segunda-feira, 20 de maio de 2013

O Milagre de Fátima - 1917


Aparições de Fátima - 96 anos ( 1917 - 2013 )

O Aparecimento de Nossa Senhora Desde 13 de Maio de 1917 que se formara o sentimento popular de que Nossa Senhora de Fátima, depois da festividade da Ascensão, aparecera a três jovens pastores - Francisco, Jacinta e Lúcia - em cima de uma azinheira no lugar da Cova Iria, perto de Fátima. Numa linguagem serena, ter-lhes-ia anunciado uma nova aparição para ajudar a remir os pecados do mundo. 

Logo se espalhou a boa nova, com a promessa de que no dia 13 de Outubro o Sol haveria de dar testemunho da presença miraculosa. Surgindo como um farol de esperança num tempo de inquietação colectiva, as aparições de Fátima consolidavam a força de transcendência em muitas almas sofredoras e muitos corações aflitos. ( Ilustração Portuguesa, do jornalista Avelino de Almeida). 

A nossa participação na Grande Guerra não contribuiu pouco para avolumar a força do mistério nos meios populares.

Assim juntaram-se na charneca de Fátima, no dia 13 de Outubro, algumas centenas de pessoas ( cerca de 70.000 segundo a Britannica ) para tentar uma visão consciente do fenómeno sobrenatural que cinco meses antes se dizia ter ocorrido naquelas paragens. Gente da mais variada origem e meios de vida, de feição abastada ou humilde, chegando de automóvel ou tendo feito longo percurso a pé. Avelino de Almeida, que era um jornalista conceituado, mas totalmente insuspeito de convencionalismo, deixou a seguinte notícia da cena que lhe coube observar:

E quando já não imaginava que via alguma coisa mais impressionante do que essa numerosa mas pacifica multidão (...) que vi eu ainda de verdadeiramente estranho na charneca de Fátima ?

Povo observando o milagre do Sol

A chuva, à hora pronunciada, deixou de cair; a densa nuvem rompeu-se e o astro-rei -- disco de prata fosca -- em pleno zénite apareceu e começou dançando num bailado violento e convulso, que grande número de pessoas imaginava ser uma densa serpentina, tão belas e rutilantes cores revestiu sucessivamente a superfície solar (...) 

Ainda que as autoridades eclesiásticas não quisessem pronunciar-se sobre o fenómeno, (o então Bispo de Leiria era D. José Alves Correia da Silva, que esteve preso dois anos em condições tais, que o deixaram quase incapaz até à sua morte), a notícia de O Século causou uma profunda impressão no Povo, que logo se estendeu de norte a sul do País. O articulista do Século continuava:

« Milagre, como gritava o Povo; fenómeno natural, como dizem os sábios? Não curo agora 
de sabê-lo, mas apenas de afirmar o que vi...O resto é com a Ciência e com a Igreja.»

Por escrever este artigo, Avelino de Almeida foi despedido do Século ! Ao ter conhecimento do facto, o Dr. Manuel Alegre, governador civil de Santarém, enviou uma força da Guarda Nacional republicana a policiar o local, mas um grupo de antigos carbonários foi à Cova da Iria proceder ao corte da azinheira, que depois circulou nas ruas daquela cidade, num cortejo triunfalista em que se ouviam"morras" à Igreja e "vivas" à República. 

Mais tarde, em 1921 dinamitaram a capelinha das aparições, que foi depois reconstruída no mesmo local.

Capelinha das Aparições
O relato que aqui se deixa não tem outro fim que o de integrar um facto de sentimento colectivo na história do tempo, porque seria impossível negar ou esconder o que as aparições de Fátima representaram na história portuguesa de 1917, e para a história do Mundo Católico a partir dessa data.

O desencanto que muitos estratos da população sentiam com as incertezas da vida política contribuiu para avolumar o acontecimento, que passou de imediato da esfera religiosa para a social. 

Para muitas almas inquietas, o episódio de Fátima tornou-se a voz da redenção oferecida aos que lutam e sofrem, como luz anunciadora de um futuro melhor. As paróquias e igrejas de Nossa Senhora de Fátima, são inúmeras por todos os continentes da Terra, tornando esta difusão de Fé, como o mais palpável e importante Milagre de Fátima !

Primeira Aparição

Na primavera de 1916, Lúcia dos Santos de 9 anos com seus priminhos Jacinta e Francisco Marto de 6 e 8 anos, estavam no pasto com suas ovelhas na gruta do outeiro do Cabeço, perto de Aljustrel, freguesia de Fátima, região de pedras, entre plantinhas e oliveiras e grutas. Enquanto brincavam, de improviso os envolveu uma luz branca e um vento forte sacudiu as árvores. No meio daquela luz a figura de um jovem apareceu, que se apresentou dizendo: "Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo".

Ajoelhando-se na terra, abaixou a cabeça até tocar o solo e fez as crianças repetirem com ele três vezes: " Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram e Vos não amam". 

