e encontra-se enterrado cerca de 30 centímetros.

Muitos dos megalitos da Idade do Bronze como menires e dólmenes estão situados em regiões em que também há castros, e são anteriores aos Celtas quer em Portugal e na Galiza, quer na costa atlântica da França, Grã-Bretanha eIrlanda. Estes monumentos continuaram a ser utilizados pelos druidas celtas.


Os Romanos destruíram muitos castros, devido à resistência feroz dos povos castrejos ao seu domínio, mas alguns foram aproveitados e expandidos como cidades romanas. Segundo Jorge de Alarcão "Aos castros, deram os Romanos o nome de castella, que aparece nas inscrições do século I d.C. sob a forma abreviada de um C invertido[...]"

Cromeleque dos Almendres

O Cromeleque dos Almendres localiza-se na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, no concelho de Évora, Distrito de Évora, em Portugal.

Constitui-se num círculo de pedras pré-histórico (cromeleque) com 95 monólitos de pedra. É o monumento megalítico do seu tipo mais importante da península Ibérica, e um dos mais importantes da Europa, não apenas pelas suas dimensões, como também pelo seu estado de conservação. Junto com o menir dos Almendres, localizado nas proximidades, o conjunto é classificado pelo IGESPAR como Imóvel de Interesse Público desde 1974, mas há uma proposta para elevá-lo a Monumento Nacional. 


Trata-se de um cromeleque erguido na encosta voltada a nascente de uma colina. Os monólitos são predominantemente de tamanho pequeno, de forma ovóide, sub-paralelepipédica e sub-cilíndrica, mas alguns chegam a ter 2,5 a 3 metros de altura e possuem formafálica ou estelar.2 3 São compostos por diferentes tipos de quartzodioritos, o que revela uma origem variada para os monólitos. Dois afloramentos de quartzodioritos e granodioritos localizados a 250 m e 1 km do cromeleque podem ter sido usados para esculpi-los.

Os menires de grande tamanho foram colocados sobre alvéolos (cavidades) previamente preparados que chegam até o substrato rochoso sob o solo. Uma coroa de pedras era colocada ao redor da base destes menires, depois coberta de terra e pedras menores, o que ajudava na sustentação. Os menires menores tinham alvéolos também menores, e os de menor dimensão eram sustentados apenas por uma coroa de pedras.3 Actualmente existe uma planta da disposição cada um destes monólitos, todos numerados, possibilitando a identificação das características individuais de cada um.

Arte Rupestre do Homem Pré-histórico

Considera-se arte rupestre as representações sobre rochas do homem da pré-história, em que se incluem gravuras e pinturas. Acredita-se que estas pinturas, cujos materiais mais usados são o sangue, saliva, argila, e excrementos de morcegos (cujo habitatnatural são as cavernas), têm um cunho ritualístico. Estima-se que esta arte tenha começado no Período Aurignaciano (Hohle Fels,Alemanha), alcançando o seu apogeu no final do Período Magdaleniano do Paleolítico.

A importância do estudo da arte rupestre deve-se, não tanto à interpretação das figuras existentes, mas antes obter um entendimento dos motivos e contextos que levaram uma comunidade a usar muito do seu tempo e esforço na execução da dita arte rupestre. Como estas sociedades primitivas se estendem no tempo e na sua essência são consideravelmente diferentes das nossas vivências actuais, o estudo da arte rupestre de forma ciêntifica permite analisar o comportamento do homem em contextos muito díspares, pelo que acaba por ser de certa forma um estudo transdisciplinar entre a psicanálise, a antropologia e o nosso próprio conceito de arte.

Gravura rupestre - Vila Nova de Foz Côa - Portugal
Normalmente os desenhos são formados por figuras de grandes animais selvagens, como bisões, cavalos, cervos entre outros. A figura humana surge raramente, sugerindo muitas vezes actividades como a dança e, principalmente, a caça, mas normalmente em desenhos esquemáticos e não de forma naturalista, como acontece com os dos animais. Paralelamente encontram-se também palmas de mãos humanas e motivos abstratos (linhas emaranhadas), chamados por Henri Breuil de macarrões.

Nos sítios espalhados pelo mundo, é padrão encontrar, além dos desenhos parietais, figuras e objetos decorativos talhados em osso, modelados em argila, pedra e/ou chifres de animais.

Em Portugal são conhecidas mais de trezentas localidades de arte rupestre, destacando-se os complexos do Vale do rio Côa e doVale do Tejo, dos mais antigos ao ar livre, a gruta do Escoural, fundamental no estudo do Cro-Magnon e Neandertal, e gravuras rupestres como o cavalo de Mazouco. A Anta Pintada de Antelas, em Oliveira de Frades, é um monumento nacional que apresenta as pinturas rupestres melhor conservadas de toda a Península Ibérica.

Música na Pre-História

Na sua "História Universal da música", Roland de Candé nos propõe a seguinte seqüência aproximada de eventos:

Antropóides do terciário - Batidas com bastões, percussão corporal e objetos entrechocados.

Hominídeos do paleolítico inferior - Gritos e imitação de sons da natureza.

Paleolítico Médio - Desenvolvimento do controle da altura, intensidade e timbre da voz à medida que as demais funções cognitivas se desenvolviam, culminando com o surgimento do Homo sapiens por volta de 70.000 a 50.000 anos atrás.

