(Pag. na Net da Dra. Angela Dutra de Menezes)
O Libertador
Ninguém merece mais este título que o infante Afonso Henriques, filho de dona Teresa, bastarda do rei Afonso VI de Leão e Castela, e do conde Henrique de Borgonha. Mas, graças à esperteza política de Afonso Henriques, Portugal é a primeira nação europeia a estabelecer-se como Estado independente. Antes do ano 1200, Portugal já é Portugal. Com direito, inclusive, a língua própria: o galaico-português.
Génio, estadista, raposa política, vitorioso, implacável, espertíssimo: Afonso constrói uma história rocambolesca. Tudo que pode manipular a seu favor, manipula sem escrúpulos. Inicia a trajectória de vitórias fundando um reino.
D. Afonso VI
O avô de Afonso Henriques destaca-se como um dos homens mais poderosos de sua época. Amigo pessoal de Santo Hugo que construiu a Abadia de Cluny, o maior templo que a cristandade jamais erguera - , Afonso VI tira do bolso, ou dos cofres públicos, grande parte dos recursos que financiam o sonho de Hugo.
Bem relacionado com os outros reis cristãos, influente, Afonso VI, entre uma e outra doação a Cluny, consegue casar sua filha bastarda , a formosa D. Teresa ,com um dos condes de Borgonha . Mas Afonso VI embrulha a oferta para presente: Henrique leva Teresa e, de quebra, o Condado Portucalense, terras a oeste de Castela e ao sul da Galiza que, há tempos ensaiam a gracinha de viver por conta própria.
Em 1092, reúne as duas unidades condais da região – ao norte e ao sul do rio Douro – e determina que o novo e único condado pertencerá à Teresa – e ao marido dela, claro. Urraca, a filha legítima, sentará no trono de Leão e Castela, como ensinam as regras da moral e dos bons costumes.
Mais do que bom e preocupado papai, Afonso VI tenta ampliar seu poder e garantir domínio sobre maior extensão de terras. Tiro pela culatra. Tão logo o rei de Leão e Castela mete o nariz no Condado Portucalense, a nobreza local inicia forte movimento separatista.
Afonso Henriques tem 20 anos quando Afonso VI morre. Se muitas famílias se estraçalham pela baixela de prata da vovó, imaginem quando o motivo é o poder de uma coroa. Desentendem-se todos. Urraca discute com o Bispo de Compostela, atrita-se com rei de Aragão, cospe desaforos para o conde da Galícia, faz e acontece.
De repente, Teresa dá o passo fatal. Arquitectando anexar Portucale à Galícia, alia-se aos galegos, tradicionais rivais dos barões de Portucale. É desconhecer o filho, menino que emite sinais de seu génio – no bom e no mau sentido - aos 13 anos. Nesta idade, na cerimónia em que o sagram cavaleiro, na catedral de Zamora, Afonso Henriques manda às favas o bispo e ele mesmo sagra-se.
Recusa a mediação divina. Igualzinho a Napoleão, que muitos séculos mais tarde fará o mesmo em Paris. Dizem, não há provas documentais, que o avô fica orgulhoso com a petulância do fedelho - é pena que tanto talento evapore em Portugal, comenta Afonso VI.
Enfim, com tal filho nas mãos, dona Teresa, além de se aliar aos galegos, aparece com outro conde debaixo de braço, contando uma história trôpega de “apoio político”. Com 21 anos, Afonso Henriques cerca Guimarães e declara uma briga de gafieira: quem está fora, não entra; quem está dentro, não sai. Nem mamãe, suposta rainha do condado.
É bom que se diga: igual ao avô, o infante não dá ponto sem nó. Fareja que, com poucas chances na linha sucessória de Leão e Castela, precisa descobrir o próprio espaço. Quer o poder, seu lugar é no condado materno. Tudo aponta para o facto de que o infante apenas capitaliza o desagrado da nobreza portucalense. Desagrado que se acentua quando Teresa enfia os galegos no caldeirão.
O esperto Afonso Henriques já andava observando que, além do anseio de se libertar de Castela, as cidades de Portucale identificam-se cultural e ideològicamente. Para ele, não parece tarefa difícil transformá-las em uma só força política. Teresa apenas fornece a justificativa para o infante virar a mesa.