Depois ergueu-se dizendo: "Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súpl

Segunda Aparição

Ocorreu no verão, quando os pastorezinhos brincavam junto ao poço da casa de Lúcia. O Anjo se dirigiu a eles com estas palavras: " Que fazeis? Orai! Orai Muito! Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios". 

As crianças perguntaram: "Como nos havemos de sacrificar?". O Anjo respondeu: "De tudo que puderdes, oferecei a Deus um sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim sobre vossa pátria a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar".

A partir deste momento os pastorezinhos começaram a oferecer ao Senhor tudo aquilo em que podiam mortificar-se.

Fátima - Recinto do Santuário

Terceira Aparição

Ocorreu no Outono de 1916 no Cabeço. As crianças tinham começado as orações quando apareceu uma luz e viram o Anjo que trazia na mão esquerda um cálice e suspensa sobre ele uma Hóstia, da qual caíam dentro do cálice algumas gotas de sangue.

Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, prostrou-se em terra junto deles e repetiu três vezes a oração: "Santíssima Trindade, Padre, Filho e Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores".

Depois, levantando-se, deu a Hóstia a Lúcia e o que continha o cálice deu-o a beber a Jacinta e a Francisco, dizendo ao mesmo tempo: "Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus".

Quarta Aparição

Em Agosto as crianças foram impedidas pelas autoridades civis anti-eclesiásticas de irem ao encontro do dia 13, onde estava reunida uma enorme multidão. As crianças por dois dias foram fechadas e ameaçadas de torturas para que desmentissem, mas não cederam; estavam prontas para oferecerem suas vidas para não trair as promessas feitas a Nossa Senhora. Então foram libertadas.

Em 19 de Agosto, enquanto pastorejavam o rebanho num lugar chamado Valinhos, viram a Senhora sobre uma azinheira. "O que queres de mim?", disse Lúcia. "Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13 e que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem". Depois, com um aspecto mais triste disse: "Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas".


Interior da Basílica
Quinta Aparição

Em 13 de Setembro cerca de 30.000 pessoas os acompanharam à Cova da Iria e ali recitaram o Rosário; pouco depois apareceu a Senhora sobre a azinheira. "Continuem a rezar o terço para alcançarem o fim da guerra. Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo e São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda, trazei-a só durante o dia".

"Não quero mais nada". Em seguida, abrindo as mãos, Nossa Senhora fê-las reflectir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projectar-se no sol. Lúcia nesse momento exclamou: "Olhem para o sol!". Então aconteceu o sinal prometido, o sol extraordinariamente brilhante, mas não a ponto de cegar.

O sol começou a girar sobre si mesmo, projectando em todas as direcções feixes de luz de todas as cores que reflectiam-se e coloravam as nuvens, o céu, as árvores, a multidão. Parou por certo tempo e depois recomeçou, como antes, girando sobre si mesmo. De repente parecia que se destacava do céu para precipitar-se sobre a multidão que assistia aterrorizada, caia de joelhos e invocava misericórdia.

No entanto as crianças viram ao lado do sol Nossa Senhora vestida de branco com o manto azul e São José com o Menino que abençoava o mundo. Depois desta visão, viram O Senhor que abençoava o mundo, com Nossa Senhora das Dores a seu lado. Desaparecida esta visão, viram Nossa Senhora do Carmo. Terminado o milagre as pessoas se deram conta de terem tido suas roupas completamente secadas. 

Visitas Papais a Fátima

Em 1956 - O Cardeal Roncalli, Patriarca de Veneza, futuro Papa João XXIII, preside à Peregrinação Internacional Aniversaria.


Em 1967 - O Papa Paulo VI

Desloca-se a Fátima, no cinquentenário da 1ª Aparição de Nossa Senhora,para pedir a paz no mundo e a unidade da Igreja. 

Em 1982 1ª Visita de João Paulo II 

O Papa João Paulo II vem em peregrinação a Fátima agradecer o ter escapado com vida, um ano antes, na Praça de S. Pedro, e, de joelhos, consagra a Igreja, os Homens e os Povos, com menção velada da Rússia, ao Imaculado Coração de Maria.



Em 1991  2ª Visita de João Paulo II 

O Santo Padre João Paulo II vem pela segunda vez a Fátima, como peregrino, no 10º aniversário do seu atentado na Praça de S. Pedro, no Vaticano, presidindo à Peregrinação Internacional Aniversária. 

Em 2000  3ª Visita de João Paulo II- 

13-05-2000 - Por ocasião da 3ª visita de João Paulo II a Fátima, o Santo Padre beatificou Francisco e Jacinta Marto.

Em 2005 - Falecimento da Ir. Lúcia.