Dança de Cogul. Imagem encontrada em Cogul, Espanha. Mostra a dança das mulheres em torno de um homem nu.
Cerca de 40.000 anos atrás - Criação dos primeiros instrumentos musicais para imitar os sons da natureza. Desenvolvimento da linguagem falada e do canto.

Entre 40.000 anos a aproximadamente 9.000 a.C - Criação de instrumentos mais controláveis, feitos de pedra, madeira e ossos: xilofones, litofones, tambores de tronco e flautas. Um dos primeiros testemunhos da arte musical foi encontrado na gruta de Trois Frères, em Ariège, França. Ela mostra um tocador de flauta ou arco musical. A pintura foi datada como tendo sido produzida em cerca de 10.000 a.C.

Neolítico (a partir de cerca de 9.000 a.C) - Criação de membranofones e cordofones, após o desenvolvimento de ferramentas. Primeiros instrumentos afináveis.

Cerca de 5.000 a.C - Desenvolvimento da metalurgia. Criação de instrumentos de cobre e bronze permitem a execução mais sofisticada. O estabelecimento de aldeias e o desenvolvimento de técnicas agrícolas mais produtivas e de uma economia baseada na divisão do trabalho permitem que uma parcela da população possa se desligar da atividade de produzir alimentos. 

Isso leva ao surgimento das primeiras civilizações musicais com sistemas próprios (escalas e harmonia).

A Idade do Cobre - Idade do Bronze

Idade do Cobre, ou Calcolítico (do grego Χαλκός, transl. khalkos), "cobre" + λίθος, transl.líthos, "pedra") é um dos períodos da proto-história, situado cronologicamente entre o Neolítico e a Idade do Bronze (aproximadamente 2500 a 1800 a.C.). O termo também pode ser utilizado para denominar algumas sociedades que apresentaram manifestações culturais diferenciadas durante este período.
Extracção de metais
O bronze é uma liga metálica que compreende o cobre e o estanho, antes de se usar o bronze, usou-se o cobre, a esta época de utilização do cobre, chamou-se calcolítico, não obstante este facto, há quem não aceite esta designação caracterizadora, pois argumenta que a fundição de cobre não é mais do que o bronze natural; mesmo assim, a mesma utiliza-se, pois diferencia os períodos nos quais o bronze era forjado naturalmente da era em que o bronze começou a ser forjado artificialmente e com recurso a estanho. 
O cobre foi o primeiro metal que o ser humano utilizou e fê-lo há aproximadamente 5000 anos, ou seja, no final do Neolítico.

Peças no período da Idade do Bronze (1500 AC)

Informação obtida a partir do site do Museu Nacional de Arqueologia em Belém nos Jerónimos, Lisboa 






Na esquerda: Braceleteproveniência: Abrantes. Ribatejo. Santarém- Cronologia: Idade do Bronze final : tipologia: Bracelete em bronze Dimensão: diâmetro 7,2 cm - categoria: Idade do Bronze

No centro : Jarro proveniência: Gamelas 3 cronologia: Bronze final Tipologia: Jarro de cerâmica
dimensão: Alt. 22,5 cm; Larg. 19 cm Categoria: Cerâmica

Na direita : Taça carenada Proveniência: Castro de Pragança. Cadaval. Lisboa cronologia: Idade do Bronze tipologia: Taça carenada de cerâmica dimensão: altura 5 cm diâmetro 7,7 cm espessura 0,1 cm : categoria: Idade do Bronze

Mistura de Raças ou Etnias

Os atuais habitantes da Península Ibérica, Hispânia ou Al-Andaluz, são uma mistura complicada de Iberos, Celtas, Alanos, Vândalos, Suevos, Godos, Visigodos, Árabes e já a partir do século XVI das diversas raças ou etnias dos povos que portugueses e espanhóis visitaram, conquistaram e governaram durante séculos. 

A Idade Antiga - 4.000 AC - 476 DC

A História Antiga é um domínio de estudos que se estende desde o aparecimento da escrita cuneiforme (cerca de 4000 a.C.) até a tomada do Império Romano do Ocidente pelos povos bárbaros (476 d.C.). Esse vasto período da humanidade inclui muitas civilizações, não somente na Europa. Nesse período os vários povos influenciaram e também receberam influências fundamentais de outros povos.

Chegada dos Ligures ( Século XV A.C. ? )

Chegaram por volta do século XV, mas há poucas referências nos autores clássicos. Introduziram as práticas agrícolas e o fabrico do bronze. Era gente baixa, de pele morena, de forte compleição e que vivia em cabanas de madeira, e muitas vezes em covas. Quase tudo se ignora a seu respeito. Introduziram o sufixo arco, que se aplicava a nomes geográficos.

Ligúria - Área IX da Itália
Os lígures (em grego antigo: Λιγυες) eram um povo antigo, relacionado com as construções megalíticas, que deu o nome à Ligúria; abrangendo a região norte da península da Itália, entre a Etrúria e a fronteira da Gália.

Referências clássicas e toponímicas sugerem que a zona de influência lígure estendia-se até o centro de Itália: segundo Hesíodo (século VI a.C.), eram um dos três principais povos "bárbaros" que governavam sobre a costa ocidental do mundo conhecido (os outros eram os etíopes e os cítios). Segundo Adolf Schulten «os Lígures constituem a população mais antiga da península Ibérica, historicamente comprovada».

Avieno, num relato de uma viagem provavelmente de Marselha (século IV a.C.) falou da hegemonia lígure até ao Mar do Norte, antes de serem "empurrados" pelos celtas. Topónimos lígures foram encontrados na Sicília, vale do Rodano, Córsega e Sardenha.

