O Convento de Varatojo situa-se na freguesia de Santa Maria do Castelo e São Miguel, em Torres Vedras, Distrito de Lisboa, Portugal. É obra do rei D. Afonso V, que em cumprimento de um voto que fizera a Santo António para auxiliá-lo nas conquistas do norte de África, o mandou levantar. Foi o próprio rei, com grande acompanhamento de clero, nobreza e povo, que lançou a primeira pedra em Fevereiro de 1470.
Sofre obras de vulto após o terramoto de 1531 que lhe imprimem um cunho maneirista a que se vêm somar as campanhas barrocas e novecentistas.
Com o decreto da extinção das ordens religiosas e da expropriação de todos os seus bens, assinado por D. Pedro IV em 28 de Maio de 1834, o convento passa para as mãos do estado. Em 1845 é vendido em hasta pública. Em 1861, passa de novo para a posse da ordem Franciscana, foi de novo extinto entre 1918 e 1928, quando voltou a pertencer aos Franciscanos função que ainda mantém na actualidade.
Foi classificado como Monumento Nacional em 23 de Junho de 1910.
Descrição :
Sofre obras de vulto após o terramoto de 1531 que lhe imprimem um cunho maneirista a que se vêm somar as campanhas barrocas e novecentistas.
Com o decreto da extinção das ordens religiosas e da expropriação de todos os seus bens, assinado por D. Pedro IV em 28 de Maio de 1834, o convento passa para as mãos do estado. Em 1845 é vendido em hasta pública. Em 1861, passa de novo para a posse da ordem Franciscana, foi de novo extinto entre 1918 e 1928, quando voltou a pertencer aos Franciscanos função que ainda mantém na actualidade.
Foi classificado como Monumento Nacional em 23 de Junho de 1910.
Descrição :
Planta rectangular irregular constituído por vários corpos e integrando igreja, de planta longitudinal e nave única. Átrio com capela de Nossa Senhora da Sobreira à esquerda. Escada forrada de azulejos conduz à portaria, com lambril de azulejos de padrão, tecto mudéjar, portal de 3 arquivoltas em gablete; ladeia-o pedras esculpidas com armas de Portugal e empresa de D. Afonso V.
Nave com lambril recortado de azulejos, 6 capelas colaterais, com retábulos de talha, sendo 2 do lado da Epístola mais profundas; púlpito de mármore no lado do Evangelho, coro-alto com cadeiral e crucifixo sobre teia. Cobertura em abóbada de berço. Na capela-mor lambril de azulejos com cenas da vida de Santo António encimadas por 4 pinturas sobre tábua; retábulo de mármores embutidos, talha branca e dourada e tela representando "Entrega do Menino a Santo António".
Abóbada de berço com caixotões. Sacristia forrada a azulejos legendados em espanhol, arcaz, armários de parede e 2 tábuas com "Milagre da Mula" e "Pentecostes". Claustro de 2 pisos, o 1º com arcos quebrados sobre colunas chanfradas e tecto pintado com divisa de D. Afonso V; na ala N., portal de arco trilobado decorado dá acesso à capela do Senhor Jesus, forrada de azulejos ponta de diamante. 2º piso em arquitraves. Casa do Capítulo com lambril de albarradas, representando professos notáveis.
Tipologia :
Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Igreja conventual de planimetria maneirista - planta longitudinal, com capelas colaterais encimadas por tribuna num dos lados e sem transepto.
Caracteristicas Particulares :
Caracteristicas Particulares :
Conserva elementos de diversos estilos: gótico - o portal integrado em gablete, os baixos relevos com representação heráldica que o ladeiam (já de um gótico flamejante), e o claustro;
Manuelino - tecto mudéjar da portaria, alguns painéis pintados e os portais do claustro e o da capela do S. Jesus;
Maneirista - o púlpito e os azulejos ponta de diamante; barroco - os azulejos de albarradas, padrão ou figurativo, sendo os da capela-mor Joaninos (D. João V); os da sacristia são atribuídos a Policarpo de Oliveira; a talha dos retábulos, sendo o mor do estilo nacional; a da capela de Nossa Senhora das Dores é já rocaille. A tela da capela-mor é do italiano Bacarelli.
Fr. José Maria da Cruz Amaral OFM
O Padre Franciscano José Maria da Cruz Amaral, nasceu em São Romão em 2 de Novembro de 1910, filho de António Maria da Cruz e de Maria Benedita Mendes. Faleceu em 19 de Abril de 1993 no Seminário da Luz em Lisboa. Foi sepultado em São Romão.
Manuelino - tecto mudéjar da portaria, alguns painéis pintados e os portais do claustro e o da capela do S. Jesus;
Maneirista - o púlpito e os azulejos ponta de diamante; barroco - os azulejos de albarradas, padrão ou figurativo, sendo os da capela-mor Joaninos (D. João V); os da sacristia são atribuídos a Policarpo de Oliveira; a talha dos retábulos, sendo o mor do estilo nacional; a da capela de Nossa Senhora das Dores é já rocaille. A tela da capela-mor é do italiano Bacarelli.
Fr. José Maria da Cruz Amaral OFM
O Padre Franciscano José Maria da Cruz Amaral, nasceu em São Romão em 2 de Novembro de 1910, filho de António Maria da Cruz e de Maria Benedita Mendes. Faleceu em 19 de Abril de 1993 no Seminário da Luz em Lisboa. Foi sepultado em São Romão.