Contando assim, parece fácil. Não é, senão qualquer pessoa faria. Afonso Henriques tem enorme sensibilidade. Age na hora certa, com as pessoas certas, da maneira certa. Não falseia. Comporta-se como perfeito animal político do início ao fim de sua história. Faz a História, coloca o mundo nas mãos. Tolos são os que o cercam, incapazes de observar a genialidade do príncipe enquanto ele arma o bote.
Os habitantes de Guimarães, liderados pela nobreza e pela burguesia, recebem o infante libertador de braços abertos. Existe uma carta documentando este apoio. Teresa ainda tenta combatê-lo. A batalha acontece em 1128, no campo de São Mamede, perto do castelo de Guimarães.
Primeira vitória do infante. Ele mesmo se surpreende com a facilidade com que derrota o exército galego e expulsa a rainha e seu conde. Em documento, ditado a alguém de letras, declara: “Eu, o infante Afonso, filho do conde Henrique, livre já de toda a opressão,...., na posse pacífica de Coimbra e todas as cidades de Portugal...”
Pronto, o Condado Portucalense começa a escorregar para dentro de seu bolso. Daí para frente, cabe a ele segurar a peteca e combater quem lhe atrapalhar os sonhos. Combate e vence. Quando não vence pela força, moedas de ouro resolvem a situação – ah, a corrupção, não é de hoje que nos persegue.
Os inimigos principais são os mouros, aboletados na maior parte do território português. Mas o primo Afonso VII e Fernando II, ambos de Castela, também levam umas cacetadas. Este último, prenderá Afonso Henriques em Badajoz e se espantará com a riqueza do rei português.
De resgate, Afonso Henriques pagará quase duas toneladas e meia de ouro. Na maior facilidade e sob os delirantes aplausos dos conterrâneos que não queriam perdê-lo de jeito nenhum.
Para alcançar tal prestígio, Afonso Henriques sua. Passa a vida combatendo e costurando acordos políticos. O primeiro, com a Igreja Católica, pedra angular do qualquer poder durante a baixa Idade Média. Quem não recebe a bênção episcopal que trate de procurar novo emprego. Logo após a vitória de São Mamede, Afonso Henriques estabelece suas relações com a Igreja: cede em tudo. Sabe onde pisa, os clérigos têm força demais para serem contrariados.
Em troca de apoio amplo, geral e irrestrito, o arcebispo de Braga recebe a garantia de seus privilégios: direito de cunhar moedas e autoridade absoluta sobre a cidade. Não satisfeito, o infante custeia a construção da catedral de Braga, abarrota os piedosos cofres, reconhece a autoridade divina sobre a sua e prestigia os eventos da fé.
Espanto: os arcebispos de Braga cumprem sua parte. Durante os quase 60 anos de reinado, não abandonam Afonso Henriques. Uma relação perfeita, se casamentos transcorressem assim, advogados de família morreriam de fome.
A raia miúda conventual colabora da melhor maneira possível. Em textos da época, monges do Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, não economizam elogios a Afonso Henriques: “prudente, sábio, inteligente belo, gigante, leão rugidor” – quase uma comissão de frente. Depois da batalha de Ourique, então, os frades passam a delirar. Na opinião deles, Afonso Henriques é o “eleito de Deus para provar a autonomia de Portugal e dos portugueses”. Antes da Batalha de Ourique, um divisor de águas na vida de Afonso Henriques e na História lusitana, o infante contorna outros problemas. O primeiro, mostra ao clã castelhano que a conversa mudaria.
Em 1135, sepultadas as controvérsias sobre a sucessão de Afonso VI, o filho de dona Urraca sobe ao trono com o título de Afonso VII. A cerimônia na catedral de Leão é apoteótica, o novo rei exibe luxo excessivo. Da família, só Afonso Henriques não comparece. A intenção parece clara: mostrar, de uma vez por todas, que o Condado Portucalense não presta vassalagem ao soberano de Leão e Castela e que Afonso Henriques considera-se tão rei quanto o primo recém-coroado. Afonso VII retalia a desfeita e os dois trocam sopapos. Em 1137, porém, assinam a Paz de Tui, onde Afonso Henriques promete a prestar a Afonso VII “fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos”.