De acordo com Plutarco, eles se chamavam Ambrones, mas isso não indica uma relação com os ambrones do norte da Europa. Eles eram ignorantes da sua origem. Tucídides relata que os Ligures teriam expulso os sicanos, uma tribo ibérica, das margens do rio Sicano, na península Ibérica.

Os Iberos (Sec. XV)

Os Iberos eram um povo que habitou as regiões sul e leste da península Ibérica na Antiguidade. A respeito da sua origem, há duas teorias:

A) - 1ª Teoria

Os Iberos são os habitantes originais da Europa Ocidental e os criadores da grande cultura megalítica que teve início em Portugal. Segundo outra teoria, os Iberos seriam de origem Ibéria caucasiana, e teriam construído oppida muito semelhantes às mesmas construções encontradas na Escócia. A mesma forma de tecer e colorir cobertas de lã grossa são as mesmas em regiões do Cáucaso, no sul de Portugal (Alentejo) e na Escócia , no fim do VI milénio a.C., e se espalhou pela Península Ibérica, França, Grã-Bretanha, Irlanda e Dinamarca, até meados do II milénio a.C.

Guerreiros Iberos
B) - 2ª teoria

Sugere que eram originários do Norte da África, de onde emigraram provavelmente no século VI a.C. para a Península Ibérica (à qual cederam o nome), onde ocuparam uma faixa de terra entre a Andaluzia e o Languedoc (na França). Foram parceiros comerciais dos Fenícios, os quais fundaram dentro do território dos Iberos várias colónias comerciais, como Cádiz, Eivíssia e Empúries. Foram assimilados pelos Celtas no século I a.C. formando o povo conhecido como Celtiberos.
Chegada dos Fenícios ( Provável em 1.200 A.C. )

Os fenícios, tal como os hebreus, eram um povo de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo. Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria.


Cerâmica Fenícia
Por habitarem uma região montanhosa, com poucas terras férteis, os fenícios voltaram-se para o mar, dedicando-se à pesca e ao comércio marítimo. 

O aparecimento do ferro nas regiões do Mediterrâneo oriental teve projecção na Península Ibérica. 

Ao redor do ano 1.000 A.C., os Fenícios estabeleceram feitorias para aumento do comércio, buscando metais em troca de produtos do seu fabrico ( tecidos, estatuetas, objectos de barro). 

A sua vinda à Ibéria deu origem à fundação de Gadir ou Gades ( Cádis), de Hispalis (Sevilha) e talvez de Malcarteia (Algeciras). Nos claustros da Sé de Lisboa, há ruinas da presença fenícia nesse local.

Localização da Fenícia

No território português teriam visitado a zona terminal do Tejo, e também a foz do Sado e região costeira do Mondego ao Douro. Deixaram alguns vocábulos na fala peninsular , como ippo - Olisipo(Lisboa) e Collipo(leiria), assim como o étimo saco. Pouco se conhece sobre a contribuição fenícia no nosso território.


Sarcófago fenício de Ahiram no Museu de Beirute
De acordo com a literatura greco-latina, a fundação das primeiras colónias fenícias no Ocidente deu-se por volta de 1100 a. C., noentanto, esta informação não está comprovada ao nível do registoarqueológico. De acordo com as últimas investigações arqueológicasefetuadas em Espanha, não se encontram vestígios da fundação decolónias anteriores ao século VII a. C. 

Os Fenícios ocupavam o que restava do antigo território de Canaã, quecorresponde sensivelmente ao atual território do Líbano, por volta de1200 a. C. Não tinham um Estado e distribuíam-se por diversas cidades, sem ligações entre si, que controlavam os territórios adjacentes.

O alfabeto, uma criação fenícia

O alfabeto fenício foi o alfabeto usado pelos fenícios, desde o terceiro milênio a.C.. Foi baseado no alfabeto semita. Acredita-se que o alfabeto grego é baseado no alfabeto fenício, bem como os alfabetos aramaico, hebraico e arábico, bem como diversos outros, virtualmente todos os alfabetos exceto aqueles do sul da Arábia e o etíope.

Assim como o alfabeto árabe e o hebraico, o alfabeto fenício não tem símbolos para representar sons de vogais; cada símbolo representa uma consoante. As vogais precisavam ser deduzidas no contexto da palavra.

O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras e era, portanto muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica, não tinha vogais que foram acrescentadas mais tarde pelos gregos. 


Realmente foi a primeira vez que se tentou "desenhar" os sons da fala, representando-os por letras, em vez da representação ideográfica por hieróglifos ou similares.


A Idade do Ferro (1.000 AC )

A Idade do Ferro se refere ao período em que ocorreu a metalurgia do ferro. Este metal é superior ao bronze em relação à dureza e abundância de jazidas. A Idade do Ferro vem caracterizada pela utilização do ferro como metal, utilização importada do Oriente através da emigração de tribos indo-europeias (celtas), que a partir de 1.200 a.C. começaram a chegar a Europa Ocidental, e o seu período alcança até a época romana e na Escandinávia até a época dos vikings (por volta do ano 1.000 d.C).

Machado de ferro
A Idade do Ferro é o último dos três principais períodos no Sistema de Três Idades, utilizado para classificar as sociedades prehistóricas, sendo precedido pela Idade do Bronze. A data de início, duração e contexto varia de acordo com a região estudada. 

