sábado, 2 de novembro de 2013

LUSOFONIA - PAÍSES LUSÓFONOS

Lusofonia - Países Lusófonos

Lusofonia é o conjunto de identidades culturais existentes em países falantes da língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo.

Firmado o espaço continental português com a conquista do Algarve, os últimos reis da primeira dinastia dedicaram-se ao ordenamento do território nacional: promoveram o povoamento, a exploração agrícola, a criação de estruturas de comércio, a criação de defesas, já não tanto a sul como a leste, etc. Deste modo, a dinastia de Avis pôde empenhar-se em novo processo de expansão territorial, que teve início em 1415 com a tomada de Ceuta.

Chegada de Diogo Cão ao Zaire

Seguiu-se a gesta dos Descobrimentos, que implicou a descoberta dos arquipélagos daMadeira e dos Açores, a exploração de ambas as costas de África, a chegada à América do Sul (Brasil) e a várias paragens da Ásia, como Goa, Malaca e Timor.

Ao processo de formação do Império Colonial Português foram motivos de ordem económica e político-estratégica que presidiram, aliados a uma certa curiosidade cultural e científica e a um intento de evangelização. Neste contexto, nem sempre o respeito pela identidade do indígena prevaleceu, mas deve, em todo o caso, reconhecer-se a coragem necessária ao enfrentar do desconhecido, que permitiu aos descobridores, exploradores e colonos a criação de alianças e fraternidades, transformando e deixando-se transformar.

Do contacto com os povos encontrados resultou um forte intercâmbio de produtos, costumes, técnicas, conhecimentos (de medicina, náutica, biologia, etc.), bem como uma inter-penetração mais profunda através da miscigenação.

Jorge Amado
Este longo processo histórico tem como consequência, na actualidade, uma identidade cultural partilhada por oito países, unidos por um passado vivido em comum e por uma língua que, enriquecida na sua diversidade, se reconhece como una. Estes países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, com os respectivos núcleos de emigrantes, fazem do português uma das línguas mais faladas do mundo, constituindo uma comunidade de cerca de duzentos milhões de pessoas.

No passado, salientaram-se grandes vultos do diálogo inter-cultural como o Padre António Vieira, da aventura entre povos estranhos como Fernão Mendes Pinto, da exploração do espaço desconhecido como Gil Eanes,Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Serpa Pinto. 

Hoje em dia, entre os países lusófonos mantêm-se relações privilegiadas - na cooperação política e económica, na educação e nas artes - e os grandes criadores da lusofonia não são apenas personalidades portuguesas mas também (para darmos exemplos da área das Letras) um Pepetela, um José Craveirinha, um Jorge Amado ou um Luandino Vieira.

Comunidades Portuguesas no Mundo 

Os portugueses e os seu descendentes nascidos nos países de emigração, encontram-se espalhados por todo o Mundo. O número aproximado é de cerca de 4.806.353. 

Na Europa há cerca de 1.386.292 residentes em 28 países. 

Na América do Norte, Central e do Sul, há cerca de 2.993.127 distribuídos por 32 países. 

Na África residem cerca de 342.264 residentes em 39 países. 

Na Ásia residem cerca de 29.211 em 22 países. 

Na Oceânia vivem cerca de 55.459 em apenas dois países diferentes, Austrália e Nova Zelândia. Dados do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas.

Países Lusófonos - Angola

Angola é um país da costa ocidental de África, cujo território principal é limitado a norte e a leste pela República Democrática do Congo, a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico. Angola inclui também o enclave de Cabinda, através do qual faz fronteira com a República do Congo, a norte. Para além dos vizinhos já mencionados, Angola é o país mais próximo da colónia britânica de Santa Helena.


Uma antiga colónia de Portugal, foi colonizada no século XV, e permaneceu como sua colónia até à independência em 1975. O primeiro Europeu a alcançar Angola foi o explorador Português Diogo Cão. Sua capital é Luanda.

Logicamente que desde os primórdios da existência do Homo Sapiens, o território da actual Angola, deve ter sido habitado, mas por falta de documentação escrita, a sua descrição pertence mais à arqueologia.

O nome Angola talvez derive da palavra bantu N'gola.

A Chegada dos Portugueses

Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, no reinado de D. João II, chegam ao Zaire em 1484. É a partir daqui que os portugueses iniciam a conquista desta região de África, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com oReino do Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o de Ndongo e o de Matamba, os quais não tardam a fundir-se, para dar origem ao reino de Angola (c. 1559).

Explorando as rivalidades e conflitos entre estes reinos, na segunda metade do século XVI os portugueses instalam-se na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias de Novais, procura delimitar este vasto território e explorar os seus recursos naturais, em particular os escravos. A penetração para o interior é muito limitada. Em 1576 fundam São Paulo da Assunção de Luanda, a actual cidade de Luanda. Angola transforma-se rapidamente no principal mercado abastecedor de escravos para as plantações da cana-de-açúcar do Brasil.


Encontro de portugueses com a família real do Reino do Kongo.
Durante a ocupação filipina de Portugal (1580-1640), os holandeses procuram expropriar os portugueses desta região, ocupando grande parte do litoral (Benguela, Santo António do Zaire, as barras do Bengo e do Cuanza). Em 1648 os portugueses expulsam os holandeses, para contentamento dos colonos do Brasil.

Até finais do século XVIII, Angola funciona como um reservatório de escravos para as plantações e minas do Brasil. A ocupação dos portugueses não vai muito mais além das fortalezas da costa.

A colonização efectiva do interior só se inicia no século XIX, após a independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de escravos (1836-42), mas não da escravatura. Esta ocupação trata-se de uma resposta às pretensões de outras potências europeias, como a Inglaterra, a Alemanha e a França, que reclamavam na altura o seu quinhão em África. Diversos tratados são firmados estabelecendo os territórios que cabem a cada uma, de acordo com o seu poder e habilidade negocial.

Paralelamente são feitas diversas viagens com objectivos políticos e científicos para o interior do território angolano, tais como: José Rodrigues Graça (1843-1848) - Malanje e Bié; José Brochado - Huambo, Mulando, Cuanhama; Silva Porto - Bié.

Devido à ausência de vias de comunicação terrestes, as campanhas de ocupação do interior são feitas através dos cursos fluviais: Bacia do Cuango (1862), Bacia do Cuanza (1895, 1905 e 1908); Bacia do Cubango (1886-1889, 1902 e 1906); Bacia do Cunene (1906-1907); Bacia do Alto Zambeze (1895-1896); Entre Zeusa e Dande (1872-1907), etc.

As fronteiras de Angola só são definidas em finais do século XIX, sendo a sua extensão muitíssimo maior do que a do território dos ambundos, a cuja língua o termo Angola anda associado.

Período 1900 - 1960

A exportação da cana do açúcar, em 1914, pouco ultrapassava as 6.749 toneladas. Em 1940 atingia já as 39.433 toneladas. As fazendas e a indústria concentraram-se à volta das cidades de Luanda e de Benguela.
1ª Guerra Mundial-Tropas portugueses em Angola
A exportação de sisal desenvolve-se durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em 1920, foram exportadas pouco mais que 62 toneladas, mas em 1941 atingia-se já as 3.888; dois anos depois, 12.731 e em 1973 registava-se uma exportação de 53.499 toneladas. Estas plantações situavam-se no planalto do Huambo, do Cubal para Leste, nas margens da linha férrea do Dilolo, Bocoio, Bailumbo, Luimbale, Lepi, Sambo, mas também no Cuanza-Norte e Malange.

A exportação de café logo a seguir à segunda guerra mundial abriu um novo ciclo económico em Angola, que se prolonga até 1972, quando a exploração petrolífera em Cabinda começar a dar os seus resultados. A subida da cotação do café no mercado mundial, a partir de 1950, contribuiu decisivamente para o aumento vertiginoso desta produção. Em 1900, as exportações não ultrapassavam as 5.800 toneladas. Em 1930 atingiam as 14.851, 13 anos depois subiam para 18.838. No ano de 1968 Angola exportava 182.954 e quatro anos depois verificava-se o número abismal de 218.681 toneladas.

Para além destes produtos, desenvolve-se a exploração dos minérios de ferro. Em 1957 funda-se a Companhia Mineira do Lobito, que explorava as minas de Jamba, Cassinga e Txamutete. Exploração que cedeu depois à alemã Krupp.

O desenvolvimento destas explorações foi acompanhado por vagas de imigrantes incentivados e apoiados muitas vezes pelo próprio Estado. Entre 1941 e 1950, saíram de Portugal cerca de 110 mil imigrantes com destino às colónias, a maioria fixou-se em Angola. O fluxo migratório prosseguiu nos anos 50 e 60.

Na década de 40, a questão da descolonização dos territórios africanos emerge no plano internacional e torna-se incontornável. Em 1956 é publicado o primeiro manifesto do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Período 1961-1974

No princípio dos anos 60, três movimentos de libertação ( UPA - União das Populações de Angola; FNLA - Frente Nacional de Libertação de Angola; MPLA - Movimento Popular de Libertação de Angola e UNITA - União Nacional para a Independência Total de Angola) desencadearam uma luta armada contra o colonialismo português.

O governo de Salazar, que tinha procurado manter o território como Província Ultramarina, recusou-se sempre a dialogar e prosseguiu sempre na sua defesa como território português. É interessante notar que a França, com o mesmo "truque" conseguiu criar os Departamentos do Ultramar, e manter hoje os seus territórios nas Antilhas, América do Sul, África , Polinésia etc., que embora autónomos, são portanto considerados como territórios da União Europeia.

Tropas portuguesas na guerra do Ultramar
Para África foram mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o conflito armado, Portugal procurou consolidar a sua presença em Angola, promovendo a realização de importantes obras públicas. A produção industrial e agrícola conheceu neste território um desenvolvimento impressionante. A exploração do petróleo de Cabinda iniciou-se em 1968, representando em 1973 cerca de 30% das receitas das exportações desta colónia. Entre 1960 e 1973 a taxa de crescimento do PIB (produto Interno Bruto) de Angola foi de 7% ao ano.

Por curiosidade, segundo escreveu A.H. de Oliveira Marques, na sua História de Portugal, Portugal tinha a situação militar, completamente controlada em Angola, que estava praticamente pacificada em 25 de Abril.

A Guerra Civil 1975 - 2002

Na sequência do 25 de Abril de 1974, abriram-se perspectivas imediatas para a independência deAngola. O novo governo revolucionário português abriu negociações com os três principais movimentos de libertação (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), o período de transição e o processo de implantação de um regime democrático em Angola (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975 ).

A Independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de uma nova guerra aberta. Muito antes do Dia da Independência a 11 de Novembro de 1975, já os três três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre si pelo controlo do país, e em particular da capital, Luanda. Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.