Não existem documentos claros sobre este período mas, provavelmente, nosso infante levou uma corrida. Não corresponde à personalidade dele assinar documentos humilhantes. A sorte é que desrespeita o compromisso – ou não seria Afonso Henriques. Em 1143, o papa Inocêncio II precisa enviar um cardeal para apaziguar os primos. Porém, antes, acontece Ourique. Milagre, juram alguns.
Tramóia de Afonso Henriques, aponta a lógica. Afinal, convenhamos, Jesus Cristo não anda por aí, batendo papo com infantes, na maior naturalidade.
A Batalha de Ourique
Quase tudo tudo sobre Ourique são conjecturas. Mas a história é tão importante que marca o imaginário português, permanece no brasão do país - cinco escudos, cinco quinas, cada qual com cinco bolas representando os cinco reis mouros degolados na batalha – e, finalmente, transforma Afonso Henriques em rei de fato e de direito. Até hoje, historiadores portugueses discutem o episódio.
Alexandre Herculano encarrega-se de tornar a batalha ainda mais célebre ao afirmar que “o milagre de Ourique não passa de uma lenda”. Deus nos acuda, Portugal vem abaixo. Acusam-no de herege – é bom lembrar que último herege lusitano tinha ido parar na fogueira apenas um século antes, tempo historicamente insignificante - de anti-clerical, de ateu, de agnóstico, de... Bem, deixa para lá. Se gritam algo pior, a memória não registra.
Historiadores contemporâneos, entre eles José Hermano Saraiva, tendem a colocar Ourique no devido lugar. De concreto, sabe-se que ocorre uma batalha no dia 25 de Julho de 1139, que o exército mouro é numericamente superior e que a vitória cabe a Afonso Henriques.
Desconfia-se, também, que Afonso VII, naquela altura sitiando Aurélia, cidade moura de enorme importância estratégica, ajuda a meter o primo na enrascada. Ao receber a notícia que o infante pratica uma razia – tipo de combate usado pelos portugueses, que gostam de se infiltrar em território inimigo, surpreendê-los, destrui-los e fugir correndo –, Afonso VII mexe seus pauzinhos, desviando o exército islâmico que marchava em socorro à Aurélia, para destruir o infante. Pode ser, a participação de Afonso VII não passa de mais uma hipótese.
Nem o local da batalha é preciso. A cidade de Ourique fica tão ao sul de Lisboa, tão no interior dos territórios mouros, que parece impossível o infante ter se arriscado tanto. No entanto, há registros de outras razias ousadas. Por outro lado, no início da Idade Média, chamava-se de Ourique o Baixo-Alentejo. Lenda e História não decifram estes mistérios.
A versão popular da batalha de Ourique conta que Afonso Henriques combate imenso exército islâmico, mata cinco reis mouros e coloca o resto da multidão para correr. Tudo em um dia. Especial favor de Cristo Nosso Senhor que, na véspera, aparece ao infante com quem conversa amigavelmente. Apenas Afonso Henriques vê Cristo - que, aliás, surge escoltado de anjos – e apenas Afonso Henriques ouve-o garantir a próxima e espectacular vitória portuguesa.
O moral da soldadesca alcança as nuvens quando eles sabem quem lhes fizera uma visitinha. Além do mais, 25 de Julho é dedicado a Santiago, o mata-mouros, santo que jamais abandona cristãos em perigo. Especialista em degolas, Santiago trabalha com eficiência invejável – aparentemente, é o primeiro ser do planeta a conhecer o lugar exacto das carótidas, não perde uma. Hoje, parece, aposentou
Batalha vencida, povo em delírio, igreja desvanecida. O infante passa a se assinar “rei dos portugueses”. Neste momento, define-se a identidade lusa. Afinal, Ourique estabelece o importante diferencial: em que outro lugar o rei conversa, ao vivo e em cores, com as hostes celestiais?
Em 1143, quando o Cardeal Guido de Vico, emissário do papa, reúne o infante e Afonso VII em Zamora, território de Leão, para tentar convencê-los que a animosidade entre ambos favorece aos infiéis, Afonso Henriques joga outra cartada genial. Alegando o milagre de Ourique, escreve a Inocêncio II, reclamando para si e seus descendentes, o status de “censual”. Ou seja, dependente apenas de Roma. Dentro de seu território manda ele e só ele – estamos conversados.