O primeiro surgimento conhecido de sociedades com nível cultural e tecnológico correspondente à Idade do Ferro se dá no século XII a.C. em diversos locais: no Oriente Próximo, na Índia antiga, com a civilização védica e na Europa, durante a Idade da Trevas grega.

Em outras regiões europeias, o início da Idade do Ferro foi bastante posterior, não tendo se desenvolvido na Europa central até século VIII a.C., até o século VI a.C. no norte de Europa. 

Na África o primeiro exponente conhecido do uso do ferro pela fundição e forja se dá na cultura Nok, na atual Nigeria, por volta do século XI a.C.   Porém se acredita que o ferro meteorítico, uma liga de ferro-níquel, fosse já usado por diversos povos antigos milhares de anos antes da idade do ferro,  já que sendo nativo no seu estado metálico, não necessitava a extração e fusão do mineral.

O Judaísmo - Primeira Religião Monoteísta (1000 AC)

A principal fonte do monoteísmo no mundo ocidental moderno é a narrativa da Bíblia Hebraica, a escritura de judaísmo.5 Abraão é o primeiro dos Patriarcas bíblicos e fundador do monoteísmo dos hebreus.6 As origens do judaísmo relaciona-se com a história dos reinos de Judá e de Israel da Idade do Ferro, 1.000-586 AC. Ambos os reinos tinham Jeová como sua divindade (ou seja, o deus da corte real e do reino), ao mesmo tempo em que adoravam muitos outros deuses. 

No século VIII, a propaganda real dos assírios defendia o domínio universal (o que significa o domínio sobre todos os outros deuses) do deus assírio Ashur. Em reação a isso, certos grupos em Israel enfatizaram o poder único de Javé como um sinal da independência nacional. 

Bíblia Hebraica
Quando Israel foi destruída pela Assíria (721 AC.), refugiados trouxeram a ideologia do Jeová único para Judá, onde se tornou a ideologia do Estado durante os reinados de pelo menos dois reis. Nesta fase (final do século VII), o culto a Jeová de Judá não era estritamente monoteísta, mas Jeová foi reconhecido como supremo sobre todos os outros deuses.

A próxima etapa começou com a queda de Judá para a Babilônia, em 586 AC., quando um pequeno grupo de sacerdotes e escribas reunidos em torno da corte real exilada desenvolveu a primeira ideia de Javé como único deus do mundo. A tendência em direção ao monoteísmo foi acelerada pela queda da Babilônia para os persas em 538, o que permitiu aos exilados assumir o controle da nova província persa de Judá.

O cristianismo, originalmente uma seita dentro do judaísmo, surgiu como uma tradição religiosa distinta durante os primeiros séculos da era moderna. Sua versão do monoteísmo foi distinta daquela do judaísmo na medida em que ele desenvolveu o conceito de que o único deus (não mais chamado de Jeová) tinha três "pessoas" - a doutrina da Trindade. O Islã surgiu no século VII d.C. como uma reação ao cristianismo e ao judaísmo, com base em ambos, mas com uma versão do monoteísmo baseado no do judaísmo.

Chegada dos Celtas ( Anos 1.000-800 A.C. )

Na primeira metade do século X A.C. chegaram à Península vários povos a que se dá o nome genérico de Celtas e cuja origem tem dado larga discussão. 


Guerreiro Celta
Encontraram uma terra despovoada e os seus habitantes a viver ainda na Idade do Bronze (Iberos). enquanto os invasores já utilizavam o ferro, na construção de utensílios para uso doméstico e na construção de armas. 

Provinham da cultura de Adlerber, no centro da Europa. As cinco tribos célticas que se instalaram na zona portuguesa da Península Ibérica, foram:


Cinetes - Na parte do Algarve e estendendo-se pelo Guadiana

Sempsos - Que se fixaram no rio Sado e chegaram à foz do Tejo

Sepes - Fixaram-se na área ao norte do Tejo, que abrange a actual Estremadura até ao cabo Carvoeiro

Pernix Lucis - Que se fixaram ao longo da costa até à região do Vouga. Os Pernix Lucis podem identificar-se com a família Túrdula.

Draganes - Que se fixaram entre o rio Douro e o rio Minho

A localização dos Celtas segundo os autores da Antiguidade

Os celtas são referidos pela primeira vez na literatura grega por Hecateu de Mileto. Da sua obra sobrevivem fragmentos muito curtos sobre os celtas: escreve que o país celta fica perto de Massalia, uma colónia de comerciantes gregos e refere-se a Narbona como cidade de comércio celta e a Nirax como cidade celta.

O Gaulês Agonizante Século VI 
Disse Heródoto, a localização dos celtas era para além dos Pilares de Hércules e vizinha dos Conii.
Os Keltoi vivem para além dos Pilares de Hércules, sendo vizinhos dos Cynesii e são a mais ocidental de todas as nações que habitam a Europa". Massalia: cidade da Ligúria perto do país celta, uma colónia dos foceus. Narbona: centro de comércio e cidade dos celtas. Nírax: cidade celta.

Segundo Heródoto, II, 3330.  "O rio Ister nasce na terra dos Keltoi na cidade de Pyrene e percorre o centro da Europa. Os Keltoi vivem além das colunas de Hércules, sendo vizinhos do Kynesioi e são a mais ocidental de todas as nações que habitam a Europa. 

E assim, se estendem por toda a Europa até às fronteiras da Cítia. Eratóstenes situava os celtas na parte ocidental da Europa, segundo o comentário de Estrabão. diz que até Gades, o exterior (SC. da Ibéria) é habitado pelos gálatas; e se a parte ocidental da Europa é ocupada por eles, esqueceu-se deles na sua descrição da Ibéria, nunca faz menção aos gálatas.