A União Soviética e principalmente Cuba apoiavam o MPLA, que controlava a cidade de Luanda e algumas outras regiões da costa, nomeadamente o Lobito e Benguela. Os cubanos não tardaram adesembarcar em Angola (5 de Outubro de 1975). A África do Sul apoiava a UNITA e invadiu Angola (9 de Agosto de 1975). O Zaire, que apoiava a FNLA, invadiu também este país, em Julho de 1975. AFNLA contava também com o apoio da China, mercenários portugueses e ingleses mas também com o apoio da África do Sul.

Os EUA, que apoiaram inicialmente apenas a FNLA, não tardaram a ajudar também a UNITA. Neste caso, o apoio manteve-se até 1993. A sua estratégia foi durante muito tempo dividir Angola.

Em Outubro de 1975, o transporte aéreo de quantidades enormes de armas e soldados cubanos,organizado pelos soviéticos, mudou a situação, favorecendo o MPLA. As tropas sul-africanas e zairenses retiraram-se e o MPLA conseguiu formar um governo socialista uni-partidário.

Já em 1976, as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como o legítimo representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do Sul.

No meio do caos que Angola se havia tornado, cerca de 800 mil portugueses abandonaram este país entre 1974 e 1976, o que agravou de forma dramática a situação económica.

Morte de agostinho neto (1979) e Jonas Savimbi (2002)

A 27 Maio de 1977, um grupo do MPLA encabeçado por Nito Alves, desencadeou um golpe de Estado que ficou conhecido como Fraccionismo, terminando num banho de sangue que se prolongou por dois anos. Em Dezembro, no rescaldo do golpe, o MPLA realizou o seu 1º Congresso, onde se proclamou como sendo um partido Marxista-Leninista, adoptando o nome de MPLA-Partido do Trabalho.

Agostinho Neto
A guerra continuava a alastrar por todo o território. A UNITA e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. A UNITA começou por ser expulsa do seu quartel-general no Huambo, sendo as suas forças dispersas e impelidas para o mato. Mais tarde, porém, o partido reagrupou-se, iniciando uma guerra longa e devastadora contra o governo do MPLA. A UNITA apresentava-se como sendo anti-marxista e pró-ocidental, mas tinha também raízes regionais, principalmente na população Ovimbundu do sul e centro de Angola.

Agostinho Neto morreu em Moscovo a 10 de Setembro de 1979, sucedendo-lhe no cargo oministro da Planificação, o engenheiro José Eduardo dos Santos.


No início da década de 1980, o número de mortos e refugiados não parou de aumentar. As infra-estruturas do país eram consecutivamente destruídas. Os ataques da África do Sul não paravam. Em Agosto de1981, lançaram a operação "Smokeshell" utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de 200 km na província do Cunene (sul de Angola).

O governo da África do Sul justificou a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Na realidade tratava-se de uma acção de apoio à UNITA, tendo em vista a criação de uma "zona libertada" sob a sua administração. Estes conflitos só terminaram em Dezembro de 1988, quando em Nova Iorque foi assinado um acordo tripartido (Angola, África do Sul e Cuba) que estabelecia a Independência da Namíbia e a retirada dos cubanos de Angola.

A partir de 1989, com a queda do bloco da Ex-União Soviética, sucederam-se em Angola os acordos de paz entre a UNITA e o MPLA, seguidos do recomeço das hostilidades. Em Junho de 1989, em Gbadolite (Zaire), a UNITA e o MPLA estabeleceram uma nova trégua. A paz apenas durou dois meses.
Jonas Savimbi

Em fins de Abril de 1990, o governo de Angola anunciou o reinício das conversações directas com aUNITA, com vista ao estabelecimento do cessar-fogo. No mês seguinte, a UNITA reconhecia oficialmenteJosé Eduardo dos Santos como o Chefe de Estado angolano. O desmoronar da União Soviéticaacelerou o processo de democratização. No final do ano, o MPLA anunciava a introdução de reformas democráticas no país. A 11 de Maio de 1991, o governo publicou uma lei que autorizava a criação de novos partidos, pondo fim ao mono-partidarismo. A 22 de Maio os últimos cubanos saíram de Angola.

Em 31 de Maio de 1991, com a mediação de Portugal, EUA, União Soviética e da ONU, celebraram-se os acordos de Bicesse (Estoril), terminando com a guerra civil desde 1975, e marcando as eleições para o ano seguinte.

As eleições de Setembro de 1992, deram a vitória ao MPLA (cerca de 50% dos votos). A UNITA (cerca de 40% dos votos) não reconheceu os resultados eleitorais. Quase de imediato sucedeu-se um banho de sangue, reiniciando-se o conflito armado, primeiro em Luanda, mas alastrando-se rapidamente ao restante território.

Protocolo de Lusaka

Em Novembro de 1994, celebrou-se o Protocolo de Lusaka, na Zâmbiaentre a UNITA e o Governo de Angola (MPLA). A paz parecia mais do que nunca estar perto de ser alcançada. A UNITA usou o acordo de paz deLusaka para impedir mais perdas territoriais e para fortalecer as suas forças militares. Em 1996 e 1997 adquiriu grandes quantidades de armamentos e combustível, enquanto ia cumprindo, sem pressa, vários dos compromissos que assumira através do Protocolo de Lusaka.

Entretanto o Ocidente passara a apoiar o governo do MPLA, o que marcou o declínio militar e político da UNITA, com este movimento a ter cada vez mais dificuldades em financiar as suas compras militares, perante o avanço no terreno das FAA, e dado o embargo internacional e diplomático a que se viu votada.

Em Dezembro de 1998, Angola retornou ao estado de guerra aberta, que só parou em 2002, com a morte de Jonas Savimbi (líder da Unita).

Com a morte do líder histórico da UNITA, este movimento iniciou negociações com o Governo de Angola com vista à deposição das armas, deixando de ser um movimento armado, e assumindo-se como mera força política

Angola, Geografia

Angola situa-se na costa atlântica Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e o Congo.Também faz fronteira com a República Democrática do Congo e a Zâmbia, a oriente. O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia chegando praticamente até Luanda, um planalto interior húmido, uma savana seca no interior sul e sueste, e floresta tropical no norte e em Cabinda.


O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia. Existe uma estação das chuvas curta, que vai de Fevereiro a Abril. Os verões são quentes e secos, os Invernos são temperados.

As terras altas do interior têm um clima suave com uma estação das chuvas de Novembro a Abril, seguida por uma estação seca, mais fria, de Maio a Outubro. As altitudes variam bastante, encontrando-se as zonas mais interiores entre os 1.000 e os 2.000 metros. As regiões do norte e Cabinda têm chuvas ao longo de quase todo o ano. A área de Angola é de 1.246.700 kms quadrados.

Angola de hoje - Política

Eduardo dos Santos
Actualmente, o poder político de Angola está concentrado na Presidência. O ramo executivo do governo é composto pelo presidente (actualmente José Eduardo dos Santos), pelo primeiro-ministro (actualmente Fernando da Piedade Dias dos Santos) e pelo Conselho de Ministros. O Conselho de Ministros, composto por todos os ministros e vice-ministros do governo, reúne-se regularmente para discutir os assuntos políticos do país.

Os governadores das 18 províncias são nomeados pelo presidente e executam as suas directivas. A Lei Constitucional de 1992 estabelece as linhas gerais da estrutura do governo e enquadra os direitos e deveres dos cidadãos.

O sistema legal baseia-se no português e na lei do costume, mas é fraco e fragmentado. Existem tribunais só em 12 dos mais de 140 municípios do país. Um Supremo Tribunal serve como tribunal de apelação. Um Tribunal Constitucional com poderes de revisão judicial nunca foi constituído apesar de existir autorização estatutária.

Cidade de Luanda em 2013
Estragos da guerra civil

A guerra civil de 26 anos causou grandes danos às instituições políticas e sociais do país. As Nações Unidas estimam em 1,8 milhões o número de pessoas internamente deslocadas, enquanto que o número mais aceite entre as pessoas afectadas pela guerra atinge os 4 milhões. As condições de vida quotidiana em todo o país e especialmente em Luanda (que tem uma população de cerca de 4 milhões, embora algumas estimativas não oficiais apontem para um número muito superior) espelham o colapso das infra-estruturas administrativas bem como de muitas instituições sociais.

A grave situação económica do país inviabiliza um apoio governamental efectivo a muitas instituições sociais. Há hospitais sem medicamentos ou equipamentos básicos, há escolas que não têm livros e é frequente que os funcionários públicos não tenham à disposição aquilo de que necessitam para o seu trabalho.

O presidente anunciou a intenção do governo de organizar eleições em 2008. Estas serão as primeiras eleições desde 1992 e servirão para eleger um novo presidente e uma nova Assembleia Nacional.

A população de Angola é de 12.263.00 habitantes (2007), o seu PIB é de 53.929 milhões de dólares, e o seu rendimento "per capita" de 4.500 dólares. O seu IDH (índice de desenvolvimento humano) é de 0,439 (2004), considerado baixo.

Curiosidade  

Angola está situada na África em frente ao Brasil, que como se sabe fica na América do Sul. Estão separados por cerca de 5.300 kms de Oceano Atlântico. Os dois países têm uma área somada de cerca de 10.000.000 de kilometros quadrados, e cerca de 200 milhões de habitantes, falando a mesma língua, a Língua Portuguesa !

Estes 10.000.000 de Kms quadrados, são os TERRITÓRIOS COM MAIOR RIQUEZA POTENCIAL DO MUNDO, na agricultura, ganadaria, recursos naturais como petróleo, ouro, diamantes, ferro, alumínio, etc., e até mesmo na industralização, principalmente o Brasil. Os antigos portugueses souberam escolher bem, os locaís onde se instalaram e colonizaram !

Economia

A economia de Angola caracteriza-se por ser predominantemente agrícola, sendo o café sua principal cultura. Seguem-se-lhe cana-de-açúcar, sisal,milho, óleo de coco e amendoim. Entre as culturas comerciais, destacam-se oalgodão, o tabaco e a borracha. A produção de batata, arroz, cacau ebanana é relativamente importante. Os maiores rebanhos são de gado bovino, caprino e suíno.


Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério deferro; possui também jazidas de cobre, manganésio, fosfatos, sal, mica,chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamante estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Lunda. Importantes jazidas depetróleo foram descobertas em 1966, ao longo de Cabinda, assegurando ao país a auto-suficiência. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.

As principais indústrias do território são as de transformação de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco. Merece destaque, também, a produção deaçúcar, cerveja, cimento e madeira, além da refinação de petróleo. Entre as indústrias destacam-se as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril é alimentado por cinco centrais hidroeléctricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.

O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é o caminho de ferro de Benguela, que faz a ligação com as linhas de Catanga, na fronteira com o Zaire.

A rede rodoviária, em sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades. Os portos mais movimentados são os de Luanda, Benguela,Lobito, Moçâmedes e Cabinda.