Em 1921 foi para Tui, Espanha, onde fez o Liceu e tira o curso de Filosofia. Em 1935 completou o curso de Teologia no Seminário do Varatojo e foi ordenado sacerdote franciscano. Quase todas as suas actividades de sacerdote franciscano desenvolveram-se em África durante cerca de 38 anos. Esteve em Moçambique na missão de Amatongas, no Chimoio e terminou por ser colocado na Beira onde orientou o semanário Missão Africana.
Também aí foi um criadores da Emissora Aero-Clube da Beira. Em 1943 foi também pároco de Vila Pery, e no ano seguinte regressou a Portugal e foi capelão substituto do Reformatório de S. Bernardino em Peniche.
Voltou ao continente Africano, à então província da Guiné, onde esteve até à revolução do 25 de Abril. Na Guiné, foi professor do Liceu Honório Barreto, vogal da Assembleia Legislativa, e até 1968 director do Arauto, o único jornal da Guiné que foi extinto pelo general Arnaldo Schultz, em represália contra a linha editorial do Arauto, que procurou denunciar a anarquia militar e civil do seu governo da província.
Depois da substituição de Schultz pelo general Spínola como governador da Guiné, este último convidou o Padre Cruz Amaral para director do novo jornal A Voz da Guiné, agora já jornal oficial da província
Esta sua nomeação para director do jornal oficial do governo da Guiné, trouxe-lhe bastantes conflitos com os seus superiores eclesiásticos, pois o Vaticano na altura, alinhava com a tese "Os Ventos da História", e não via com bons olhos o envolvimento do Padre José Maria, um religioso, nesse jornal oficial do Governo da Guiné.
Voltou ao continente Africano, à então província da Guiné, onde esteve até à revolução do 25 de Abril. Na Guiné, foi professor do Liceu Honório Barreto, vogal da Assembleia Legislativa, e até 1968 director do Arauto, o único jornal da Guiné que foi extinto pelo general Arnaldo Schultz, em represália contra a linha editorial do Arauto, que procurou denunciar a anarquia militar e civil do seu governo da província.
Depois da substituição de Schultz pelo general Spínola como governador da Guiné, este último convidou o Padre Cruz Amaral para director do novo jornal A Voz da Guiné, agora já jornal oficial da província
Esta sua nomeação para director do jornal oficial do governo da Guiné, trouxe-lhe bastantes conflitos com os seus superiores eclesiásticos, pois o Vaticano na altura, alinhava com a tese "Os Ventos da História", e não via com bons olhos o envolvimento do Padre José Maria, um religioso, nesse jornal oficial do Governo da Guiné.
Esta pequena disputa Estado - Vaticano, que o padre José Maria da Cruz Amaral, nunca procurou, mas acabou por ser o elemento fundamental, marcaram-no bastante, e nunca gostou de falar do assunto.
Na Guiné, de 1946 a 1955 foi também membro da administração da Emissora Oficial da Guiné, sendo por essa razão convidado como representante oficial da Guiné ás comemorações do V Centenário da morte do Infante D. Henrique, em 1960. Como jornalista, representando a imprensa local, integrou a comitiva da visita do Presidente Américo Tomás na sua deslocação a Moçambique.
De regresso a Portugal, a Ordem Franciscana deu-lhe a escolher o local onde gostaria de residir. Escolheu o Mosteiro do Varatojo, local calmo e sossegado, mas viajava muito a Lisboa, ficando sempre instalado em casa de amigos e familiares ou na casa da Ordem Franciscana, na Rua Silva Carvalho.
Em 1985, comemorou as suas bodas de Ouro Sacerdotais, conjuntamente com Fr. José de Montalverne seu colega de curso, que foram festejadas pela Ordem Franciscana, com uma missa e uma pequena festa para familiares e amigos na casa franciscana da Rua Silva Carvalho, sede da Província Franciscana em Portugal. A festa de comemoração repetiu-se também, dias depois, no Convento do Varatojo.
O autor desta página, considerava o Padre José Maria da Cruz Amaral como o melhor dos seus amigos, lembrando com saudade os passeios que dava com ele no claustro do Varatojo, nos bons momentos passados nas festas de Santo António, onde sempre comíamos com gosto e admiração no velho refeitório do Convento e das palestras durante os passeios pela quinta.
Na Guiné, de 1946 a 1955 foi também membro da administração da Emissora Oficial da Guiné, sendo por essa razão convidado como representante oficial da Guiné ás comemorações do V Centenário da morte do Infante D. Henrique, em 1960. Como jornalista, representando a imprensa local, integrou a comitiva da visita do Presidente Américo Tomás na sua deslocação a Moçambique.
De regresso a Portugal, a Ordem Franciscana deu-lhe a escolher o local onde gostaria de residir. Escolheu o Mosteiro do Varatojo, local calmo e sossegado, mas viajava muito a Lisboa, ficando sempre instalado em casa de amigos e familiares ou na casa da Ordem Franciscana, na Rua Silva Carvalho.
Em 1985, comemorou as suas bodas de Ouro Sacerdotais, conjuntamente com Fr. José de Montalverne seu colega de curso, que foram festejadas pela Ordem Franciscana, com uma missa e uma pequena festa para familiares e amigos na casa franciscana da Rua Silva Carvalho, sede da Província Franciscana em Portugal. A festa de comemoração repetiu-se também, dias depois, no Convento do Varatojo.
O autor desta página, considerava o Padre José Maria da Cruz Amaral como o melhor dos seus amigos, lembrando com saudade os passeios que dava com ele no claustro do Varatojo, nos bons momentos passados nas festas de Santo António, onde sempre comíamos com gosto e admiração no velho refeitório do Convento e das palestras durante os passeios pela quinta.
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