quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Figura de Vasco da Gama


Quem era Vasco da Gama?

Vasco da Gama, nasceu provavelmente em Sines, em Salas ou em alguma aldeia próxima, no final da década de 1460 - cerca de 1469. É o terceiro filho de Estêvão da Gama, cuja família era oriunda da vila de Olivença e de Isabel Sodré, descendente do fidalgo inglês Sudley, que viera há muito a Portugal para participar nas guerras contra Castela.

Perito em navegação, protegido por D. Jorge, filho ilegítimo de D. João II e pelo prior do Crato, D. Diogo de Almeida, Vasco da Gama é fidalgo da Casa Real, cavaleiro da Ordem



de Santiago e presta importantes serviços a D. João II, principalmente na repressão contra corsários franceses.

D. Manuel I, atraído por esse indómito capitão que todos diziam obstinado, " audaz na acção, severo no comando e terrível na sua cólera", nomeia-o capitão-mor da armada que irá descobrir o caminho marítimo para a Índia.


Vasco da Gama partiu de Lisboa ( Restelo ), a 8 de Julho de 1497, levando três naus e um navio de mantimentos. Chegou à ilha de Santiago ( Cabo Verde ) nos princípios de de Agosto e, a 8 de Novembro, ancorou na angra de Santa Helena ( ainda na costa ocidental da África ), após uma larguíssima rota através do Atlântico Sul.

Uma vez dobrado o cabo da Boa Esperança e a seguir, os cabos das Agulhas e do Infante, ancorou na Angra de S. Brás, onde foi destruído o navio dos mantimentos. Passou ao largo do cabo do Recife e rumou então para o Norte. Alcançou o rio dos Bons Sinais ( Foz do Zambeze ), Quelimane, em Moçambique ), aportando depois a Mombaça e Melinde ( duas cidades do actual Quénia ).



Foi em Melinde que Vasco da Gama, tendo obtido as boas graças do sultão local, conseguiu que este lhe cedesse um piloto conhecedor dos segredos que permitiam uma boa travessia do Índico. 

Com tão preciosa colaboração, Vasco da Gama e os seus homens alcançaram finalmente a Índia, aportando a Capua ( duas léguas a norte de Calecute ), no dia 20 de Maio de 1498.E assim, pela primeira vez, ficava estabelecida a ligação, por via marítima, entre a Europa e a longínqua Índia e imortaliza-o, pois ainda à bem pouco tempo, a revista Life considerou-o uma das 100 figuras mundiais mais importantes, do último milénio.

Regressa a Lisboa a fins de Agosto de 1499, sendo recebido apoteoticamente pelo rei e pelo povo. 


D Manuel II cumula-o de honras e dádivas, concede-lhe o distintivo de Dom, extensivo à família, nomeia-o almirante do mar da Índia e promete-lhe o título de conde.

Volta a regressar à Índia em 1502 para castigar a chacina dos homens de Pedro Álvares Cabral e exerce ferozes represálias sobre Calecute e lançou as bases da hegemonia portuguesa no Índico.

Volta à Índia em 1524, já como conde da Vidigueira investido por D. João III no título de vice-rei levando amplos poderes para atalhar os abusos e excessos de alguns idalgos. 

Volta a fazer justiça, impondo a ordem com mão de ferro, mas adoeceu gravemente em Cochim, onde faleceu a 24 de Dezembro do mesmo ano.

Em 1538 os seus restos mortais foram repatriados para a Vidigueira, para a capela da Quinta do Carmo e transladados no final do século passado para o Mosteiro dos Jerónimos.


Um comentário:

Sérgio Sodré disse...

A hipótese de que os Sodré sejam descendentes dos Sudley ingleses está hoje desacreditada, pois só nos finais do séc XVIII se começa a falar dessa eventual ligação e nada mais até agora a sugere... É verdade que foi nos começos do séc XVI que se escreveu que os Sodrés seriam de origem inglesa, mas nessa época não se declarava que esses supostos ingleses eram a família Sudley... Há um testamento dos finais do séc XV onde diz que Sodré seria uma alcunha (talvez até de origem portuguesa?).