O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contacto com outras cidades africanas e europeias.

Países Lusófonos - Brasil
Veja-se Resumo da História do Brasil
http://historia-portugal.blogspot.pt/2008/01/resumo-da-historia-do-brasil.html

Países Lusófonos - Cabo Verde

Cabo Verde é um país africano, arquipélago de origem vulcânica, constituído por dez ilhas. Está localizado no Oceano Atlântico, a 640 km a oeste de Dacar, Senegal. Outros vizinhos são a Mauritânia, a Gâmbia e a Guiné-Bissau, ou seja, todos na faixa costeira ocidental da África que vai do Cabo Branco às ilhas Bijagós.


Foi descoberto em 1460 por Diogo Gomes ao serviço da coroa portuguesa, que encontrou as ilhas desabitadas e aparentemente sem indícios de anterior presença humana. Foi colónia de Portugal desde o século XV até sua independência em 1975.

História

Arquipélago que pertenceu a Portugal desde a sua descoberta, como ainda hoje pertencem os arquipélagos dos Açores e da Madeira, tornou-se independente em 1975 e é hoje uma república parlamentarista.

Foi descoberto em 1460 por Diogo Gomes ao serviço da coroa portuguesa, que encontrou as ilhas desabitadas e aparentemente sem indícios de anterior presença humana. Começaram a ser colonizadas por Portugal por meio do sistema de Capitanias hereditárias dois anos mais tarde, trazendo escravos da costa da África para plantar algodão, árvores frutíferas e cana-de-açúcar para ilha de Santiago. 


Diogo Gomes

Nessa ilha fundaram a cidade de Ribeira Grande, que se tornou muito importante para o comércio de escravos. A importância da cidade cresceu de tal maneira que, em 1541, foi atacada por piratas e, em1585, pelos ingleses. Depois de um forte ataque pirata francês, no ano de 1712, a cidade foi abandonada.

A posição estratégica das ilhas nas rotas que ligavam Portugal ao Brasil e ao resto da África contribuíram para o facto dessas serem utilizadas como entreposto comercial e de aprovisionamento. Abolido o tráfico de escravos em 1876, o interesse comercial do arquipélago para a metrópole decresceu, só voltando a ter importância a partir da segunda metade do século XX. No entanto já tinham sido criadas as condições para o Cabo Verdede hoje: europeus e escravos africanos uniram-se numa simbiose, criando um povo de características próprias.
Política

Cabo Verde é uma república democrática parlamentarista, com regime multipartidário. O governo é baseado na constituição de 1980, que institui o regime de partido único, revista em 1990 para introduzir o multipartidarismo e em 1992para ajustá-la na totalidade com os valores da democracia multipartidária. 

As eleições são presidenciais (para eleger o Presidente da República) e legislativas (para eleger os deputados nacionais), que são eleitos para mandatos de cinco anos. O presidente do partido com maioria na Assembleia Nacional (Parlamento) é empossado como Primeiro-ministro. Apesar de ainda não haver ocorrido, há a possibilidade de o Presidente da República ser de um partido e o Primeiro-ministro de outro.

O Presidente da República, a Assembleia Nacional e o Conselho Superior da Magistratura Judiciária (esses também eleitos pela Assembleia Nacional) participam na eleição dos membros do Supremo Tribunal da Justiça

Divisão administrativa

Cabo Verde está dividido em 22 concelhos: Boa Vista, Brava, Maio, Mosteiros, Paul, Porto Novo, Praia, Ribeira Grande, Sal, Santa Catarina, Santa Cruz, São Domingos, São Filipe, São Miguel, São Nicolau, São Vicente,Tarrafal.

Pelourinho
No primeiro semestre de 2005 foi aprovada pela Assembleia Nacional (Parlamento) cabo-verdiana a constituição de 5 novos concelhos (já incluídos nos 22 acima referidos): Ribeira Grande de Santiago, até agora chamada de Cidade Velha, São Lourenço dos Órgãos, São Salvador do Mundo, (todos na ilha de Santiago); na ilha do Fogo, Santa Catarina do Fogo; e na ilha de São Nicolau, Tarrafal de São Nicolau.

A capital Praia (Santiago) e Mindelo (São Vicente) são as duas cidades principais A área total de Cabo Verde é de 4.033 Kms quadrados e a população de 475.948 habitantes. O PIB é de 600 milhões de dólares e o PIB per capita de 1.400 dólares.

Os cabo-verdianos são descendentes de antigos escravos africanos e dos seus senhores portugueses. Grande parte dos cabo-verdianos emigra para o estrangeiro, principalmente para os EUA e Portugal. Um facto curioso é que há mais cabo-verdianos a residir no estrangeiro que no próprio país.

Geografia

Cabo Verde é um arquipélago localizado ao largo da costa da África Ocidental. As ilhas vulcânicas que o compõem são pequenas e montanhosas. Existe um vulcão ativo, na ilha do Fogo, que é igualmente o ponto mais elevado do arquipélago, com 2829 m. O país é constituído por 10 ilhas, das quais 9 habitadas, e vários ilhéus desabitados, divididos em dois grupos:

A - Ao Norte, as ilhas de Barlavento. Relacionando de oeste para leste: Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia (desabitada), São Nicolau, Sal e Boa Vista. Pertencem ainda ao grupo de Barlavento os ilhéus desabitados de Branco e Razo, situados entre Santa Luzia e São Nicolau, o ilhéu dos Pássaros, em frente à cidade de Mindelo, na ilha deSão Vicente e os ilhéus Rabo de Junco, na costa da ilha do Sal e os ilhéus de Sal Rei e do Baluarte, na costa da ilha de Boa Vista;B - Ao sul, as ilhas de Sotavento.


Enumerando de leste para oeste: Maio, Santiago, Fogo e Brava. O ilhéu de Santa Maria, em frente à cidade de Praia, na Ilha de Santiago; os ilhéus Grande, Rombo, Baixo, de Cima, do Rei, Luiz Carneiro e o ilhéu Sapado, situados a cerca de 8 km da ilha Brava e o ilhéu da Areia, junto à costa dessa mesma ilha.

As maiores ilhas são a de Santiago a sueste, onde se situa Praia, a capital do país, e ailha de Santo Antão, no extremo noroeste. Praia é também o principal aglomerado populacional do arquipélago, seguida por Mindelo, na ilha de São Vicente.

Clima

O arquipélago de Cabo Verde está localizado na zona sub-saheliana, com um clima árido ou semi-árido. O oceano e os ventos alíseos moderam a temperatura. A média anual raramente é superior a 25 °C e não desce abaixo dos 20 °C. A temperatura da água do mar varia entre 21 °C em Fevereiro e 25 °C em Setembro.

As estações do ano são fundamentalmente duas: as-águas e as-secas ou tempo das brisas.


A estação chuvosa, de Agosto a Outubro, é muito irregular e geralmente com fraca pluviosidade, em especial nas ilhas de São Vicente e Sal, onde tem havido vários anos seguidos sem chuva. 

As ilhas mais acidentadas, como Santo Antão, Santiago e Fogo, beneficiam de maior pluviosidade.

A estação mais seca, de Dezembro a Julho, é caracterizada por ventos constantes. A chamada bruma seca, trazida pelo vento harmatão das areias do Saara, chega a provocar a interrupção dos serviços nos aeroportos.

Países Lusófonos - Goa

Goa é um estado da Índia. Situa-se entre Maharashtra a norte e Karnataka a leste e sul, na costa do Mar da Arábia, a cerca de 400 km a sul de Bombaim. É o menor dos estados indianos em território e quarto menor em população, e o mais rico em PIB per capita da Índia.

A sua língua oficial é o concani, mas ainda existem pessoas neste estado que falam português, devido ao domínio de Portugal na região por mais de 400 anos. As suas principais cidades são Betul Beach, Cape Rama, Chauri (Canacona), Mapusa, Margão (Madgaon, pronúncia aproximada em concanim) e Panaji(ou Pangim, antigo nome português). Goa, a partir de 1510, foi a capital do Estado Português da Índia, tendo sido integrada pela força na União Indiana em 1961.

As suas igrejas e conventos encontram-se classificadas como Património da Humanidade pela UNESCO.

Presença portuguesa

Goa foi cobiçada por ser o melhor porto comercial da região. A primeira investida portuguesa deu-se em1510, de 4 de Março a 20 de Maio. Nesse mesmo ano, em uma segunda expedição, a 25 de Novembro,Afonso de Albuquerque, auxiliado pelo corsário hindu Timoja, tomou Goa aos árabes, que se renderam sem combate, por o sultão se achar em guerra com o Decão.

Nesse período, um cronista português descreve Goa, no período de 1512-1515:Com a derrota dos muçulmanos da região, em 1553 um quinto dela estava sob domínio português, recebendo o nome de «Velhas Conquistas». Os governadores portugueses da cidade pretendiam que fosse uma extensão de Lisboa no Oriente e para tal criaram algumas instituições e construíram-se várias Igrejas para expandir o cristianismo e fortificações para a defender de ataques externos

Igreja Sta. Catarina

A partir de meados do século XVIII verifica-se um alargamento dos territórios de Goa, que passam a integrar as «Novas Conquistas».

Com a chegada da Inquisição (1560–), muitos dos residentes locais foram convertidos violentamente ao Cristianismo por missionários, ameaçados com castigos ou confisco de terra, títulos ou propriedades. Para escapar a Inquisição milhares de goeses fugiram e estabeleceram-se nas cidades vizinhas de Mangalore e Karwar.

A decadência do porto no século XVII foi consequência das derrotas militares dos portugueses para a Companhia Neerlandesa das Índias Orientais dos Países Baixos no Oriente, tornando o Brasil e, mais tarde, no século XIX, as colónias africanas, o centro económico de Portugal. Houve dois curtos períodos de dominação britânica (1797-1798 e 1802-1813) e poucas outras ameaças externas após este período.

Durante o domínio britânico na Índia, muitos habitantes de Goa emigraram para Mumbai, Calcutá, Puna, Karachi e outras cidades. O isolamento de Goa diminuiu com a construção das vias férreas a partir de 1881, mas a emigração em busca de melhores oportunidades económicas aumentou.

Em 1900 Goa teve seu primeiro jornal bilingue gujarati-português.

A independência 

No contexto da descolonização, após os Ingleses terem deixado a Índia (1947) e osFranceses Pondicherry (1954), o governo português, liderado por António de Oliveira Salazar, recusou-se a negociar com a Índia. Por essa razão, de 18 para 19 de Dezembro de1961 uma força indiana de 40.000 soldados conquistou Goa, encontrando pouca resistência. À época, o Conselho de Segurança da ONU considerou uma resolução que condenava a invasão, o que foi vetado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A maioria das nações reconheceram a acção da Índia, mas Portugal apenas a reconheceu após a Revolução dos Cravos, em 1974.