O Vaticano custa a responder. Na verdade, exactos 36 anos. E só responde depois que Afonso Henriques acelera o processo com uma esmolinha de mil moedas de ouro. Quando, em 1179, a Igreja de Roma, finalmente, reconhece a realeza de Afonso Henriques, o reconhecimento já não tem importância. A independência se consumara, Portugal afirmara sua soberania e o infante encerrava a vida como rei de primeira grandeza.
Em Zamora, do encontro entre os primos e o cardeal, Afonso Henriques colhe um lucro imediato. Afonso VII tira o cavalinho da chuva e entende que o infante português jamais lhe prestará vassalagem. Por conta própria, começa a tratá-lo de igual para igual.
Engana-se quem pensa que a vida de Afonso Henriques se resume a trançar fofocas políticas, fazendo e desfazendo aliados. O homem parece uma fera. Combate ao lado dos soldados, comportando-se como igual, sem frescuras de hierarquia. Sua tropa mais que o respeita: venera-o . Obedece a qualquer ordem sua.
Com a desculpa de empurrar infiéis de volta aos locais de origem, Afonso Henriques amplia o território português: Lisboa, Santarém, Almada, Óbidos, Palmela, Sesimbra. Combate após combate, destruindo mouros como quem destrói ratos, Afonso Henriques constrói seu reino. Na reconquista, a política é de terra arrasada: matar quem se movia, queimar o resto.
Quase um milênio antes de os americanos levarem uma corrida dos subnutridos guerrilheiros vietcongs, Afonso Henriques adota tácticas de guerrilha. Comandando um exército pequeno, ele entende que sua vantagem mora no elemento surpresa.
Nosso rei apronta novidades. Quando prevê combates longos, contrata mercenários. Geralmente cruzados, a caminho da Terra Santa, que aproveitam a escala em Portugal para degolar islâmicos e recolher o produto do saque – promessa do rei. O cerco de Lisboa, em 1147, segue este modelito. Entre portugueses e cruzados ávidos por lucro fácil, Afonso Henriques reúne centenas de milhares de homens e cerca de 150 navios.
A reconquista de Lisboa é um triste e belo episódio da História portuguesa. Afonso Henriques exagera na violência. Redime-se, mais tarde, com a Carta de segurança de 1170 que proibirá cristãos e judeus de maltratar os mouros da região de Lisboa. Definitivamente, El Rei aprecia grandes e inesperados gestos.
Sorrateiro, costuma agir por baixo dos panos, pré-estreia do jeito luso-brasileiro de ser. O bandoleiro Geraldo Sem Pavor, que saracoteia desenvolto em terras de Castela, provavelmente trabalha para Afonso Henriques. Se o infante não pode invadir propriedade alheia, um preposto oficioso pode.
Não há como provar. Mas os cavaleiros de Geraldo Sem Pavor pertencem ao Conselho de Coimbra, é difícil imaginar tais cidadãos combatendo sem aprovação real.
O infante que pretende ser rei, vira um mito. É impossível separar verdade e lenda na biografia de Afonso Henriques. Ele antecede seu tempo, revela-se um génio de extraordinária visão política e indiscutível coragem moral. Dele, restam poucos registros escritos pelos monges de Santa Cruz - até porque, além dos monges, ninguém mais sabe escrever, nem Afonso Henriques.
Os relatos da época – descontados os elogios de praxe - delineiam um perfil justo, generoso e irreverente.
Retratam o caráter corajoso, sujeito a crises de cólera, capaz de atos de violência e de reconhecer seus erros. Elogiam a frugalidade à mesa e ressaltam a tendência conquistadora. Não apenas de poder e terras. De mulheres, também. Ou principalmente. Casado com a discreta Mafalda de Sabóia - com quem tem sete filhos, entre eles, o herdeiro Sancho –, Afonso Henriques abençoa quatro bastardos. Um documento de 1184, descortina o inesperado pai carinhoso.
Quando uma de suas filhas legítimas casa com o conde de Flandres, Afonso Henriques não titubeia. Para alegrar a noiva, enche vários navios com o que existe de mais fino. As naus saem do porto de Lisboa abarrotadas de vestidos bordado a ouro, jóias preciosas, sedas, mais ouro, mais jóias, tudo que pudesse alegrar a menina alegre, filha de pai poderoso.
