quarta-feira, 10 de abril de 2013

Alexandre Herculano

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo, 

Nasceu em Lisboa a 28 de Março de 1810, faleceu em Santarém a 3 de Setembro de 1877 ), historiador, novelista, e poeta, um dos escritores a quem é creditado a introdução do Romancismo em Portugal. Como historiador foi líder da opinião liberal, desfrutando de um prestígio nacional comparável ao de Victor Hugo em França. 

Em jovem Herculano tomou parte numa revolta sem sucesso contra D. Miguel e foi forçado em exilar-se na Inglaterra e em França. Em 1832 regressou a Portugal no pequeno exército de D. Pedro que derrotou D. Miguel e estabeleceu um regime democrático

Convencido de que deveria fazer-se uma importante reforma cultural para acompanhar a mudança política, abandonou a poesia e tornou-se editor de O Panorama (1837-39), onde publicou lendas históricas, mais tarde publicadas em dois volumes como Lendas e narrativas (1851). 

Eleito para as Cortes em 1840, lutou por uma reforma democrática da educação, mas as reviravoltas políticas de 1841, com Costa Cabral estabeleceram um regime autoritário. Desde 1839 colocado na Biblioteca Real da Ajuda, escreveu a sua ambiciosa História de Portugal. Também escreveu novelas históricas à maneira de Sir Walter Scott, um género que introduziu em Portugal.

O primeiro volume da História de Portugal apareceu em 1846. É um dos mais sofisticados trabalhos da historiografia Romântica, cobrindo todo o período iniciais da história de Portugal até 1279. Como resultado da sua pesquisa de manuscritos originais ele chocou os seus contemporâneos eliminando muitas lendas históricas de tipo religioso.

A batalha de Ourique, cuja vitória se atribuía ao aparecimento de Cristo ao primeiro rei de Portugal, não passava de uma lenda, e a batalha de Ourique como hoje realmente se esclarece, não passou de um "fossado" das hostes de D. Afonso Henriques a território muçulmano.

Isto provocou a reacção da Igreja, que protestou desde o púlpito e nos jornais, levando Herculano a replicar denunciando a ignorância do clero. Em 1851 Costa Cabral foi derrubado pelo movimento da Regeneração no qual tomou parte Herculano.

Para combater os elementos ultra-conservadores que tentavam minar o novo regime, Herculano ajudou a fundar dois jornais donde atacava o centralismo político e a influência do clero. Apesar de ser católico romano e cristão convicto, a sua guerra contra o clero levou-o a ver o ultramontanismo (a doutrina da supremacia papal sobre as igrejas nacionais) como o maior inimigo das instituições liberais. A este período pertencem Da origem e estabelecimento da inquisição em Portugal(1854-59). 

Baseado em documentos desconhecidos até então, tenta demonstrar que o absolutismo real e o poder do clero tinham sido aliados na confiscação da propriedade dos "Cristãos Novos" (judeus convertidos) através da Inquisição. Herculano batalhou contra a restauração das ordens monásticas e lutou pelo casamento civil. Desde 1871 ele foi abertamente crítico dos novos dogmas da Imaculada Conceição e da inefabilidade do Papa. 

O quarto e último volume da sua historia foi publicado em 1853. A nomeação de um inimigo pessoal para os arquivos nacionais em 1856, levaram Herculano a retirar-se para sua quinta no vale de Lobos perto de Santarém.

Condensado da informação da Enciclopédia Britanica

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