A ação missionária em Goa

Goa destacou-se por ter sido sede de duas grandes acções civilizadoras portuguesas no Oriente: a religiosa e a educacional. Foi considerada a "Roma do Oriente", erigida em Sé Metropolitana das dioceses de Moçambique, Ormuz, Cochim, Meliapor, Malaca, Nanquim e Pequim naChina, e Funay no Japão, a partir de 4 de Fevereiro de 1557.


Dali partiram para o apostolado os grandes vultos do catolicismo português no Oriente, como São Francisco Xavier e São João de Brito.

No que tange à acção educacional, em Goa foram erguidas inúmeras escolas e liceus, uma escola médica e institutos profissionais e técnicos.

Vultos das letras portuguesas como o poeta Luís Vaz de Camões ("Os Lusíadas"), Garcia de Orta ("Colóquio dos Simples") e Manuel Maria Barbosa du Bocage, ali redigiram parte das suas obras.

Clima e geografia

Com uma área de 3702 quilómetros quadrados, seu território se estende pelo Concão (a costa oeste indiana) por 101 quilómetros de litoral, e, mais ao interior, encontram-se as montanhas chamadas Gates Ocidentais, cuja maior elevação é o monte Songosor, de 1167 metros. OMandovi, o Zuari, o Terekhol, o Rio Chapora e o Rio Sal são os principais rios de Goa. Goa tem mais que quarenta ilhas estuarinas, oito ilhas marinhas e dezanove ilhas de rio.

Residência Goesa

Goa, estando na zona tropical e na costa do Mar Arábico, tem um clima quente e húmido em quase todo o ano. O mês de Maio é o mais quente, com temperaturas de aproximadamente 35 °, aliadas a altas humidades.

As chuvas de monção chegam no começo de Junho e representam um alívio no calor forte do período. Essas chuvas duram até Setembro. Goa tem, ainda, uma pequena estação fresca entre o meio de Dezembro e Fevereiro. Estes meses têm noites com temperaturas de 20 °C e dias quentes com 29 °C aproximadamente, com moderadas rajadas de chuva

Idiomas

O idioma oficial de Goa é a língua concani. Depois que Portugal deixou de comandar Goa, o concani e a língua marata são os idiomas mais falados no estado. O concani, no estado, é o idioma primordial; depois, vêm a língua inglesa e a língua marata que são usados para propósitos educacionais, oficiais e literários. Outras línguas incluem a língua hindi, a língua portuguesa e a língua canaresa

Demografia

O gentílico de Goa é o goês ou a goesa na língua portuguesa, Goenkar em concani e Govekar na língua marata. Goa tem uma população de 1,344 milhões de habitantes, o que o torna o quarto menor estado indiano em relação à habitação (depois somente dos estados de Siquim,Mizoram e Arunachal Pradesh). A população tem crescido 14,9% por década e há 363 pessoas para cada quilômetro quadrado de sua superfície total. 49,77% de sua população vive em áreas urbanas. O Sex. ratio do estado é de 960 mulheres para 1000 homens.

O hinduísmo (65,8%), o cristianismo (26,7%) e o Islã (6,8%) são as três maiores religiões goesas. O Catolicismo Romano atingiu Goa quandoPortugal controlava o estado, sendo que a Inquisição fez com que muitos se tornassem católicos. Há ainda uma pequena comunidade judaicaem Goa.

As maiores cidades do estado são Vasco da Gama (Goa), Margão, Pangim, Mormugão e Mapusa

Países Lusófonos - Guiné

A Guiné-Bissau é um país localizado na costa ocidental de África, estendendo-se, no litoral, desde o Cabo Roxo até a ponta Cagete. Faz fronteira, a norte, com o Senegal, a este e sudeste com a Guiné e a sul e oeste com o Oceano Atlântico. 

Além do território continental, o país integra ainda cerca de oitenta ilhas que constituem o arquipélago dosBijagós, separado do Continente pelos canais do rio Geba, Pedro Álvares, Bolama eCanhabaque.

Foi uma colónia de Portugal, desde o século XV até à sua independência, em 1974. O primeiro navegador e explorador português a chegar à Guiné-Bissau foi Álvaro Fernandes em 1446. 

A vila de Bissau foi fundada em 1697, como fortificação militar e entreposto de tráfico negreiro, que mais tarde viria a ser elevada a cidade, e a capital daGuiné-Bissau após sua independência. Faz parte da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), Nações Unidas, PALOP e União Africana


História

Guiné-Bissau foi previamente uma parte do reino de Gabu, pertencente ao Império Mali; partes do reino existiram até o século XVIII. Apesar dos rios e costa dessa área terem sido uma das primeiras partes colonizadas pelos portugueses, o interior só foi explorado a partir do século XIX. Uma rebelião começada em 1956 pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), liderado por Amilcar Cabral, consolidou o seu controle sobre o país em 1973. 

Independência foi declarada unilateralmente em 24 de Setembro de 1973, e só reconhecida na Revolução dos Cravos, em 1974. O país foi controlado por um conselho revolucionário até 1984. 

As primeiras eleições pluripartidárias aconteceram em 1994, mas um golpe militar em 1998depôs o presidente e mergulhou o país numa guerra civil (1998-1999). Eleições novamente ocorreram e em 2000, Kumba Yala foi eleito.

Em Setembro de 2003, outro golpe militar aconteceu, e desta vez o presidente Yala foi preso, alegando-se que ele era incapaz de resolver problemas. Após ter sido adiada por inúmeras vezes, eleições legislativas aconteceram em Abril de 2004. Um motim em diversas facções das forças armadas em Outubro de 2004 resultou na morte do comandante mor das forças do país, causando comoção por todo o país.

Em 2005 houve novas eleições presidenciais ganhas por João Bernardo "Nino" Vieira(o presidente deposto em 1998), ainda que envoltas em polémica.

Política

Na Guiné-Bissau, em 1989, o partido em comando, Partido Africano pela independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) sob o controlo do presidente Vieira começou o esboço de um programa de liberalização política, reformas essas que abriram caminho para uma democracia pluripartidária que incluiu a exclusão de vários artigos da constituição que privilegiavam o papel de liderança exercido pelo PAIGC. Leis foram ratificadas para permitir a formação de outro partidos políticos, livre imprensa, e sindicatos independentes com permissão para fazer greves.

As primeiras eleições pluripartidárias para presidente e parlamento na Guiné-Bissau aconteceram em 1994. Logo após o fim da guerra civil 1998-1999, novas eleições foram convocadas, levando ao poder Kumba Yalá, líder oposicionista e seu partido, PRS. O PRS actualmente ocupa 28 dos 102 assentos na Assembleia Nacional e 18 dos 25 gabinetes de governo.Yalá foi deposto em um pacífico golpe em Setembro de 2003, Henrique Rosa assumiu o posto. A transição da Guiné-Bissau de volta à democracia será complicada pela sua debilitada economia, devastada pela guerra civil.


Feriado nacional: Independência, 24 de Setembro (1973)

Constituição: 16 de Maio de 1984, revisada em: 4 de Maio de 1991, 4 de Dezembro de 1991, 26 de Fevereiro de 1993, 9 de Junho de 1993, e 1996

Sufrágio: Universal a partir dos 18 anos. A área da Guiné é de 36.120 Kms quadrados e a sua população de 1.345.479 habitantes.
Economia

Guiné-Bissau está entre as nações menos desenvolvidas do globo e entre os 20 países mais pobres, e depende fortemente da agricultura e da pesca. O preço das castanhas de caju aumentou invejavelmente em anos recentes, e hoje o país encontra-se em sexto na produção mundial do produto. A Guiné-Bissau exporta peixe e mariscos juntamente com amendoim, semente de palma e madeira. As licenças para a pesca são uma fonte de receitas do governo. O arroz é o cereal mais produzido e comida típica.

As lutas intermitentes entre as tropas revolucionárias apoiadas pelo Senegal e a junta militar que controlava o país destruiu grande parte das infra-estruturas do país e causaram danos em todas as suas regiões em 1998; a guerra civil fez cair o PIB em 28% naquele ano, com uma recuperação parcial em 1999. A produção agrícola caiu à volta de 17% durante o conflito, assim como a produção de castanhas de caju caíram até 30%. Piorando a situação, no ano 2000 o preço das castanhas caíram em 50% no mercado internacional, aumentando a devastação começada com a guerra civil.

Antes da guerra, as reformas mais bem sucedidas do governo foram a reforma comercial e a liberalização dos preços, tudo sob a tutela do FMI (Fundo Monetário Internacional). A austeridade fiscal e o incentivo ao desenvolvimento do sector privado deram novo fôlego à economia. Após a guerra civil, as medidas de recuperação lançadas pelo governo (novamente com a ajuda do FMI e também do Banco Mundial) trouxeram alento à debilitada economia e recuperaram o PIB em 8% em 1999. 

Em Dezembro de 2000 a Guiné-Bissau tentou uma ajuda internacional de de U$800 milhões para a estratégia de redução da pobreza, que deverá ser colocado em prática em 2002. O país só começará a receber boa parte da quantia quando responder a necessidades básicas da população, condições para o empréstimo.

Devido aos altos custos, a prospecção de petróleo e de fosfato e outros recursos minerais não são objectivos de curto prazo.

Cultura

Guiné-Bissau possui uma herança cultural bastante rica e diversificada. Esta cultura, que varia de etnia para etnia, passando desde a diferença linguística, a dança, a expressão artística, a profissão, a tradição musical até as manifestações culturais.

A dança é, contudo, uma verdadeira expressão artística dos diferentes grupos étnicos.

Os povos animistas caracterizam-se pelas suas belas e coloridas coreografias. No dia a dia, estas fantásticas manifestações culturais podem ser observadas na altura das colheitas, dos casamentos, dos funerais, das cerimónias de iniciação.

Nas cidades, a música é dominada pelo conhecido gumbe Guineense. O Carnaval guineense é completamente original, com características próprias, tem evoluído bastante, constituindo uma das maiores manifestações culturais do País.





Clima

A Guiné-Bissau tem um clima tropical. Situada sensivelmente a meia distância entre o equador e o trópico de Câncer, a Guiné-Bissau tem um clima quente e húmido característico das regiões tropicais. Tem duas estações: a quente e da da época das chuvas. 

A época das chuvas começa em meados do mês de Maio e estende-se até meados de Novembro. Os meses de maior pluviosidade são Julho e Agosto. A estação seca e fresca corresponde aos restantes meses do ano. Os meses de Dezembro e Janeiro são os mais frescos. No entanto, as temperaturas são muito elevadas durante todo o ano. 
Países Lusófonos - Macau

Antes da chegada dos portugueses

Através de estudos arqueológicos, foram descobertos muitos artefactos que indicam que os chineses já se tinham estabelecido em Macau entre quatro e seis mil anos atrás e em há cinco mil anos atrás.