Religião - Os Deuses Celtas

Os celtas adoravam um grande número de deuses dos quais sabemos pouco mais que os nomes. Entre eles deusas da natureza como Tailtiu, Macha, e Epona, deusa dos cavalos. Figuras masculinas incluiam deuses associados a uma enorme variedade de coisas, como Goibiniu, o fabricante de cerveja. Havia também Tan Hill, a divindade do Fogo.

Taranis
Cernunnos (também chamado de Slough Feg, ou na forma latinizada Cornífero) é comprovadamente um dos mitos mais antigos mas do qual pouquíssimo se sabe. 

O escritor romano Lucano fez várias menções a deuses celtas como Taranis, Teutates e Esus que, curiosamente, não parecem ter sido amplamente adorados ou relevantes.

Vários deuses eram formas variantes de outros. A deusa galo-romana Epona parece ser uma variante da deusa Rhiannon, adorada em Gales, ou ainda Macha, adorada na região do Ulster. 

Povos politeístas raramente se importam em manter seus panteões da forma organizada em que os pesquisadores gostariam de encontrar. Também a cultura celta sofreu influências das antigas civilizações, como por exemplo os babilônicos, a deusa Ianellus é o resultado desta miscigenação.


Chegada dos Gregos ( Século VII A.C. )

Os gregos (em grego: Έλληνες, transl.: Éllines, "helenos") são uma nação e um grupo étnico que tem habitado a Grécia desde o século XVII AC.. Atualmente eles são principalmente encontrados na península grega do sudeste da Europa, nas ilhas gregas e em Chipre.

Colónias e comunidades gregas foram historicamente estabelecidas em vários pontos do Mediterrâneo, mas o povo grego esteve sempre centralizado em torno do mar Egeu, onde a língua grega tem sido falada desde a antiguidade. 

Até o começo do século XX, estavam uniformemente distribuídos entre a península grega, a costa ocidental da Ásia Menor, Ponto e Constantinopla, regiões que coincidem com a grande extensão das fronteiras do Império Bizantino no final do século XI e as áreas de colonização grega no mundo antigo.

Cleisthenes - Pai da Democracia
Chegaram no século VII A.C. Fundaram colónias no Mediterrâneo, como Massilia (Marselha), Dianium (Dania), Zacunthos (Sagunto). Em vários pontos da costa portuguesa acharam-se encontraram-se objectos e ferro, ânforas, esculturas de marfim e outros de origem helénica, como por exemplo na necrópole de Alcácer do Sal. 

Não influenciaram directamente a língua portuguesa, pois foi pela via romana que se introduziu a quase totalidade do helenismos na nossa língua. Quanto à criação de Lisboa por Ulisses e Santarém pelo seu filho Abidis, não passm de histórias muito em moda no Renascimento. 

Comerciavam tecidos, cerâmica e objectos de vidro e utilizavam já moedas para as suas trocas comerciais.

Grécia Antiga ( 1100 AC - 146 AC)

Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever o mundo grego e áreas próximas (tais como Chipre, Anatólia, sul daItália, da França e costa do mar Egeu, além de assentamentos gregos no litoral de outros países, como o Egito). Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde 1 100 a.C. (período posterior à invasão dórica) até à dominação romana em 146 a.C., contudo deve-se lembrar que a história da Grécia inicia-se desde o período paleolítico, perpassando a Idade do Bronze com as civilizações Cicládica (3000-2 000 a.C.), minoica (3000-1 400 a.C.) e micénica(1600-1 200 a.C.); alguns autores utilizam de outro período, o período pré-homérico (2000-1 200 a.C.), para incorporar mais um trecho histórico a Grécia Antiga.


Mapa das 
colónias gregas no mar Mediterrâneo durante o Período Arcaico.
Os antigos gregos auto-denominavam-se helenos, e a seu país chamavam Hélade, nunca tendo chamado a si mesmos de gregos nem à sua civilização Grécia, pois ambas essas palavras sãolatinas, tendo sido-lhes atribuídas pelos romanos. O país homónimo hoje existente (ver República Helénica) descende desta, embora, como já dito acima, o termo Grécia Antiga abrange demais locais.

A cultura grega clássica, especialmente a filosofia, teve uma influência poderosa sobre o Império Romano, que espalhou a sua versão dessa cultura para muitas partes da região do Mediterrâneo e da Europa, razão pela qual a Grécia Clássica é geralmente considerada a cultura seminal da cultura ocidental moderna.

Legado Grego

Platão
A cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. A cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos, que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. 

A civilização grega antiga teve influência na linguagem, na política, no sistema educacional, na filosofia, na ciência, na tecnologia, na arte e na arquitectura moderna, particularmente durante a renascença da Europa ocidental e durante os diversos reviveres neoclássicos dos séculos XVIII e XIX, na Europa e Américas.

Conceitos como cidadania e democracia são gregos, ou pelo menos de pleno desenvolvimento na mão dos gregos. Qualquer história da Grécia Antiga requer cautela na consulta a fontes. Os historiadores e escritores políticos cujos trabalhos sobreviveram ao tempo eram, em sua maioria, atenienses ou pró-atenienses.

Por isso se conhece melhor a história de Atenas do que a história das outras cidades; além disso, esses homens concentraram seus trabalhos mais em aspectos políticos (e militares e diplomáticos, desdobramentos daqueles), ignorando o que veio a se conhecer modernamente por história económica e social. Toda a história da Grécia antiga precisa dar atenção à condução parcial pelas fontes.