O testamento de Afonso Henriques, primeiro rei do primeiro país europeu a adquirir consciência de nacionalidade, revela que, até na morte, ele se comporta como estadista. Sua imensa fortuna, amealhada em mais de meio século de guerras e saques, confunde-se com o próprio tesouro português.
O rei destina-a ao fortalecimento da nação. Por ordem dele, centenas de milhares de maravedis são entregues à defesa - El Rei pressente que os mouros preparam um contra-ataque. Outra centena de milhares constroem hospitais e sustentam ordens religiosas e militares. Os mais pobres recebem o seu quinhão. Erguem-se igrejas e catedrais. Conventos acolhem doações e sustentam-se anos.
Cronologia de D. Afonso Henriques
1109: Provável ano de nascimento, em Coimbra, em Viseu ou em Guimarães, do infante Afonso Henriques, filho do conde Henrique de Borgonha e de dona Teresa, bastarda do rei Afonso VI de Castela e Leão. No mesmo ano morre Afonso VI. Início da disputa entre dona Urraca, a herdeira legítima, dona Teresa e vários outros pretendentes ao trono. A briga pelo poder dura anos. -
1122: Afonso Henriques antecipa em sete séculos um gesto de Napoleão Bonaparte. Ignorando o cardeal que presidia a cerimônia, arma-se cavaleiro na catedral de Zamora. -
1128: Afonso Henriques luta contra a mãe, dona Teresa, e seu aliado, o conde galego Fernão Peres de Trava. As tropas de Afonso Henriques e dona Teresa se enfrentam no campo de São Mamede, junto ao castelo de Guimarães. O exército galego é derrotado. Esta vitória leva dona Teresa a desistir da ideia de anexar a região portucalense ao reino da Galícia. -
1129: No dia 6 de abril, Afonso Henriques dita uma carta em que se proclama soberano das cidades portuguesas. -
1135: Afonso VII, filho de dona Urraca, é coroado “imperador de toda a Espanha” na catedral de Leão. Afonso Henriques se recusa a prestar vassalagem ao primo. -
1137: Paz de Tui. Após lutar com Afonso VII no Alto Minho, Afonso Henriques promete ao imperador “fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos”. -
1139: Batalha de Ourique. Afonso Henriques vence cinco reis mouros. -
1140: Afonso Henriques começa a usar o título de Rei. -
1143: Provável Tratado de Zamora no qual estabelece a paz com o primo Afonso VII. Primeiro passo para a independência portuguesa. Afonso Henriques escreve ao Papa Inocêncio II e se declara - e a todos os descendentes - “censual” da Igreja de Roma. A palavra “censual” significa que Afonso Henriques é obrigado a prestar obediência apenas ao Papa. Na região que governa, portanto, nenhum outro poder é maior que o dele. -
1147: Afonso Henriques expulsa os mouros de Lisboa e várias outras cidades portuguesas.
1169: Afonso Henriques é feito prisioneiro pelo rei de Leão, Fernando II. -
1179: A Igreja Católica reconhece, formalmente, a realeza de Afonso Henriques. -
1180: Final dos conflitos com Fernando II, de Leão, pela posse de terras na região da fronteira e costa da Andaluzia. -
1185: Afonso Henriques morre na cidade em que nasceu. Sua herança, além de imensa fortuna, é o Condado Portucalense, primeiro território europeu que estabelece sua identidade nacional.
Ao herdeiro, Sancho I, Afonso Henriques deixa a única recomendação geopolítica: a construção de uma ponte entre o norte e o sul do país para não se perder a unificação que ele custara fazer e manter. Pena que não existam registros confirmando se Sancho obedeceu, ou não, às ordens paternas.
Afonso Henriques, o pai da pátria portuguesa, morre no dia 6 de Dezembro de 1185, em Coimbra, na mesma cidade onde nasceu. O seu corpo é enterrado no Mosteiro de Santa Cruz.
Um comentário:
o texto foi tirado do seu proprio livro "o portugues que nos pariu" livro pelo qual adorei ....a visao dos brasileiros da Historia de Portugal, interessante e agradavel de se ler ....recomendo
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