Templo de A-Má
Durante a Dinastia Ming, muitos pescadores oriundos de Cantão e de Fujianestabeleceram-se em Macau e foram eles que construíram o famoso Templo de A-Má. Uma das maiores e mais importantes povoações chinesas localizava-se emMong-Há. Pensa-se que o templo mais antigo de Macau, o Templo de Kun Iam , localizava-se precisamente nesta região do Norte de Macau.

Os primeiros tempos da colónia portuguesa (séc. XVI)

Macau, mesmo naquela altura já povoada por um número considerável de chineses (na sua maioria pescadores), só floresceu com a chegada dos portugueses. Eles estabeleceram-se em Macau entre 1553 e 1554, sob o pretexto de secar a sua carga. O primeiro português a chegar ao Sudeste da China foi Jorge Álvares, em1513. A esta visita seguiu-se o estabelecimento ilegal e temporário na área de inúmeros comerciantes portugueses construindo edifícios de apoio. A eles ainda não tinha sido dada permissão para permanecer em Macau.

Jorge Álvares


Em 1557, as autoridades chinesas deram finalmente autorização para os portugueses se estabelecerem em Macau, concedendo-lhes um considerável grau de auto-governação.

Contudo, elas defendiam que Macau era parte integrante doImpério Celeste, motivo pelo qual os portugueses foram obrigados a pagar aluguer e certos impostos às autoridades chinesas, desde de 1573.

Esta é uma das versões mais aceites sobre o estabelecimento dos portugueses em Macau.

Para supervisionar o estabelecimento português em Macau, nomeadamente no que diz respeito à recolha de impostos, as autoridades chinesas de Cantão enviavam um grupo de funcionários chineses, os mandarins, e estes exerciam uma grande influência na administração de Macau.

Porto importante de comércio

O estabelecimento comercial português tinha um valor imenso, especialmente quando as autoridades da China proibiram o comércio directo com o Japão por mais de cem anos, ao mesmo tempo os portugueses ganharam o monopólio do comércio entre a China, o Japão e a Europa. Nestas circunstâncias, Macau tornou-se num porto importante de comércio entre estas 3 regiões

Assim nasceu Macau, o primeiro entreposto comercial europeu (depois cultural e religioso) entre o Ocidente e o Oriente. O seu nome parece ter origem no nome do templo da deusa A-Má; Amagau (Baía de A-Má), Amacao, Macao e, por fim, Macau.

Catolicismo

Para além de ser um entreposto comercial, Macau desempenhou também um papel activo e fulcral na disseminação doCatolicismo, ao tornar-se num importante ponto de formação e de partida de missionários católicos para os diferentes países do Extremo Oriente, principalmente para a China. Por este motivo, o Papa Gregório XIII criou, em 1576, a Diocese de Macau, com sede obviamente em Macau. Estes missionários desempenharam também um papel importante no intercâmbio cultural, científico e artístico entre a China e o Ocidente, e no desenvolvimento da cultura e da educação de Macau.

O Leal Senado

Em 1583, foi criada o Leal Senado, a sede e o símbolo do poder e do governo local, pelos moradores portugueses, mais precisamente pelos comerciantes, de Macau. Este organismo político, considerado como a primeira câmara municipal de Macau, foi fundada com o objectivo de proteger o comércio controlado por Macau, de estabelecer ordem e segurança para esta cidade e de resolver os assuntos e problemas quotidianos. Apesar de a partir de 1623 Macau passar a ter umGovernador português, o Leal Senado, até à primeira metade do século XIX, continuou a manter uma grande autonomia e a exercer um papel fundamental na administração da cidade.

Ataques dos holandeses

Macau foi atacada pelos holandeses (inimigos de Espanha e simultaneamente inimigos de Portugal) no dia 22 de Junho de1622, por oitocentos soldados que desembarcaram na praia de Cacilhas. Após dois dias de combate, no dia 24 de Junho, a guarnição militar de Macau (composta por aproximadamente 200 soldados e por algumas fortalezas, nomeadamente aFortaleza do Monte e a Fortaleza da Guia) derrotou as forças invasoras.

Segundo os registos portugueses, morreram algumas dezenas de portugueses e cerca de 350 holandeses. Para Macau, desprevenida, a vitória foi considerada um milagre.

Do século XVII ao XVIII

Após esta tentativa de invasão holandesa, o Governo de Lisboa, a partir de 1623, passou a enviar um Governador português para Macau. Antes da sua chegada, esta pequena cidade era administrada e governada directamente pelo Leal Senado, a primeira câmara municipal de Macau. A pequena guarnição militar de Macau foi também reforçada. Mas, mesmo assim, o poder local, residido no Leal Senado, continuou a manter uma grande autonomia relativamente ao poder central metropolitano de Lisboa, representado em Macau pelo Governador, e continuou a exercer um papel fundamental na administração da Cidade.

De todas as colónias e territórios que o império português teve ao longo da história, Macau foi a única a ter sempre a bandeira portuguesa içada, mesmo durante a ocupação filipina em Portugal (1580-1640). Por isso D. João IV,Rei de Portugal, recompensou este acto de confiança e lealdade gratificando Macau, em 1654, com o título de Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal.

Em Macau, foi construído o primeiro farol do mar do Sul da China, o farol da Guia, situado no monte da Guia (a colina mais elevada da península de Macau). Entrou em funcionamento em 1865.

Farol da Guia

A importância do porto de Macau foi muito reduzida na Primeira Guerra de Ópio em 1841 quando Hong Kong se tornou no porto ocidental mais importante na China.

Portugal, vindo a já evidenciada fraqueza do Império Chinês e crescente influência (e ameaça ao equilíbrio da região) britânica, começou a preocupar-se finalmente no reforço da soberania portuguesa em Macau, na definição das estruturas político-administrativas da Cidade e no ingresso de Macau na organização administrativa ultramarina portuguesa.

Este desejo português de prevenir que Macau caia nas mãos de outras potências europeias foi concretizado no dia 20 de Setembro de 1844, com a promulgação de um Decreto real assinado pela Rainha D. Maria II. Este documento definia que o Governador era o principal órgão político-administrativo da Cidade e não o Leal Senado.

Após este decreto, sucederam-se uma série de acontecimentos: os portugueses radicados deixaram de pagar impostos aos chineses e o aluguer de Macau; Portugal declarou a cidade como um porto franco em 1845; o Governador João Ferreira do Amaral abalou definitivamente o poder dos mandarins sobre Macau; e, finalmente, em 1849, aboliu o Ho-pu,culminando o processo do reforço da soberania portuguesa.

Na primeira metade do século XIX, os portugueses ocuparam a parte Norte de Macau (naquela altura ocupada pelos chineses) e expandiram também o seu domínio para a ilha de Taipa em 1851 e a ilha de Coloane em 1864. Eles começaram também a expandir a sua influência às ilhas vizinhas Lapa, Dom João e Montanha.

Durante a segunda metade do século XIX, o Governo Imperial Chinês da Dinastia Qing tornou-se ainda mais vulnerável e mais submetido à influência das principais potências europeias. Aproveitando-se desta situação, em 1887, Portugal diligenciou junto do Governo Chinês a assinatura do "Tratado de Amizade e Comércio Sino-Português", o qual reconhece e legitima a ocupação perpétua de Macau e das suas dependências pelos portugueses.

1999 Transferência de soberania
O Clima

No que respeita ao clima,, Macau está na área das monções e o seu clima é considerado subtropical húmido, sendo considerado temperado e chuvoso no Verão, a estação de ano mais longa de Macau. Nesta estação de ano, isto é, entre Maio e Outubro, são frequentes as chuvas intensas, as trovoadas e os tufões (as tempestades tropicais), bem como os elevados valores da precipitação e da temperatura. Quando está hasteado o sinal nº 8 do Código local de Tempestades Tropicais, são interrompidas as ligações marítimas e aéreas com o exterior. A última vez que tal ocorreu foi a 19 de Abril de 2008, na passagem do tufão Neoguri (, em coreano a ciclone tropical e sua aproximação de Macau.

A época mais agradável do ano é o Outono, que começa em Outubro, altura em que o Interior da China começa a arrefecer. Nesta época, o clima é quase sempre ameno e o céu limpo. Mas, infelizmente, esta estação é muito curta e acaba no mês de Dezembro, altura em que, nalgumas vezes, as massas de ar frio vindas do Interior da China (norte de Macau) atingem Macau, arrefecendo a sua temperatura

Demografia

Em 2007, a população de Macau contava com cerca de 538 mil habitantes e é a cidade com maior densidade populacional (18.811 habitantes por km²) do mundo.

Em 2006, cerca de 93,9% da população era de nacionalidade chinesa, sendo a maioria dos restantes (6,1%) de nacionalidade portuguesa(1,7%) e de nacionalidade filipina (2%) . Relativamente à origem da população residente, em 2006, cerca de 94,3% tem uma ascendência somente chinesa e 5,7% de outras ascendências. Nesta última categoria, incluem-se os residentes com uma ascendência chinesa e portuguesa (0,8%); com uma ascendência chinesa, portuguesa e outra (0,1%); com uma ascendência portuguesa (0,6%); e com uma ascendência portuguesa e outra (0,1%).

O Centro Histórico de Macau” 

Ruinas de São Paulo
“O Centro Histórico de Macau” constitui uma representação ainda existente do povoado histórico que marcou os primórdios da cidade, envolvendo legados arquitectónicos entrelaçados no tecido urbano original da mesma, que inclui ruas e praças, tais como o Largo da Barra, o Largo do Lilau, o Largo de Santo Agostinho, o Largo do Senado, o Largo da Sé, o Largo de S. Domingos, o Largo da Companhia de Jesus e o Largo de Camões.


Estas praças principais e ambientes urbanos estabelecem a ligação entre uma sucessão de mais de vinte monumentos, que incluem o Templo de A-Má, o Quartel dos Mouros, a Casa do Mandarim, a Igreja de S. Lourenço, a Igreja e Seminário de S. José, o Teatro D. Pedro V, a Biblioteca Sir Robert Ho Tung, a Igreja de Santo Agostinho, o Edifício do Leal Senado, o Templo de Sam Kai Vui Kun.,

A Santa Casa da Misericórdia, a Igreja da Sé, a Casa de Lou Kau, a Igreja de S. Domingos, as Ruínas de S. Paulo, o Templo de Na Tcha, a Secção das Antigas Muralhas de Defesa, a Fortaleza do Monte, a Igreja de Santo António, a Casa Garden, o Cemitério Protestante e a Fortaleza da Guia (incluindo a Capela e Farol da Guia), sendo conhecidos no seu conjunto como “O Centro Histórico de Macau”.

Moçambique - Países Lusófonos

Moçambique é um país da África Austral, situado na costa do Oceano Índico, com cerca de 20 milhões de habitantes (2004). Foi uma colóniaportuguesa, que se tornou independente em 25 de Junho de 1975.