Mitologia grega

Mitologia grega é o corpo de mitos e ensinamentos que pertencem à Grécia Antiga, sobre seus deuses e heróis, a natureza do mundo e as origens e o significado de seu próprio culto e práticas rituais. Era parte da religião na Grécia antiga. Estudiosos modernos referem-se e estudam os mitos na tentativa de lançar luz sobre as instituições políticas e religiosas da Grécia Antiga e sua civilização e assim ter uma compreensão da natureza da geração do mito em si.

Achados arqueológicos fornecem a principal fonte de detalhes sobre a mitologia grega, já que deuses e heróis têm grande destaque na decoração de muitos artefactos. Desenhos geométricos em cerâmica do século VIII AC. retratam cenas do ciclo de Tróia, bem como as aventuras de Hércules. Nos seguintes períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, Homero e várias outras cenas mitológicas aparecem, completando a evidência literária existente.


Acrópole de Atenas com o Partenon no topo
Os doze deuses olímpicos, na religião helénica, eram os principais deuses do panteão grego, residentes no topo do Monte Olimpo. Os deuses olímpicos moravam em um imenso palácio, em algumas versões de cristais, construído no topo do monte Olimpo, uma montanha que ultrapassaria o céu. Alimentavam-se de ambrósia e bebiam néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das Musas e da dança das Cárites. 
Os Doze Deuses Olímpicos

Apesar de nunca haver se acabado por completo, e tendo permanecido oculto na maior parte da Grécia devido à perseguição político-religiosa que sofreu, o culto dos deuses olímpicos tem sido restaurado de forma mais explícita na Grécia desde os anos 1990, através do movimento religioso conhecido como Dodecateísmo.

A primeira referência antiga a cerimónias religiosas em sua honra encontra-se no Hino homérico dedicado a Hermes. A composição clássica dos Doze Deuses Olímpicos (o Doze Canónico da arte e da poesia) inclui os seguintes deuses: 

Zeus, Hera, Posidão, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dioniso. 

Os doze deuses romanos correspondentes eram: 

Júpiter, Juno, Neptuno, Minerva, Marte, Ceres, Apolo, Diana, Vulcano,Vénus, Mercúrio e Baco

Hades (no panteão romano, Plutão) não era geralmente incluído nesta lista. Não tinha assento no panteão porque passava a maior parte do seu tempo nosInfernos. Também costuma aparecer entre os doze Héstia (entre os romanos, Vesta.) 

Quando foi dado lugar a Dioniso, o número total de Olímpicos passou a ser treze. Sendo tal número indesejável, e de modo a evitar conflitos, Héstia abdicou do seu lugar entre os doze.

Socialmente, a colonização do mar Mediterrâneo pelos gregos resultou no desenvolvimento de uma classe rica formada por mercadores (o comércio internacional desenvolvera-se a partir de então) e de uma grande classe média de trabalhadores assalariados, artesãos e armadores. Culturalmente, os gregos realizaram intercâmbios com outros povos. Na economia, a indústria naval se desenvolveu, obviamente, passando a consumir crescente quantidade de madeira das florestas gregas.

Consequências da colonização

As evidências arqueológicas indicam que o padrão de vida na Grécia melhorou acentuadamente (o tamanho médio das área do primeiro andar de residências encontradas por arqueólogos aumentou cinco vezes, de 55 metros quadrados para 230 metros quadrados); a expectativa de vida e a estatura média também mostram evidências de melhoria. A população aumentou de 600.000 no século VIII A.C. para em torno de 9 milhões, no IV A.C. . 

E tudo isso fez com que no século IV, a Grécia já possuísse a economia mais avançada do mundo e com um nível de desenvolvimento extremamente raro para uma economia pré-industrial, estando em vantagem em alguns pontos se comparada às economias mais avançadas antes da Revolução Industrial, aos países baixos do século XVII e à Inglaterra do século XVIII. Apesar disso, houve concentração fundiária, em algumas cidades essa concentração levou a revoltas e tiranias, em outras a aristocracia manteve o controle graças a legisladores inclementes. 

Música da Antiguidade

Música da Antiguidade, na História da música, designa a música desenvolvida na Idade Antiga, no seio das primeiras civilizações a utilizarem a escrita, estabelecidas em várias partes do mundo. A música desta época estabeleceu as bases para todo o desenvolvimento musical posterior.

As primeiras civilizações musicais se estabeleceram principalmente nas regiões férteis ao longo das margens de rios na Ásia central, como as aldeias no vale do Jordão, na Mesopotâmia, Índia (vale do Indo atualmente no paquistão), Egito (Nilo) e China (Huang He). 


Mulheres tocando flauta, alaúde e harpa.
Afresco encontrado em Tebas, Egipto. c. 1422 a 1411 AC.
A iconografia dessas regiões é rica em representações de instrumentos musicais e de práticas relacionadas à música. Os primeiros textos destes grupos apresentam a música como atividade ligada à magia, à saúde, à metafísica e até à política destas civilizações, tendo papel freqüente em rituais religiosos, festas e guerras. 

As cosmogonias de várias destas civilizações possuem eventos musicais relacionados à criação do mundo e suas mitologias freqüentemente apresentam divindades ligadas à música.

A música da antiguidade clássica, sobretudo a música grega estabeleceu as bases para todo o sistema de modos e escalas utilizado na música ocidental.