Em 2010 - Visita de Bento XVI

A visita apostólica do Papa Bento XVI a Portugal decorreu no dias 11 a 14 de Maio de 2010. Os propósitos principais desta visita papal são a celebração do 10.º aniversário da beatificação dos pastorinhos Jacinta Marto e Francisco Marto, videntes de Fátima, e o contacto com as dioceses de Lisboa, Leiria-Fátima e Porto.

O Papa Bento XVI chegou ao Aeroporto da Portela, em Lisboa, na manhã do dia 11 de Maio.

Após um encontro na Nunciatura apostólica com o corpo diplomático e representantes do Estado, visitou o Mosteiro dos Jerónimos e foi recebido pelo Presidente Aníbal Cavaco Silva no Palácio de Belém.

No final da audiência, o Papa saudou também os funcionários do Palácio de Belém. Ao fim da tarde, ele celebrou uma missa no Terreiro do Paço, no centro da capital portuguesa.

A Igreja da Santíssima Trindade - Fátima

A bênção da nova Igreja da Santíssima Trindade

O Cardeal Tarcisio Bertone, legado do Papa Bento XVI, abençoou e disse a primeira missa na nova Igreja da Santíssima Trindade em Fátima, no dia 12 de Outubro de 2007. É um projecto arquitectónico de referência a nível mundial, é a quarta maior igreja do Mundo, que permite lugar sentado a cerca de 9.000 fiéis. O custo da obra, incluindo os novos acessos que terão de ser construídos, foi de cerca de 80 milhões de euros, inteiramente constituídos pelas ofertas dos peregrinos que visitam o Santuário.
Características da nova Igreja

Da autoria do arquitecto grego ortodoxo Alexandros Tombazis, a nova Igreja tem duas zonas principais, uma dedicada à reconciliação e outra a nave principal, que forma um círculo de 125 metros de diâmetro, com capacidade até perto de nove mil lugares sentados. É a maior igreja de Portugal e a 4ª maior do Mundo.

Nos trabalhos de escavação foram removidos 245 mil metros cúbicos de terra, e para a obra foram colocadas mais de cinco mil estacas, a que se somam 6,2 mil toneladas de aço, 40 mil metros cúbicos de betão. Para algumas estruturas e para aumentar a sua resistência, teve que ser usado betão com cimento branco e uma nova técnica de esfriamento por azoto, aplicada pela primeira vez em Portugal.





                                Fátima - Imagens da Igreja da Santíssima Trindade Adicionar legenda

As quatro capelas menores têm capacidade para entre 140 e 400 lugares sentados a que se somam 48 confessionários, que são unidos por um grande átrio que servirá de apoio aos peregrinos. O culto do Santíssimo Sacramento será transferido para a nova Igreja bem como vários serviços menores do Santuário, até agora espalhados por vários locais.

Só em rodapés foram gastos quase sete quilómetros, enquanto que no sistema de ar condicionado as condutas e tubagens estendem-se por quase 30 quilómetros. O número de extintores espalhados atinge mais de uma centena.

Em Março de 2004, João Paulo II ofereceu uma pedra do túmulo de São Pedro que foi colocada dentro do altar da nova Igreja, numa cerimónia que marcou o início da construção propriamente dita da obra.

Uma das peças com maior impacto é a parede de fundo do altar, com mais de 500 metros quadrados, que inclui vários desenhos de inspiração ortodoxa sobre folha de ouro em relevo da autoria do esloveno Marko Ivan Rupnik.

Na obra trabalharam cerca de 3.300 pessoas, que deverão ter o seu nome gravado num monumento a colocar na basílica. As cerimónias de inauguração da Igreja da Santíssima Trindade demoraram cerca de três horas. Entre os muitos convidados, contam-se o Presidente da República, Cavaco Silva, e o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama e o ministro da Presidência em representação do primeiro ministro.

Homília do Cardeal Tarcisio Bertone
Num comentário " muito laicista" diz o DN: «O cardeal Tarcisio Bertone aproveitou o 90.º aniversário das aparições de Fátima para apelar à "rebelião" dos cristãos. E denunciou "a negação de todo e qualquer valor real" em nome da sociedade aberta. Estas palavras do secretário de Estado do Vaticano significam que a Igreja Católica está cansada de estar à defesa e sente necessidade de reconquistar terreno.

Cardeal Tarcisio Bertone


Em Portugal, na Europa, no mundo. Após séculos como força dominante da sociedade ocidental (não esquecer que o Papa era o mais importante dos soberanos), a Igreja Católica tem perdido terreno desde a Revolução Francesa, à medida que as sociedades se tornam modernas(sic) e, sobretudo, laicas.

É legítima a preocupação da hierarquia católica em reconquistar a influência perdida, sendo que o Vaticano parece mais preocupado com os "senhores deste tempo" (intelectuais, políticos, empresários, cientistas) do que com as práticas laicas oficiais dos Estados. 

Mas a legitimidade dessa preocupação não significa que a sociedade em geral tenha de aceitar automaticamente como natural a influência que a Igreja ambiciona reconquistar.»





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