A história de Moçambique encontra-se documentada pelo menos a partir do século X, quando um estudioso viajante árabe, Al-Masudi descreveu uma importante actividade comercial entre as nações da região do Golfo Pérsico e os "Zanj" (os negros) da "Bilad as Sofala", que incluía grande parte da costa norte e centro do actual Moçambique.

No entanto, vários achados arqueológicos permitem caracterizar a "pré-história" de Moçambique (antes da escrita) por muitos séculos antes. Provavelmente o evento mais importante dessa pré-história terá sido a fixação nesta região dos povos bantu que, não só eram agricultores, mas introduziram aqui a metalurgia do ferro, entre os séculos I a IV.

A penetração portuguesa em Moçambique, iniciada no início do século XVI, só em 1885 – com a partilha de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim – se transformou numa ocupação militar, ou seja, na submissão total dos estados ali existentes, que levou, nos inícios do século XX a uma verdadeira administração colonial.

Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos,Moçambique tornou-se independente em 25 de Junho de 1975.

A chegada dos portugueses a Moçambique

Quando Vasco da Gama chegou pela primeira vez a Moçambique, em 1497, já existiam entrepostos comerciais árabes e uma grande parte da população tinha aderido ao Islão. Os mercadores portugueses, apoiados por exércitos privados, foram-se infiltrando no império dos Mwenemutapas, umas vezes firmando acordos, noutras forçando-os.

Chegada de Vasco da Gama


Em 1530 foi fundada a povoação portuguesa de Sena, em 1537, de Tete, no rio Zambeze, e em 1544 deQuelimane, na costa do Oceano Índico, assenhorando-se da rota entre as minas e o oceano. Em 1607obtiveram do rei a concessão de todas as minas de ouro do seu território.

Em 1627, o Mwenemutapa Capranzina, hostil aos portugueses, foi deposto e substituído pelo seu tioMavura, que os portugueses baptizaram e se declarou vassalo de Portugal.

Por essa altura, no entanto, os portugueses controlavam o vale do Zambeze e começaram a interessar-se mais pelo marfim, empreendimento que levavam a cabo por acordo com os estados Marave.

O império dos Mwenemutapa, embora com menos poder económico, manteve-se até meados do século XIX, altura em que foi desmembrado pelos Estados Militares que se formaram como resistência dos prazeiros à administração portuguesa.




Os colonos indianos

Por volta de 1600, Portugal começou a enviar para Moçambique colonos, muitos de origem indiana, que queriam fixar-se naquele território. Esses colonos, muitas vezes casavam com as filhas de chefes locais e estabeleciam linhagens que, entre o comércio e a agricultura, podiam tornar-se poderosas.

Em meados do século XVII, o governo português decide que as terras ocupadas por portugueses em Moçambique pertenciam à coroa e estes passavam a ter o dever de arrendá-las a prazos que eram definidos por 3 gerações e transmitidos por via feminina. Esta tentativa de assegurar a soberania nacolónia recente, não foi muito exitosa porque, de facto, os "muzungos" e as "donas" já tinham bastante poder, mesmo militar, com os seus exércitos de “xicundas”, e muitas vezes se opunham à administração colonial, que era obrigada a responder igualmente pela força das armas.

Não só estes senhores feudais não pagavam renda ao Estado português, como organizaram um sistema de cobrar o “mussoco” (um imposto individual em espécie, devido por todos os homens válidos, maiores de 16 anos) aos camponeses que cultivavam nas suas terras. Além disso, mineravam ouro, marfim eescravos, que comerciavam em troca de panos e missangas que recebiam da Índia e de Lisboa. Até 1850, Cuba foi o principal destino dos escravos provenientes da Zambézia

As companhias europeias

Por volta de 1870, começaram a estabelecer-se em Quelimane várias companhias europeias, já não interessadas em escravos, nem em marfim, mas sim em oleaginosas – amendoim, gergelim e copra – muito procuradas nas indústrias recém-criadas de óleo alimentar, sabões e outras. No princípio, comercializando com os "prazeiros", induziram-nos a forçarem os seus camponeses a cultivar estes produtos. Exemplos dessas companhias são a “Fabre & Filhos” e a “Régie Ainé”, ambas com sede emMarselha, a “Oost Afrikaansch Handelshuis”, holandesa, e a “Companhia Africana de Lisboa”. A“Oost” chegou a abrir em Sena uma sucursal para incentivar nessa região a produção de amendoim.

Em 1890, o futuro “Comissário Régio” António Enes decreta, numa revisão do Código de TrabalhoRural de 1875 (que estabelecia apenas a obrigação “moral” dos colonos [leia-se camponeses indígenas] de produzirem bens para comercialização), que o camponês já não tem a opção de pagar o “mussoco” em géneros: “...O arrendatário [dos Prazos] fica obrigado a cobrar dos colonos em trabalho rural, pelo menos metade da capitação de 800 réis, pagando esse trabalho aos adultos na razão de 400 réis por semana e aos menores na de 200 réis."

Esse decreto impunha ainda aos "prazeiros" a ocupação efectiva das terras arrendadas e o pagamento à autoridade colonial da respectiva renda. Mas os "prazeiros" não tinham conseguido converter a sua actividade de simples fornecedores de escravos ou de pequenas quantidades de produtos na de organização das plantações, não só por falta de preparação (ou de vocação), mas também por falta decapital. O resultado foi terem sido obrigados a subarrendar ou vender os seus prazos, terminando assim a fase feudal desta porção de Moçambique.

Em 1878, Portugal decide fazer a concessão de grandes parcelas do território de Moçambique a companhias privadas que passaram a explorar a colónia, as companhias majestáticas, assim chamadas, porque tinham direitos quase soberanos sobre essas parcelas de território e seus habitantes. As principais foram a Companhia do Niassa e a Companhia de Moçambique.

As Companhias Majestáticas

Como Portugal tinha sido obrigado a ilegalizar o comércio de escravos em 1842, apesar de fechar os olhos ao comércio clandestino, e não tinha condições para administrar todo o território, deu a estas companhias poderes para instituir e cobrar impostos.

Foi nessa altura que foi introduzido o “imposto de palhota”, ou seja, a obrigatoriedade de cada pagar um imposto em dinheiro; como a população nativa não estava habituada às trocas por dinheiro (para além de produzir para a própria sobrevivência), eram obrigados a trabalhar sob prisão – o trabalho forçado, chamado em Moçambique “chibalo”; mais tarde, as famílias nativas foram obrigadas a cultivar produtos de rendimento, como algodão ou tabaco, que eram comercializados por aquelas companhias.

A Administração Colonial Portuguesa

Até finais do século XIX, a presença oficial portuguesa em Moçambique limitava-se a umas poucas capitanias ao longo da costa. Portugal, bem estabelecido em Goa, de onde vinham directamente as ordens relativas a Moçambique, contava que os comerciantes que se iam estabelecendo no interior do território formassem o substrato para uma administração efectiva. Naquela época, o fundamental era o controlo do comércio, primeiro do ouro, nos séculos XVI e XVII, depois do marfim e dos escravos. No entanto, a administração colonial não conseguia sequer cobrar os impostos relativos a esse comércio.

Entretanto, em 1686, o Vice-Rei português baptizava, em Diu, a "Companhia dos Mazanes", formada por ricos comerciantes indianos, à qual eram dados privilégios no comércio entre aquele território e Moçambique. Ao abrigo desta companhia, começaram a fixar-se em Moçambique dezenas de comerciantes indianos, suas famílias e empregados. Apesar das boas relações entre os indianos e os governantes coloniais, a situação financeira da colónia não melhorou.

Em 1752, em face da decadência da Ilha de Moçambique, o governo do Marquês de Pombal decidiu retirar a colónia africana da dependência do Vice-Rei do Estado da Índia e nomear um Governador Geral, que passou a habitar o Palácio dos Capitães-Generais, confiscado aos jesuítas.

Só depois da visita do “Emissário Régio”, António Enes, em 1895 e dos acordos com o Transvaal para a edificação da linha férrea, decidiu o governo colonial mudar a capital da “província” para Lourenço Marques e, com a debandada das companhias majestáticas, organizar uma administração efectiva de Moçambique.

Essa administração, que foi encetada no então distrito de Lourenço Marques (que incluía as actuais províncias de Maputo e Gaza), tinha a forma de “circunscrições indígenas”, cujos administradores tinham igualmente as funções de juízes. Eram coadjuvados pelos régulos, nas “regedorias” em que as circunscrições se dividiam, que eram membros da aristocracia africana (portanto, aceites pelas populações) que aceitavam colaborar com o governo colonial; as suas principais funções eram cobrar o“imposto de palhota” e organizar a mão-de-obra para as minas do Rand e para as necessidades da administração.

Com a abolição da escravatura por decreto régio, em 1875, e o seu declínio real, uns dez anos depois, o governo colonial viu-se obrigado a transformar Moçambique de uma colónia para extracção de recursos naturais, num território que devia produzir bens para seu consumo e para exportação para a “metrópole”. Essa foi a motivação principal para o estabelecimento duma administração efectiva, embora também pesassem as pressões internacionais decorrentes da Conferência de Berlim e das pretensões territoriais dos britânicos e holandeses

A Ocupação Militar de Nampula

Os estados islâmicos da costa (Xeicado de Quitangonha, Reino de Sancul, Xeicado de Sangage e Sultanato de Angoche), em aliança com os pequenos reinos macuas do interior conseguiram, até ao fim do século XIX, resistir à dominação portuguesa. Com uma técnica que, já naquela época, era considerada de guerrilha (Teixeira Botelho. 1936. História Militar e Política dos Portugueses em Moçambique. 1º vol. Centro Tipográfico Colonial, Lisboa, citado em UEM, 1982).

Depois de muitas tentativas, em 1905, os portugueses encetaram uma nova tática, enviando grandes colunas militares a partir da Ilha de Moçambique e Mossuril, que avançavam ao longo dosrios, submetendo os chefes macuas. Nos locais onde conseguiam a colaboração destes, organizaram "Circunscrições" com uma administração incipiente, mas efectiva; onde não o conseguissem, instalavam "Capitanias-Mor" de base militar. Dessa forma, conseguiram dividir o território e as suas populações, incentivando as rivalidades entre si e com os estados islâmicos, que acabaram por entrar em declínio e foram finalmente subjugados à administração colonial.

A resistência à ocupação colonial

Em 1885 (ano da Conferência de Berlim - da partilha de África), a autoridade colonial portuguesa no sul de Moçambique confinava-se aLourenço Marques mas, com o início da exploração das minas de ouro doTransvaal, no ano seguinte, e o consequente aumento do tráfego naqueleporto, os portugueses decidiram finalmente organizar o controlo das populações desta região. Estas constituíam um mercado, não só para os produtos exportados de Portugal (em particular as bebidas alcoólicas), mas também de mão-de-obra para as minas sul-africanas, dificultando a sua mobilização para a construção do caminho-de-ferro que ligaria o Transvaalao porto de Lourenço Marques.