Chegada dos Cartagineses ( 500 A.C. )

A civilização cartaginesa ou civilização púnica foi uma civilização da Antiguidade que se desenvolveu na Bacia do Mediterrâneo entre o fim doséculo IX a.C. e meados do século II a.C. e esteve na origem de uma das maiores potências comerciais e militares do seu tempo.

Cartago, a cidade que lhe deu o nome, foi fundada na costa do golfo de Tunes pelos fenícios, segundo a tradição mais usual, em 814 a.C. Cartago foi gradualmente ganhando ascendente sobre as cidades fenícias do Mediterrâneo Ocidental, antes de se desenvolver a sua própria civilização.

Ruinas de Cartago
Esta é menos conhecida que a da sua contemporânea e rival Roma, devido à destruição de Cartago pelo exército romano no fim da Terceira Guerra Púnica, em 146 a.C., um final que é relatado pelas fontes greco-romanas que foram extensamente usadas e difundidas de forma durável na historiografia posterior.

Apesar de depreciada pela expressão latina punica fides, que denota o preconceito originado por uma longa tradição de desconfiança em relação aos fenícios desde Homero, a civilização cartaginesa suscitou, contudo, algumas opiniões mais favoráveis, como a de Apiano, que os comparou aos gregos em poderio e aos Persas em riqueza.

Divindades de Cartago

Moloc - Sacrifício de crianças
Baal Hammon era o principal deus fenício adorado na colônia de Cartago, generalmente identificado pelos gregos como Cronos e pelos romanos como Saturno.

Baal significa "senhor", entretanto, o significado de Hammon é incerto, sendo possível sua origem no Amón (ou Ammón), "O oculto", símbolo do poder criador e "Pai de todos os ventos" na mitología egípcia.

Em seu nome se faziam sacrifícios humanos, "Moloc", como oferenda religiosa. Durante algum tempo associou-se controvérsia a este respecto: os restos humanos encontrados no tofet de Cartago haviam sido atribuídos a restos procedentes de crianças mortas por causas naturais ou a produtos de abortos humanos, ainda que a abundância de restos, a idade da morte das crianças, assim como a presença de restos animais que se supõe eram sacrificados em substituição de algumas crianças, provavelmente filhos de famílias poderosas, praticamente descarta a primeira idéia.

O Fim do Império Cartaginense
Aníbal cruzando os Alpes

As duas primeiras guerras com Roma reduziram em muito o tamanho do antigo império cartaginense, restando apenas áreas adjacentes à cidade de Cartago. Cartago nunca foi forte militarmente falando, e ficou ainda menos depois dessas guerras. 

Governada por comerciantes, sem um exército poderoso, Cartago valia-se de mercenários que se insurgiram contra os cartagineses, minando suas defesas - certamente uma das causas para a derrota face aos romanos (sobre este episódio Flaubert escreveu o romance Salammbô). 

Cartago estava agora totalmente à mercê da vontade de Roma. Foi destruída ao fim da terceira guerra púnica por Cipião Emiliano (146 a.C.). A cidade foi arrasada até aos seus alicerces e o chão foi salgado (colocado sal) para que nada nele crescesse. 

Esta atitude extrema deveu-se ao fato de Cartago ter sido a única potência que podia concorrer pelo domínio do Mediterrâneo ocidental. Roma e Cartago estavam sensivelmente colocadas no eixo central deste mar, num tempo que não comportava concorrência. A luta entre Roma e Cartago era exclusivista.

.A passagem dos Cartagineses pelo ocidente Peninsular, no século III A.C., quando da

Segunda Guerra Púnica, deixou poucas marcas. Mas já antes tinham feitorias na zona de Gades, mantendo estreitas relações comerciais com a zona do Levante. A exploração das minas era o seu principal objectivo, mas não há provas que as tenham buscado no território português.


Foi durante o governo de Amílcar Barca, quando Cartagena se tornou a capital da Hispânia Púnica (238-229), que foram submetidas pelos cartagineses algumas tribos de lusitanos. 

Investigações recentes puseram a descoberto um par de arrecadas do tesouro de Gaio em Sines, de feitura ou influência cartaginesa. Também em Monsanto e no Golegã se encontraram arrecadas de ouro do mesmo tipo.

Há vestígios em Portugal da influência cartaginesa em :

Ossonoba (Faro) e, no tempo de Aníbal, teriam fundado 

Portus Hannibalis, que devia localizar-se em Portimão ou Alvor.


Arrecadas Púnicas
A língua portuguesa guarda alguns termos de origem púnica, como mappa (toalha), matta (esteira) e nata (capa).

É ainda possível que certos nomes náuticos, como galera , barca e galeota, tenham raiz fenícia por via cartaginesa.

Mas sendo um povo que apenas passou pelo território português, a sua influência nos nossos usos e costumes é praticamente nula.

Comerciavam principalmente tecidos, cerâmica e armas.

Nota - Para uma informação bastante detalhada deste período histórico, leia-se História de Portugal - edição monumental - pelo professor Damião Peres.

Marcas da presença humana

As marcas da presença humana neste período da História do território onde hoje é Portugal, são imensas e por todo o País se encontram ruínas de Antas, Menires, Cromeleques ( Conjuntos de Menires ) castros, citânias, desde 4.000 A.C. até Séc. IV e Séc. III A.C.

Cerca de 500 AC, as culturas da Idade do Ferro predominavam no norte. Povoações Célticas, entrincheiradas no alto dos montes ( castros, citânias) conservaram a sua vitalidade depois da conquista Romana

Após a Primeira Guerra Púnica ( 264-241 AC ), os Cartagineses decidiram conquistar a Península Ibérica . Mas o seu domínio , aliás incompleto no quadro geográfico hispânico, foi efémero. Com a Segunda Guerra Púnica ( 218 - 201 AC ) Roma dominou as costas este e sul da península, e os povos célticos que tinham sido absorvidos pela população indígena ocuparam o oeste.

Já existiam Castros durante o Neolítico e a Idade do Bronze, muito antes das Invasões Célticas. Julga-se que a Cultura Ibérica desses povoados se misturou com os elementos célticos sem quebras de continuidade

Os lusitanos

Os lusitanos constituíram um conjunto de povos ibéricos pré-romanos de origem indo-europeia que habitaram a porção oeste da península Ibérica desde a Idade do Ferro. Em 29 a.C., na sequência da invasão romana a que resistiram longo tempo, foi criada a província romana da Lusitânia nos seus territórios, correspondentes a grande parte do actual Portugal.

A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos. Outros líderes conhecidos eram Punicus, Cæsarus, Caucenus, Curius, Apuleius,Connoba e Tantalus.

Os lusitanos são considerados, por antropólogos e historiadores, como um povo sem história por não terem deixado registos nativos antes da conquista romana. As informações sobre os lusitanos são-nos transmitidas através dos relatos dos autores gregos e romanos da antiguidade o que por vezes causa diversos problemas ou conflitos na interpretação dos seus textos.

Quem eram os Lusitanos
http://historia-portugal.blogspot.pt/2008/02/quem-eram-os-lusitanos.html

Economia na Pré-nacionalidade

Antes da chegada dos romanos na Península Ibérica, a península teve de base rural economia de subsisténcia com comércio muito limitado, com excepção das grandes cidades na costa do Mediterráneo, que tiveram contacto com comerciantes gregos e fenícios.Ibericos e celtas foram alguns dos primeiros grupos presentes no território, com a economia celta centrada na pecuária, agricultura e trabalho de metais.

As Religiões na Lusitânia

O fenómeno religioso, na sua historicidade, tem sido alvo de múltiplas abordagens interpretativas. Recorde-se Frazer e a abrangência comparativista; Lévi-Strauss e os arquétipos estruturalistas; Dumézil e os esquemas funcionalistas; Eliade e a universalidade do simbólico. Porém, nada mais genial do que a breve metáfora engendrada pelo inglês Murray, desde logo adoptada e desenvolvida por Dodds no seu irreverente estudo sobre a cultura grega e o irracional: o fenómeno religioso revela-se, em todas as épocas e regiões, como um “conglomerado herdado”

E comenta Dodds: “A metáfora geológica é feliz porque o crescimento religioso é (...) a aglomeração mais do que a substituição”. Por isso, quando hoje estudamos as religiões do passado, não procuramos apenas conhecer melhor as nossas longínquas raízes culturais, antes lidamos com qualquer coisa ainda presente – embora de forma parcelar e, por vezes, subjectiva – na nossa actual vivência como Homo religiosus que (queiramos ou não...) todos somos.


Hispania Aeterna e Roma Aeterna. Duas tradições que convergem e se sincretizam por força da Pax Romana. Mas que o Oriente, donde sempre vem a Luz, acaba por “converter”... E o “aglomerado” vai-se avolumando, encobrindo ou evidenciando aqui e além alguns dos seus componentes, mas nada perdendo, tudo armazenando. São forças secretas da Natureza, numina tutelares, divindades várias, heróis deificados, práticas rituais e mágicas, a Vida e a Morte. 

São textos obscuros, que é preciso decifrar para ler, são objectos e imagens de um passado duas vezes milenar que, após descodificados, se vêm a revelar bem mais presentes do que suporíamos. Será o Tempo uma quimera?

Um nome, por detrás de tudo isto: Leite de Vasconcellos, o grande estudioso que, há cem anos, pela primeira vez estudou exaustiva e metodicamente as Religiões da Lusitânia. 

Chegada dos romanos (218 AC)


Os romanos invadiram a Península Ibérica em 218 AC. Uma federação céltica, a Lusitânia, resistiu à penetração romana sob o brilhante comando de Viriato. Depois do seu assassinato ( cerca 140 AC ), Decius Junius Brutus pôde marchar para o norte, através do centro de Portugal, atravessou o rio Douro e subjugou a Galiza.

Julio César esteve na Lusitânia em campanhas militares de pacificação, e governou o território por algum tempo. A mais famosa das campanhas foi a batalha de Munda contra Pompeu ( 45 AC ), no comando da sua veterana e famosa 10ª Legião. No entanto só com Octávio César Augusto em 25 AC, terminou a conquista da Ibéria ou Hispânia para Roma. 


De acordo com a literatura greco-latina, a fundação das primeiras colónias fenícias no Ocidente deu-se por volta de 1100 a. C., noentanto, esta informação não está comprovada ao nível do registoarqueológico. De acordo com as últimas investigações arqueológicasefetuadas em Espanha, não se encontram vestígios da fundação decolónias anteriores ao século VII a. C. 

Os Fenícios ocupavam o que restava do antigo território de Canaã, que corresponde sensivelmente ao atual território do Líbano, por volta de1200 a. C. Não tinham um Estado e distribuíam-se por diversas cidades, sem ligações entre si, que controlavam os territórios adjacentes.

História económica em Portugal