Mouzinho de Albuquerque

No ano seguinte, foi nomeado um Comissário Residente para Gaza, que foi“promovido” a Intendente Geral em 1889, com a transferência de Gungunhana de Mossurize para Manjacaze; em 1888, foi estabelecido um posto militar perto de Marracuene e, em 1890, foi nomeado um um Comissário Residente para Lourenço Marques. Entretanto, em 1888, as autoridades coloniais reavivaram os “Termos de Vassalagem” com os reinos da região.

Mas estas medidas não foram suficientes, nem para cobrar o “imposto de palhota” (contribuição porfamília, expresso nos “Termos de Vassalagem”, fixado naquela altura em 340 réis), nem para assegurar o recrutamento de mão-de-obra, uma vez que o trabalho nas minas sul-africanas rendia seis vezes mais do que os concessionários do caminho-de-ferro pagavam. Em 1892, o governo de Lisboa enviou a Moçambique António Enes como Comissário Régio, para avaliar as condições económicas da Província e, no mesmo ano, os portugueses conseguiram realizar uma cobrança maciça do imposto, ameaçando os indígenas de verem as suas palhotas queimadas, se não pagassem.

Em 1891, Gungunhana assinou com Cecil Rhodes um acordo relativo a direitos sobre a exploração de minério nas suas terras, a favor da Companhia Britânica Sul-Africana, a troco dum pagamento anual de cerca de 500 libras. Tornava-se claro para os portugueses que só uma acção militar poderia forçar o estabelecimento da autoridade colonial na região.

Esta acção, conhecida na altura como “Campanha de Pacificação”, foi despoletada pela recusa de Mahazula Magaia, um chefe tradicional da região deMarracuene, em aceitar a decisão do Comissário Residente sobre uma disputa de terras. A questão chegou a vias de facto, quando a guarnição militar portuguesa foi forçada a fugir para Lourenço Marques, perseguida pelos exércitos de Magaia, Zihlahla e Moamba, que cercaram a cidade entre  Outubro e Novembro de 1894.

Gungunhana

António Enes organizou as suas tropas e, no dia 2 de Fevereiro de 1895, perseguiu e derrotou (embora com dificuldade e pesadas baixas) os atacantes em Marracuene. Este dia continua a ser celebrado naquela vila com uma cerimónia chamada “Gwaza Muthine”. Os chefes rebeldes refugiaram-se em Gaza, sob a protecção de Gungunhana.

Depois de várias tentativas de negociações com o rei de Gaza, pedindo a extradiçãodaqueles chefes, os portugueses resolveram atacar de novo. A 8 de Setembro, travou-se a batalha de Magul, onde se encontrava Zihlahla e, a7 de Novembro, uma outra coluna proveniente de Inhambane defrontou-se com o exército de Gungunhana em Coelela, perto da sua capital. Em Dezembro, Mouzinho de Albuquerque cercou Chaimite e prendeu o imperador, que ali se tinha refugiado, mandando-o depois para os Açores, onde veio a morrer.

O exército de Gungunhana continuou a resistir à autoridade colonial, sob a liderança de Maguiguane Cossa, que só foi derrotado a 21 de Julho de1897, em Macontene (a 10 km do Chibuto). Com esta vitória, a autoridade colonial foi finalmente estabelecida no sul de Moçambique.

Grande guerra em Moçambique (1917)

Em 1917 Portugal envia a 4ª força para Moçambique, esta constituída por 9786 homens e comandada por Sousa Rosa. A Alemanha tinha na África Oriental, uma pequena força de 4000 askaris e 305 oficiais europeus, comandados pelo general Lettow Worbeck.

Este general alemão conseguiu sempre resistir aos ataques das forças inglesas, apesar de estas serem em número muito superior. Isto só foi possível devido a este general ter utilizado uma nova forma de guerra (guerrilha), não lhe interessando manter ou conquistar posições, mas sim manter o inimigo sempre ocupado, de modo que este não pudesse libertar soldados para enviar de volta à Europa.

Com o final da guerra na Europa, o exército alemão que se encontrava nessa altura na Rodésia, acabou por se render, apesar de nunca ter sido derrotado. Para Portugal ficaram, além das grandes derrotas militares, as revoltas das populações locais, que demoraram a ser reprimidas

Guerra de libertação

Depois de uma guerra de libertação que durou cerca de 10 anos, Moçambique tornou-se independente em25 de Junho de 1975, na sequência da Revolução dos Cravos, a seguir à qual o governo português assinou com a Frelimo os Acordos de Lusaka. Após a independência, com a denominação de República Popular de Moçambique, foi instituído no país um regime socialista de partido único, cuja base de sustentação política e económica se viria a degradar progressivamente até à abertura feita nos anos de 1986-1987, quando foram assinados acordos com o Banco Mundial e FMI. A abertura do regime foi ditada pela crise económica em que o país se encontrava, pelo desencanto popular com as políticas de cunho socialista e pelas consequências insuportáveis da guerra civil que o país atravessou entre 1976 e 1992.

Na sequência do Acordo Geral de Paz, assinado entre os presidentes de Moçambique e da Renamo, o país assumiu o pluri-partidarismo, tendo tido as primeiras eleições com a participação de vários partidos em 1994.

Vista de Maputo
Para além de membro da ONU, da União Africana e da Commonwealth, Moçambique é igualmente membro fundador da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) e, desde 1996, daOrganização da Conferência Islâmica.

Organização Política

Presidente da República: Filipe Jacinto Nyus

Capital: Maputo

Províncias: 10 - Cabo Delgado, Gaza, Inhambane, Manica, Maputo, Cidade de Maputo, Nampula, Niassa, Sofala, Téte, Zambézia. 

Área: 799.390 Km2 (13 000 Km2 de águas territoriais).

Clima: Tropical Húmido (Norte); Tropical Seco (Sul e Vale do Zambeze).

População: 19,700,000 habitantes (em 2006), de etnia makonde, makua-Iomwe, maravi, shona-karanga, tsongá, etc.

Língua: Português (oficial)

13 dialectos principais: Emakhuwa, Xitsonga, Ciyao, Cisena, Cishona, Echuwabo, Cinyanja, Xironga, Shimaconde, Cinyungue, Cicopi, Bitonga, Kiswahili. A língua inglesa é ensinada nas escolas secundárias.

Religião: Animista, Cristã (Católica e Protestante), Islâmica e Hindu.

Moeda: Novo Metical – Mtn (desde 1 Julho 2006)
1 Mtn = 1.000,00 MT. – 1Mtn = 32.2 Mtn

Principais índices: Taxa de Natalidade: 40,6%; Taxa de Mortalidade: 19,5%; Taxa de Crescimento Populacional: 2,3%; População com menos de 15 anos: 45%; População com mais de 65 anos: 4%; Taxa de Mortalidade Infantil: 94.8/1000 (2005); Esperança de Vida à Nascença: 41.9 anos (2005); Taxa de Alfabetização de Adultos: 45% (2005). 

PNB: 6.444 milhões Euros (2007 est. UE)

PNB per capita: 306 Euros (2007 est. UE)).

Crescimento PIB: 7,9 (2206 BP).

Taxa de Inflação 2006: 7%

Samora Machel
Moçambique é uma república presidencialista cujo governo é indicado pelopartido político com maioria parlamentar. As eleições são realizadas a cada cinco anos.

A Frelimo foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da década de sessenta. Após a independência, passou a controlar exclusivamente o poder, aliada a seus antigos aliados comunistas, em oposição aos estadosbrancos vizinhos segregacionistas, África do Sul e Rodésia, que apoiaram elementos brancos recolonizadores e guerrilhas internas, situação esta que viria a se transformar em uma guerra civil de 16 anos. Samora Machel foi o primeiro presidente de Moçambique independente e ocupou este cargo até à sua morte em 1986.

A Frelimo permaneceu no poder até os dias actuais, tendo ganho por três vezes as eleições multi-partidárias realizadas em 1994, 1999 e 2004, mesmo com acusações de fraudes. A Renamo é o principal partido e a única força política de oposição com representatividade parlamentar e, a nível local, governa cinco municípios nas regiões Centro e Norte do país.

Barragem de Cambora Bassa
Economia

Cerca de 45% do território Moçambicano tem potencial para agricultura, porém 80% dela é de subsistência. Há extracção de madeira das florestas nativas. A reconstrução da economia (após o fim da guerra civil em 1992, e das enchentes de 2000) é dificultada pela existência de minas terrestres não desactivadas. O Produto interno bruto de Moçambique foi de US$ 3,6 bilhões em 2001. O país é membro da União Africana.

Pesca

A cifra oficial de capturas era de 30,2 mil toneladas em 1996. O camarão é um dos principais produtos deexportação.

Minérios

Os principais recursos minerais incluem carvão, sal, grafite, bauxita, ouro, pedras preciosas e semipreciosas. Possui também reservas de gás natural e mármore.

Indústria

É pouco desenvolvida, mas auto-suficiente em tabaco e bebidas (cerveja). No ano 2000, foi inaugurada uma fundição de alumínio que aumentou o PIB em 500%. Para atrair investimentos estrangeiros, o governo criou os "corredores de desenvolvimento" de Maputo, Beira e Nacala, com acesso rodoviário, suprimento de energia eléctrica, e com ligação por ferrovia até aos países vizinhos

Principais exportações: alumínio, cajú, camarão, algodão, madeiras exóticas, açúcar, citrinos e energia eléctrica. 

Distribuição do emprego: agricultura (83%), indústria (8%) e serviços (9%). 

Recursos naturais e produções: produtos agrícolas e alimentares, minerais e metais, máquinas e material de transporte, outros produtos manufacturados.

Línguas

De acordo com o artigo 10 da nova Constituição , de 2004, "Na República de Moçambique, a língua portuguesa é a língua oficial". No entanto, consoante o Recenseamento Geral da População e Habitação, realizado em 1997, ela é língua materna de apenas 6% da população, número que, na cidade de Maputo, chega aos 25%, apesar de cerca de 40% dos moçambicanos terem declarado que a sabiam falar (emMaputo, 87%).

Em Moçambique foram identificadas diversas línguas nacionais, todas da grande família de línguas bantu, sendo as principais (de sul para norte): XiTsonga, XiChope, BiTonga, XiSena, XiShona, ciNyungwe,eChuwabo, eMacua, eKoti, eLomwe, ciNyanja, ciYao, XiMaconde e kiMwani.

Mercê da considerável comunidade asiática radicada em Moçambique, são também falados o urdu e ogujarati.

Cultura

Moçambique é reconhecido por seus artistas plásticos: escultores (principalmente da etnia Makonde) epintores (inclusive em tecido, técnica batik). Artistas como Malangatana, Gemuce, Naguib, Ismael Abdula, Samat e Idasse destacam-se na área de pintura. A música vocal moçambicana também impressiona os visitantes. A timbila chope foi considerada Património Mundial.

O MDM

Filipe Jacinto Nyus
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), uma dissidência da RENAMO, constituiu-se em bancada parlamentar em Abril de 2010.

O MDM atualmente tem dezasete deputados na Assembleia da República, desde as últimas eleições gerais realizadas em 2014.

O regime prevalecendo em Moçambique desde inícios dos anos 1990 evidenciou sempre défices democráticos, que o sucessor de Joaquim Chissano, Armando Guebuza, tentou colmatar nos anos 2000. 

Filipe Jacinto Nyus é o actual presidente de Moçambique.

Países Lusófonos - São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe é um estado insular localizado no Golfo da Guiné, composto por duas ilhas principais (São Tomé e Príncipe) e várias ilhotas, num total de 964 km², com cerca de 160 mil habitantes. Estado insular, não tem fronteiras terrestres, mas situa-se relativamente próximo das costas do Gabão, Guiné Equatorial, Camarões e Nigéria.


As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até 1470, quando os navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as descobriram. Foi então, uma colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência em 1975. É um dos membros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

História

As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até 1470, quando os navegadores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar as descobriram. A cana-de-açúcar foi introduzida nas ilhas no século XV, mas a concorrência brasileira e as constantes rebeliões locais levaram a cultura agrícola ao declínio no século XVI. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas entrepostos de escravos.

Numa das várias revoltas internas nas ilhas, um escravo chamado Amador, considerado herói nacional, controlou cerca de dois terços da ilha de São Tomé. A agricultura só foi estimulada no arquipélago no século XIX, com o cultivo de cacau e café.

Durante estes dois séculos do Ciclo do Cacau, criaram-se estruturas administrativas complexas. Elas compunham-se de vários serviços públicos, tendo a sua frente um chefe de serviço. As decisões tomadas por este, tinham de ser sancionadas pelo Governador da Colónia, que para legislar, auxiliava-se de um Conselho de Governo e de uma Assembleia Legislativa.

Em 1960, surge um grupo nacionalista opositor ao domínio português. Em 1972, o grupo dá origem ao MLSTP (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe), de orientação marxista. Assim, em 1975, após cerca de 500 anos de controlo de Portugal, o arquipélago é descolonizado.

Palácio presudencial

Após a independência, foi implantado um regime socialista de partido único sob a alçada do MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura económica do país. Em 1990, adopta-se uma nova constituição, que institui o pluri-partidarismo. No ano seguinte, as eleições legislativas apresentam o PCD-GR (Partido de Convergência Democrática - Grupo de Reflexão) como grande vencedor, ao conquistar a maioria das cadeiras. 

A eleição para presidente contou com a participação de Miguel Trovoada, ex-primeiro ministro do país que estava exilado desde 1978. Sem adversários, Trovoada foi eleito para o cargo. Em 1995, é instituído um governo local na ilha do Príncipe, com a participação de cinco membros. Nas eleições parlamentares de 1998, o MLSTP incorpora no seu nome PSD (Partido Social Democrata) e conquista a maioria no Parlamento, o que tornou possível ao partido indicar o primeiro-ministro.

Economia

São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento, mas a recente descoberta de jazidas de petróleo nas suas águas abriu novas perspectivas para o futuro. A actividade pesqueira continua a ser uma das principais actividades económicas do país. O país continua também a manter estreitas relações bilaterais com Portugal.

Demografia

Do total da população de São Tomé e Príncipe, cerca de 131.000 vivem em São Tomé e 6.000 no Príncipe. Todos eles descendem de vários grupos étnicos que emigraram para as ilhas desde 1485.

Catedral

As ilhas são uma antiga colónia portuguesa. Na década de 1970 houve dois fluxos populacionais significativos — o êxodo da maior parte dos 4.000 residentes portugueses e o influxo de várias centenas de refugiados são-tomenses vindos de Angola. Os ilhéus foram na sua maior parte absorvidos por uma cultura comum luso-africana. Quase todos pertencem àsigrejas Católica Romana, Evangélica, Nazarena, Congregação Cristã ou Adventista do Sétimo Dia, que, por sua vez, mantém laços estreitos com as igrejas em Portugal.

A grande maioria do povo são-tomense fala português (95%), mas também fala três crioulos de base portuguesa diferentes.

População Urbana - 40% (a cidade de São Tomé, com cerca de 51 mil habitantes, é o único centro urbano do país)

População Rural - 60%

Clima

São Tomé e Príncipe tem um clima do tipo equatorial, quente e húmido, com temperaturas médias anuais que variam entre os 22° C e os 30°C. É um país com uma multiplicidade de microclimas, definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A temperatura varia em função da altitude.

Cultura

No folclore santomense são de destacar a sobrevivência de dois autos renascentista (século XVI): " A Tragédia do marquês de Mântua e do Príncipe D. Carlos Magno", denominado localmente de "Tchiloli" e o "São Lourenço" (por ser representado no dia deste santo) e que é idêntico aos ["Auto de Floripes" que ainda hoje é representado na aldeia das Neves, perto de Viana do Castelo. A Cena Lusófona editou um livro, Floripes Negra, onde Augusto Baptista, ensaísta e fotógrafo, faz um levantamento sobre as origens do "Auto da Floripes" e as suas ligações com Portugal.

Religião

As manifestações religiosas são imensamente complexas. Elas têm origem nos mais variados credos, pois se atendermos a gama de indivíduos de varias origens, vindos paraSão Tomé e Príncipe, facilmente se encontra a explicação deste facto.

Distinguem-se contudo, duas tendências religiosas acentuadas: a Animista e a Católica


Países Lusófonos - Timor - Leste

Primórdios

De acordo com alguns antropólogos, um pequeno grupo de caçadores e agricultores já habitava a ilha de Timor por volta de 12 mil anos a.C. Há documentos que comprovam a existência de um comércio esporádico entre o Timor e a China a partir do século VII, ainda que esse comércio se baseasse principalmente na venda de escravos, cera de abelha e sândalo, madeira nobre utilizada na fabricação de móveis de luxo e na perfumaria, que cobria praticamente toda a ilha. Por volta do século XIV, os habitantes de Timor pagavam tributo ao reino de Java. O nome Timor provem do nome dado pelos Malaiosà Ilha onde está situado o país, Timur, que significa Leste

A colonização

Os portugueses foram atraídos pelos recursos naturais em 1514, trazendo os missionários e a religião católica que actualmente é predominante. Com a chegada do primeiro governador, vindo de Portugal em 1702, deu-se início à organização colonial do território, criando-se o Timor Português. Em 1914, a Sentença Arbitral assinada entre Portugal e os Países Baixos para terminar com os conflitos entre os dois países, fixando as fronteiras que hoje dividem a ilha.

D. Aleixo

Durante a Segunda Guerra Mundial, os Aliados (australianos e holandeses) envolveram-se numa dura guerra contra as forças japonesas em Timor. As forças japonesas entraram em Timor-Leste em Fevereiro de 1942 para expulsar as forças australianas que tinham ocupado o território em Dezembro de 1941, violando a neutralidade da então colónia portuguesa. Algumas dezenas de milhar de timorenses deram a vida lutando ao lado dos Aliados, entre os quais se encontrou o célebre régulo Dom Aleixo.

Em 1945, a Administração Portuguesa foi restaurada no Timor Português. Seguiu-se um período de quase três décadas em que não se manifestaram movimentos independentistas.

As guerras nas colónias africanas não encontraram eco na longínqua Timor. A razão para a ausência de sentimentos ou movimentos defensores da independência da colónia poderá residir no facto de o domínio português ter funcionado, ao longo de séculos, como aglutinador de vários povos e defensor da identidade étnica, cultural e política da região face aos vários expansionismos em acção na Insulíndia; além disso, a presença portuguesa não assumiu um carácter de exploração económica, visto que a precária economia timorense era dominada por uma pequena burguesia de origem chinesa, há muito estabelecida no território.

Invasão pela Indonésia

A 28 de Novembro de 1975, após uma breve guerra civil, a República Democrática de Timor-Leste foi proclamada. Apenas uns dias depois, a 7 de Dezembro de 1975, a nova nação foi invadida pela Indonésia que a ocupou durante os 24 anos seguintes. Timor mergulhou na violência fratricida e o governador Mário Lemos Pires, destituído de orientações precisas de Lisboa e sem forças militares suficientes para repor a autoridade portuguesa, abandonou a capital e refugiou-se na ilha de Ataúro.


A Indonésia justificou a invasão alegando a defesa contra o comunismo, discurso que lhe garantiu as simpatias do governo dos EUA e da Austrália, entre outros, mas que não impediu a sua condenação pela Comunidade Internacional.

A invasão indonésia seguiu-se uma das maiores tragédias do pós II Guerra Mundial. A Indonésia recorreu a todos os meios para dominar a resistência: calculam-se em duzentas mil as vítimas de combates e chacinas; as forças policiais e militares usavam de forma sistemática e sem controlo meios brutais de tortura, a população rural, nas áreas de mais acesa disputa com a guerrilha, era encerrada em "aldeias de recolonização", procedeu-se à esterilização forçada de mulheres timorenses.

Simultaneamente, a fim de dar ao facto consumado da ocupação um carácter irreversível, desenvolveu-se uma política de descaracterização do território, quer no plano cultural (proibição do ensino do português e a islamização), quer no plano demográfico (javanização), quer ainda no plano político (integração de Timor na Indonésia como sua 27ª província). A esta descaracterização há que acrescentar a exploração das riquezas naturais através de um acordo com a Austrália para a exploração do petróleo no Mar de Timor.
No terreno, a guerrilha não se rendeu, embora com escassos recursos materiais, humanos e financeiros e apesar de ter sofrido pesados desaires, como a deserção de dirigentes e a perda de outros, pela morte em combate de Nicolau Lobato ou por detenção de Xanana Gusmão.

Embora reduzida a umas escassas centenas de homens mal armados e isolados do mundo, conseguiu, nos tempos mais recentes, alargar a sua luta ao meio urbano com manifestações de massas e manter no exterior uma permanente luta diplomática, para o que contou, em muitas circunstâncias, com a compreensão e o apoio da Igreja Católica local, liderada por D. Carlos Ximenes Belo, bispo de Díli. (Prémio Nobel da Paz-1996)

Independência

Em 30 de Agosto de 1999, os timorenses votaram por esmagadora maioria pelaindependência, pondo fim a 24 anos de ocupação indonésia, na sequência de umreferendo promovido pelas Nações Unidas. Em 20 de Maio de 2002 a independência deTimor-Leste foi restaurada e as Nações Unidas entregaram o poder ao primeiro Governo Constitucional de Timor-Leste.


Um comentário:

Ivanir Oscar Barros Teixeira disse...

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